Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Centenário de Espinosa - Postagem 20

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Nos anos 70, o futebol de salão era constantemente praticado na cidade de Espinosa, mesmo com as pouquíssimas quadras disponíveis na cidade. Que eu me lembre, existiam apenas as quadras do colégio da Avenida Doutor José Cangussu, dos Irmãos Pereira no Bairro São Cristóvão e da AABB. Depois vieram as quadras da Toca dos Craques, do Ginásio Poliesportivo, das escolas e das comunidades construídas pela Prefeitura. Hoje são muitos os espaços disponíveis para a prática do esporte, felizmente. 
Naqueles distantes anos 70, duas equipes se destacavam no futsal da cidade, a do Banco do Brasil e a dos "meninos da praça", o poderoso Mescra, cujo nome exótico saiu das letras iniciais dos seus craques: M de Marquinhos de Suzana e Zé Patim, E de Ernanni de Aparecida e Larry, S de Silvinho de Geralda e Sílvio, C de Célio, seu irmão, R de Ricardo, o Tu de Sissi e Carlito, e A de Alberto, o Zé de Ana de Yeyé. Alexandre e Tone Lacrau também vestiram a camisa do Mescra.    




Era um timaço, recheado de craques, que mantinha uma enorme rivalidade com a também qualificada equipe abebeana formada por Waltinho, Tintin, João Carlos, Tuka e Camilo. Foram vários confrontos de altíssimo nível, com resultados favoráveis para ambos os lados, que encantaram os amantes do esporte na cidade.  
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 19

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Entre tantos bares e botecos espalhados pelo município de Espinosa, inclusive alguns que se perderam no tempo, nenhum teve tamanha importância para nossa Turma da Resina como o Copacabana Bar, comandado pelo metódico e sincero Zade, na verdade o senhor Osvaldo Cerqueira da Cruz, filho do ilustre casal Joaquim Cerqueira e Dalva Cardosina da Cruz. Oriundo de família tradicional, numerosa e apreciada na comunidade, Zade ficou famoso por entregar aos seus clientes fiéis ou momentâneos a cerveja mais gelada da cidade. Fiel aos seus princípios, ele imediatamente parava de vender e servir aos seus clientes se a sua cerveja não estivesse no ponto que considerava ideal. Mesmo com a nossa insistência, ele nunca recuava e explicava calmamente que a cerveja não estava no ponto certo e que iria fechar as portas naquele momento. Outra característica interessante do boteco de Zade era a quase inexistente opção de tira-gostos, o que era combustível para as muitas gozações. Para acompanhar a cerveja gelada ou a famosa pinga de Clóves vendidas ali, havia somente uns pacotinhos plásticos de pipoca colorida ou salgadinhos. 





Apesar da fisionomia fechada pelas espessas barba e bigode, Zade era bem-humorado e espirituoso, sempre soltando suas alfinetadas. Era hilária sua expressão "Bate a nica!" para os supostos maus pagadores, no sábio intuito de receber antecipadamente a grana antes da entrega do produto. Nos Carnavais que eram realizados antigamente no Clube dos 100 ou no Espigão de Sêo Zé do Hotel, Zade bloqueava o bar com mesas na entrada, de onde servia a gente. Certa vez, alguém sorrateiramente passou por baixo da mesa e entrou no bar para ir ao banheiro sem sua permissão, levando um sonora bronca dele. Adorando aquela cena e situação, fizemos uma pequena alteração na letra de uma das marchinhas que "bombavam" naqueles bons tempos: "Zade avisou agora, quem quiser urinar, vai urinar lá fora, aqui dentro não, aqui dentro não, tem que haver respeito dentro do balcão". Coisas de jovens ingênuos, irrequietos, empolgados e inconsequentes, mas sempre pacíficos e benignos.
Zade infelizmente já se foi para outra dimensão, deixando um vazio enorme em Espinosa para os seus muitos clientes fiéis e uma lacuna para quem aprecia realmente uma cerveja estupidamente gelada, sua especialidade.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.