O futebol feminino ainda luta com todas as forças para ser respeitado no mundo inteiro e ter seu espaço conquistado na mídia e nos corações dos aficionados por futebol. Não está sendo fácil, como canta Kátia na canção de Bob McDill e versão de Erasmo e Roberto Carlos. O preconceito contra as mulheres ainda permanece vivo e forte em muitas mentes retrógradas, dificultando a aceitação da participação feminina no esporte mais amado no mundo. Mas, com o tempo, o cenário vai mudando aos poucos. Parece inacreditável, mas 80 anos atrás, exatamente no dia 14 de abril de 1941, o então presidente Getúlio Vargas baixava o Decreto-Lei 3.199 que proibia as mulheres de jogar "esportes incompatíveis com as condições de sua natureza", entre eles o futebol. A revogação desse absurdo só viria acontecer em 1979. E a regulamentação do futebol feminino só ocorreu quatro anos depois, em 1983. E o Campeonato Brasileiro, na forma de disputa atual, só veio em 2013, com um atraso e um prejuízo inaceitáveis para o futebol feminino.
Não tenho dúvidas em afirmar que muito mais da metade dos jogadores amadores de futebol que conheço não chegam aos pés da Rainha Marta, de quem sou grande admirador. E não só a Marta, como também outras jogadoras extraordinárias, como Formiga, Cristiane e Sissi. Com mais apoio, patrocínio, organização, calendário, respeito e espaço para as meninas começarem cedo no esporte, o futebol feminino só tende a crescer e a se profissionalizar cada vez mais, com crescimento físico, psicológico, tático e técnico das atletas.
Um dos incríveis exemplos de superioridade no futebol feminino vem da Espanha, onde a equipe do Barcelona conquistou o título da Champions League, em Gotemburgo, na Suécia, após vencer, com uma goleada de 4 x 0, o time inglês do Chelsea. É o primeiro título da equipe feminina catalã no torneio criado na temporada 2001/2002 com a denominação de Copa da UEFA. A partir da temporada 2009/2010 passou a se chamar Liga dos Campeões. Os vinte títulos da competição ficaram com Lyon (França-7 títulos), FFC Frankfurt (Alemanha-4 títulos), Umea (Suécia), Wolfsburg (Alemanha) e Turbine Potsdam (Alemanha-2 títulos) e Barcelona (Espanha), Arsenal (Inglaterra) e Duisburg (Alemanha-1 título).
Além da Liga dos Campeões, a equipe feminina do Barcelona faz história também no Campeonato Espanhol, com uma campanha arrasadora. Mesmo faltando a disputa de sete partidas, o time já comemora o título, com o incrível desempenho de 27 vitórias em 27 jogos, com surpreendentes 136 gols marcados e apenas 5 sofridos. Obviamente que os adversários parecem ser bastante fracos para uma campanha tão demolidora assim, mas o Barcelona nada tem a ver com isso, problema dos demais que não se organizaram adequadamente para competir com o mínimo de eficiência e qualidade.
Enquanto isso, aqui no Campeonato Brasileiro Feminino, com oito rodadas disputadas, o Corinthians lidera seguido de Palmeiras, São Paulo e Santos nas primeiras posições.
Torço para que o futebol feminino cresça cada vez mais, despertando a paixão das meninas e encantando também a torcida masculina tão machista, além de conquistar títulos internacionais para que o nome do futebol brasileiro se eleve ainda mais no cenário esportivo mundial.
E parabéns às atletas do gigante Barcelona pelas grandes conquistas!
Um grande abraço espinosense.
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