Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

2516 - 900 vezes de Fábio com a camisa do Cruzeiro

A partida desta quarta-feira do Cruzeiro contra o Sampaio Corrêa, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, teve uma importância ímpar para o futebol brasileiro. Nesses tempos em que os jogadores já não ficam bastante tempo defendendo um mesmo clube, como era comum no passado, o goleiro Fábio completou uma façanha dificílima de se realizar na atualidade: o incrível número de 900 apresentações com a camisa gloriosa do Cruzeiro Esporte Clube.



Fábio Deivson Lopes Maciel nasceu na cidade de Nobres, Mato Grosso, em 30 de setembro de 1980. Atuou por alguns clubes, União Bandeirante, Athletico e Vasco, antes de se firmar definitivamente no Cruzeiro, onde sedimentou sua vitoriosa carreira e, aos 40 anos de idade, é titular absoluto da equipe.
O resultado de hoje foi catastrófico, com mais uma derrota do time do Cruzeiro na Série B, desta vez para o Sampaio Corrêa por 2 x 1, em pleno Mineirão. A equipe está com um péssimo desempenho e amarga a 18ª posição na tabela de classificação, mas a carreira e a façanha conquistada por Fábio devem ser muito exaltadas, e não só pelos torcedores cruzeirenses, mas por todos os que apreciam futebol e respeitam um profissional do esporte de conduta impecável. Fábio é um exemplo de atleta comprometido, dedicado e responsável. E mais ainda, consciente do seu valor e da sua importância no seu clube. Com a queda do Cruzeiro ano passado para a Segunda Divisão, ele foi um dos poucos que não titubeou em confirmar a sua permanência no clube, mesmo com adequação ao teto de salários implantado pela diretoria em R$ 150 mil e com os demais valores devidos sendo pagos em 20 parcelas a partir de abril de 2021. Ele é o líder da equipe jovem atual que luta com dificuldades para levar de volta o clube ao seu lugar de direito na Série A.



Fábio estreou no Cruzeiro aos 19 anos, atuando como titular em uma partida amistosa realizada no Mineirão contra o Universal-RJ, no dia 4 de março de 2000. O Cruzeiro venceu o jogo por 2 a 0, gols de Joelson e Wendel. Saiu para defender o Vasco e retornou ao Cruzeiro em janeiro de 2005, onde está até hoje. Vestindo a camisa do Cruzeiro em quase 16 anos, Fábio conquistou vários títulos e foi peça fundamental nas conquistas, com defesas espetaculares e decisivas, muitas delas em pênaltis. Foi sete vezes Campeão Mineiro (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019), duas vezes Campeão Brasileiro (2013 e 2014) e três vezes Campeão da Copa do Brasil (2000, 2017 e 2018).



Fábio se junta a outros ícones do futebol brasileiro e internacional com esta marca incrível de 900 partidas vestindo a mesma camisa. Esta marca histórica e difícil de ser conquistada tem outras figuras de destaque que a ultrapassaram em outros tempos, casos de Rogério Ceni, do São Paulo (com 1.238 partidas disputadas); Pelé, do Santos (com 1.116); Roberto Dinamite, do Vasco (com 1.110); e Ademir da Guia, do Palmeiras (com 901). No exterior, bateram esta marca o italiano Paolo Maldini, do Milan (902 partidas), o galês Ryan Giggs, do Manchester United da Inglaterra (963) e o zagueiro norte-irlandês Noel Bailie, do Linfeld (1.013). A proeza é tão extraordinária que figuras exponenciais chegaram perto, mas não conseguiram chegar a este insólito número de 900 jogos. Na Espanha, o meio-campista Xavi, no Barcelona, alcançou a marca de 767 jogos, enquanto Lionel Messi jogou 734 partidas. Na Inglaterra, Paul Scholes disputou 718 partidas pelo Manchester United, enquanto Steven Gerrard jogou 710 vezes pelo Liverpool. Na Itália, o defensor Javier Zanetti atuou em 858 jogos pela Inter de Milão e Francesco Totti vestiu a camisa do Roma em 786 partidas. No Brasil, outros ícones do futebol chegaram perto desta marca. Júnior fez 865 jogos pelo Flamengo, Valdomiro fez 853 jogos pelo Internacional, Harlei fez 831 jogos pelo Goiás, Wladimir atuou 805 vezes com a camisa do Corinthians, Pepe fez 750 jogos pelo Santos, Nilton Santos fez 721 jogos pelo Botafogo e o grande Zico atuou 732 vezes pelo Flamengo.

