Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sábado, 30 de setembro de 2023

3305 - Era uma vez, uma feira na praça

Meu querido amigo Rogério Souza, por quem tenho enorme apreço e carinho, teve uma ideia brilhante há algum tempo. Idealizou e criou, no Facebook, uma página aberta onde espinosenses (ou não) publicassem fatos e fotografias antigas relativas à nossa amada terrinha Espinosa. Foi e está sendo um estrondoso sucesso a sua ótima ideia. Centenas de fotos e curiosidades sobre a nossa cidade já foram postadas por gente de todo canto do país, contando muito sobre os nossos antepassados e a nossa rica História. 
Um dos mais assíduos e importantes colaboradores do grupo é o atleticano morador de Belo Horizonte Adriano Martins, filho de Dona Eulina e do Senhor Valim (Valdivino), este que morou e trabalhou na Coletoria Estadual nos tempos de outrora na cidade. Constantemente o Adriano nos presenteia com tesouros espetaculares dos bons tempos em que a cidade era ainda mais pequena, com imagens que nos trazem as mais gostosas recordações. Há pouco, ele publicou duas velhas fotografias da Praça Coronel Heitor Antunes, a praça da Prefeitura, em que aparecem no centro da praça ainda sem infraestrutura, alguns cidadãos ilustres comprando saborosas melancias que eram vendidas pelos intrépidos geraizeiros nos seus carros de bois ali estacionados.




Observando minuciosamente as imagens, reparei que ainda existiam os grandes fícus na praça, que infelizmente foram posteriormente arrancados. Abaixo deles, na bendita sombra, repousam os bovinos ao lado de espécimes da nossa gente calorosa e trabalhadora, bem como alguns modelos automobilísticos bastante comuns naquela época, um Jipe e uma Rural. As mulheres de vestidos simples e longos até os joelhos conversam, em meio a varões em sua maioria usando chapéus e um bando de meninos com suas calças curtas, em um tempo em que não havia roupa pronta de marca, nem calça jeans, nem sandália Havaianas, nem muito menos TV e Internet.
Podemos visualizar a presença de duas ilustres figuras da família Barbosa adquirindo melancias de um dos muitos vendedores da fruta de gosto doce e refrescante: os irmãos Otacílio e Teotônio. As saborosas melancias de então vinham acondicionadas em carros de boi, contidas em grades de varas para não caírem pelas irregulares e esburacadas estradas rurais da época.
Estas belas imagens levam muitos de nós, vetustos espinosenses, a relembrar momentos prazerosos e inesquecíveis das nossas infâncias e adolescências quando tudo era completamente diferente, mas também bastante aprazível e deleitoso. Lembrar do passado é sim maravilhoso, mas preciso é aceitar, evoluir, curtir e aproveitar ao máximo o presente, mirando o futuro que fatalmente desembocará na nossa despedida deste mundo tão lindo, magnífico e prazeroso, mas também e infelizmente, injusto e cruel. Que venham logo as alegrias e emoções da comemoração do nosso Centenário! 
Um grande abraço espinosense.