Vivemos no Século XXI, época de tecnologia avançadíssima que permite a endinheirados cidadãos passearem em naves espaciais criadas pela empresa SpaceX do bilionário Elon Musk, mas infelizmente ainda contamos com uma parcela considerável da sociedade que parece viver na Idade da Pedra quando o assunto é liberdade sexual. É inacreditável, mas existem países em que conservadores extremistas políticos e religiosos ainda tratam os homossexuais como criminosos e doentes, mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirar a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), em 17 de maio de 1990, há 32 anos, portanto.
Com todo este preconceito retrógrado ainda vigente em boa parte do mundo, inclusive no Brasil que é vergonhosamente um dos países onde mais se matam integrantes da comunidade LGBT, é gratificante descobrir pessoas com coragem suficiente para se assumirem homossexuais publicamente, feito ainda mais relevante e louvável quando se trata de um atleta profissional de futebol, meio extremamente machista e preconceituoso em todo o mundo. O jovem meio-campista tcheco Jakub Jankto, de 27 anos, atualmente atleta do Sparta Praga, clube de futebol da República Tcheca, confessou ao mundo há pouco, em vídeo publicado no Instagram, a sua condição de homossexual.
Confira seu depoimento aqui: https://www.instagram.com/p/ComnhRVqKqz/
"Como toda a gente, eu tenho minha força, eu tenho minhas fraquezas. Eu tenho uma família, eu tenho meus amigos. Tenho um trabalho que tenho feito o melhor possível durante anos, com seriedade, profissionalismo e paixão. Como toda a gente, eu também quero viver minha vida em liberdade. Sem medos, sem preconceitos, sem violência, mas com amor. Eu sou homossexual e não quero mais me esconder."
Jaknto foi casado com Markéta Ottomanská, com quem teve um filho, hoje com três anos de idade.
Em um ambiente radicalmente machista e intolerante que é o do futebol, poucos jogadores ainda em atividade têm coragem de se revelar homossexual. Jogador da Seleção da República Tcheca desde 2017, com quatro gols marcados em 45 partidas realizadas, Jaknto tem o seu passe preso ao Getafe, da Espanha, agora emprestado ao Sparta Praga. Ele já atuou nos clubes Udinese, Ascoli e Sampdoria, na Itália. Exemplos anteriores de atletas que se revelaram gays são poucos, nenhum integrante de seleção nacional como ele. O inglês Justin Fashanu foi o primeiro jogador a assumir sua sexualidade, no ano de 1990. Em 1998, aos 37 anos, ele cometeu suicídio. Em outubro de 2021, o australiano Josh Cavallo, do Adelaide United, confessou sua condição de homossexual. Mais recentemente, em 2022, o inglês Jake Daniels, do Blackpool, revelou sua orientação sexual. É muito óbvio que, em um universo de milhões de profissionais de futebol, o número de homossexuais deva ser bastante numeroso, só que o medo do preconceito e das consequências profissionais faz com que os homossexuais decidam se esconder no anonimato para evitar perdas financeiras, perseguições e ataques homofóbicos, com toda razão.
O tempo passa, as coisas mudam, os costumes se transformam, por isso precisamos evoluir a cada dia o máximo possível, acompanhando o progresso do mundo. Devemos praticar o Amor e a Empatia, nunca o ódio e a intolerância. E apoiar todas as pessoas, independentemente das suas escolhas pessoais, pois é mais do que necessário cada um cuidar da sua própria vida, sem se intrometer na vida alheia com intenções negativas. Se for para ajudar, aí sim, toda ajuda e apoio são bem vindos. Para quem não gosta e não aceita, também direito garantido, basta apenas respeitar a individualidade alheia.
Que o exemplo de coragem e clarividência do Jakub Jankto seja aplaudido, apoiado e seguido por outros atletas profissionais da ativa, infelizmente ainda temerosos de perseguições e ataques machistas e preconceituosos de gente atrasada, extremista e pouco evoluída. Que seja feliz, Jakub!
Um grande abraço espinosense.