Números de Fábio no Cruzeiro:
Jogos: 900
Vitórias: 464
Empates: 201 
Derrotas: 235
Aproveitamentos: 59,1%
Pênaltis defendidos: 30



Fábio deve encerrar sua carreira muito em breve. Seu contrato com o Cruzeiro termina no final deste ano e pode ser renovado talvez por mais um ano. Mas sua condição técnica continua impecável, e ele está em plena forma física aos 40 anos, o que certamente o permitirá jogar mais uns bons anos, se quiser. A torcida do Cruzeiro tem muito o que agradecer a Fábio, pois suas performances inspiradas levaram o clube a grandes conquistas, com atuações brilhantes e defesas decisivas. Uma estátua sua na Toca da Raposa seria um bom reconhecimento pelo seu ótimo trabalho de anos com a camisa celeste. Até nós, adversários, temos o maior respeito e admiração pela trajetória vitoriosa e correta do profissional de futebol dentro e fora das quatro linhas e o cumprimentamos por esta proeza de completar 900 partidas disputadas por um único clube. Parabéns, Fábio, e boa sorte!
Um grande abraço espinosense.   


2515 - Calma, Massa Atleticana!

Há algum tempo, desde 2014, a apaixonada torcida atleticana não vivia momento tão prazeroso e entusiasmador. Com a primeira posição na tabela do disputado Campeonato Brasileiro da Série A, o Atlético está surpreendendo a muitos no país com uma campanha excepcional sob o comando do irrequieto e competente treinador argentino Jorge Sampaoli. O clube alvinegro mineiro é o líder isolado do Brasileirão 2020 com três pontos de vantagem e duas vitórias a mais sobre o segundo colocado, o Flamengo. São quatro derrotas, nenhum empate e nove vitórias em 13 partidas realizadas, com 27 pontos ganhos, 26 gols marcados, 16 gols sofridos, saldo de 10 gols e aproveitamento de 69,2%.



É para comemorar? É para ter esperança na conquista do título? Claro que sim! E muito! É bastante justo comemorar cada vitória e a posição na tabela, mas antes de tudo é preciso exercitar a razão além da emoção. Ultrapassamos tão somente o primeiro terço da dura caminhada até o final da competição. Ainda faltam 24 rodadas! Tudo pode acontecer, desde a decadência dos atuais primeiros colocados até time que está na zona de rebaixamento se redimir e ainda brigar por uma vaga na Libertadores. Ainda é muito cedo para se vangloriar da posição na tabela, pois contusões, suspensões, convocações para seleções nacionais e, principalmente, uma fase ruim com derrotas seguidas podem afetar o desempenho dos times e provocar um estrago irreparável. O próprio Atlético já passou por situações parecidas em que esteve perto de faturar o título do Brasileirão mas caiu de produção nas últimas rodadas e deixou o sonho do título escapar por entre as mãos, infelizmente. Além do celebrado primeiro título de 1971, conquistado com Dadá Maravilha, Humberto Ramos e companhia, estivemos bem perto de levantar o título, terminando a competição com o vice-campeonato em 1977 (invicto), 1980, 1999, 2012 e 2015. Em cinco oportunidades, o Atlético terminou em terceiro lugar (1976, 1983, 1986, 1991 e 1996) e por cinco vezes chegou na quarta colocação (1985, 1994, 1997, 2001 e 2016).


 
Muitas variáveis influenciam no desempenho de uma equipe em uma competição difícil e de longa duração como o Campeonato Brasileiro. Um gol marcado, por exemplo, tem um valor imenso no caso de um empate em pontos e vitórias na tabela de classificação. Uma atuação desastrosa em partida considerada vencida pode ser fatal. A contusão ou a queda de rendimento de um jogador imprescindível também é de suma importância para uma equipe, podendo comprometer toda uma programação realizada. Então, não há como fazer previsões para o futuro. Aliás, melhor dizendo, até pode-se fazer previsões, mas acertá-las é que é o problema. Não se pode prever, por exemplo, se determinado jogador estará atuando em alto nível até o fim da temporada, ou se aguentará a grande quantidade de jogos seguidos sem apresentar lesões musculares. Então tudo é uma incógnita e isto vale para todos. Os clubes com elenco mais recheado e com mais qualidades individuais certamente levam enorme vantagem. A favor do Atlético há a disputa de somente uma competição, o Brasileirão, o que é um grande diferencial sobre os que disputam outras competições simultâneas como Copa do Brasil e Libertadores da América. Cabe ao Atlético tentar a contratação de pelo menos mais uns três bons jogadores para reforçar o elenco, não vender ninguém, manter os pagamentos de salários em dia e manter a humildade e a pegada firme proposta pelo Sampaoli. 



