Ainda não será desta vez que o meu Atlético irá enlouquecer mais ainda sua apaixonada e bipolar torcida com a conquista do tão sonhado título do Campeonato Brasileiro de futebol profissional, glória conquistada pelos garotos da categoria sub-20 nesta temporada. Com a inesperada derrota em Goiânia ontem à noite por 1 x 0 para o Goiás, o Atlético, definitivamente, vê adiado o sonho do bicampeonato, animando e alegrando os torcedores arquirrivais do Cruzeiro que, logicamente, se aproveitarão do seu infortúnio para as mais variadas zoações com os atleticanos. Faz parte!
Imagem: Rosiron Rodrigues |
A expectativa era grande entre os atleticanos, com quase todos confiando em uma consagradora vitória fora de casa que manteria o time ainda firme na briga pelo título de 2020. Apostando em um esquema com três zagueiros, Gabriel, Réver e Júnior Alonso, que, supostamente, daria mais segurança na defesa e muito mais presença e efetividade no ataque, o técnico Sampaoli foi além e fez algumas mudanças no time titular, sacando Guga e Jair. Mas o caldo azedou. O Goiás fez uma partida perfeita, impecável. Adotou um esquema extremamente retrancado, apostando na defesa fechada com uma linha de cinco e outra à frente de quatro jogadores, com a esperança de matar o jogo em um lance isolado. E não deu outra! Aos 27 minutos do primeiro tempo, após cobrança de lateral e cruzamento de Daniel de Pauli com toda liberdade, o jovem de 20 anos de idade Eduardo Figueiredo da Cruz, o Índio, de apenas 1,70m e nascido em Várzea Grande (MT), subiu mais que os grandalhões Júnior Alonso e Guilherme Arana e cabeceou com precisão no cantinho direito de Everson para marcar o seu primeiro gol como profissional, decretando a derrota alvinegra. Coisas do futebol! O Atlético mandou o tempo inteiro na partida, que se transformou em um "ataque contra defesa", com uma posse de bola extraordinária de 78% e 19 finalizações contra apenas 3 do Goiás, mas foi inoperante e sem criatividade, não conseguindo furar a retranca goiana. É mais um resultado negativo do time de Jorge Sampaoli em confronto com equipes menos qualificadas que jogam fechadinhas, só na defesa. E, infelizmente, mais um resultado desastroso por falhas individuais. Desta vez, de Alonso e Arana, que não conseguiram subir mais alto que um menino de apenas 1,70m.
Uma grande parte da torcida resolveu colocar como bode expiatório o goleiro Everson. Eu também prefiro o Rafael como titular, por ser mais ágil e seguro debaixo das traves e razoável com a bola nos pés, mas acho uma injustiça com o Everson, que até o momento não falhou em nenhum gol tomado. Ele pode ser azarado, pois quase toda bola que vai no nosso gol entra, mas sempre bolas indefensáveis. Em determinados momentos a torcida também tem razão em criticar o Sampaoli, por suas mudanças constantes na equipe, de esquema e de jogadores, mas temos que entender que o time ainda está em formação, com jogadores chegando ao clube durante a competição, dificultando o entrosamento e a adaptação, casos de Vargas e Zaracho, principalmente.
Imagem: Rosiron Rodrigues |
Mesmo tristes pela perda do título, temos que reconhecer o bom trabalho realizado no clube pela diretoria e pela comissão técnica, lapidando um projeto que pode resultar em conquistas históricas ou não, já que o futebol é imprevisível. Mas é preciso louvar o ótimo trabalho realizado por todos, com investimentos de alta monta em jogadores de alto nível como o Hulk e o Nacho Fernandez, para a formação de uma equipe ainda mais competitiva e qualificada para a nova temporada. Eu, como bom atleticano, estarei com o meu Galo na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na glória ou no fracasso, na Série A ou na Série D, na liderança ou na lanterna, na grana ou na lama, torcendo sempre contra o vento como uma camisa alvinegra no varal de uma casinha branca no sopé da montanha das Minas Gerais.
Um grande abraço espinosense.