Especificamente sobre o jogo de ontem à noite, a inesperada derrota para o eficiente time do Fortaleza treinado pelo grande Rogério Ceni veio frear o sentimento de "já ganhou" que corria desenfreadamente entre os torcedores mais entusiasmados e entre alguns jornalistas esportivos. A torcida é muito apaixonada, levada pela emoção quase que sempre. A razão fica escanteada, normalmente. E a razão é que deve prevalecer na visão da realidade atual do clube na competição. O Atlético tem um bom time sim, mas outras equipes possuem mais recursos financeiros e de elenco, casos de Flamengo e Palmeiras, os maiores favoritos à conquista do título deste ano. Contra o Fortaleza tomamos um choque de realidade ao perceber que temos deficiências no elenco. Faltam boas opções no banco de reservas, sobretudo na parte ofensiva. Perdemos o Diego Tardelli por lesão e o Marrony ainda não mostrou sua qualidade. O Marquinhos bate cabeça e o Sávio é apenas uma promessa. Precisamos de mais gente que possa decidir jogos a nosso favor. 



O resultado negativo do Atlético contra o Fortaleza pode ser considerado normal, por ter sido uma derrota fora de casa contra um adversário dedicado e eficiente, que soube se defender o tempo inteiro, bem fechado na defesa e mortal nas poucas oportunidades ofensivas criadas. Mas a maneira como ela ocorreu, com mais de um tempo inteiro jogando com um jogador a mais, é que decepcionou a todos os atleticanos. Em uma competição tão ferrenha, não se pode dar chance ao azar, principalmente quando se tem a oportunidade de jogar com vantagem numérica em campo por tanto tempo e não aproveitá-la. Foi um desastre, se não a atuação geral, mas o resultado. Mas fica o recado da bola que não perdoa à torcida atleticana. Não é porque o time está na liderança que é o melhor de todos e que a caminhada será fácil. Nem é o pior de todos por esta derrota dura e inesperada. Nada de radicalismos exacerbados! Temos virtudes e defeitos que serão cruciais na trajetória até o final do campeonato. É hora de a torcida criticar os erros cometidos sim, mas tempo também de apoiar o time, o treinador, a comissão técnica e a diretoria para que o sonho de todos os atleticanos de levantar a taça de Campeão Brasileiro torne-se realidade. O sonho continua vivo!  
Um grande abraço espinosense.          
     
Jogos restantes ao Atlético no Brasileirão 2020:
15ª rodada - 10/10/2020 - Sábado - Goiás (Casa)
16ª rodada - 14/10/2020 - Quarta-feira - Fluminense (Casa)
17ª rodada - 19/10/2020 - Segunda-feira - Bahia (Fora)
18ª rodada - 25/10/2020 - Domingo - Sport (Casa)
19ª rodada - 01/11/2020 - Domingo - Palmeiras (Fora)
20ª rodada - 07/11/2020 - Sábado - Flamengo (Casa)
21ª rodada - 14/11/2020 - Sábado - Corínthians (Fora)
22ª rodada - 22/11/2020 - Domingo - Ceará (Fora)
23ª rodada - 28/11/2020 - Sábado - Botafogo (Casa)
24ª rodada - 06/12/2020 - Domingo - Internacional (Casa)
25ª rodada - 13/12/2020 - Domingo - Athletico (Fora)
26ª rodada - 20/12/2020 - Domingo - São Paulo (Fora)
27ª rodada - 27/12/2020 - Domingo - Coritiba (Casa) 
28ª rodada - 03/01/2021 - Domingo - Santos (Casa)
29ª rodada - 10/01/2021 - Domingo - Bragantino (Fora)
30ª rodada - 17/01/2021 - Domingo - Atlético-GO (Casa)
31ª rodada - 20/01/2021 - Quarta-feira - Grêmio (Fora)
32ª rodada - 24/01/2021 - Domingo - Vasco (Fora)
33ª rodada - 31/01/2021 - Domingo - Fortaleza (Casa)
34ª rodada - 07/02/2021 - Domingo - Goiás (Fora)
35ª rodada - 13/02/2021 - Sábado - Fluminense (Fora)
36ª rodada - 17/02/2021 - Quarta-feira - Bahia (Casa)
37ª rodada - 21/02/2021 - Domingo - Sport (Fora)
38ª rodada - 24/02/2021 - Quarta-feira - Palmeiras (Casa)