Falta muito pouco para que o ano de 2016 finalmente termine. Um ano como poucos em termos de tragédias, tristeza e dor. Será que temos algo a comemorar? Talvez algumas coisas, bem poucas.
Como boas notícias, tivemos a atuação do Papa Francisco, que protagonizou um momento histórico, o encontro com o patriarca da Igreja Russa Ortodoxa Kirill; a conquista da tão cobiçada medalha de ouro no futebol pelo Brasil, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro; o sucesso do país na realização das Olimpíadas; a canonização, pelo Papa Francisco, da Madre Teresa de Calcutá; a primeira visita de um presidente americano, Barack Obama, à Cuba, após 88 anos de discórdia; o Oscar de melhor ator para Leonardo DiCaprio, depois de cinco indicações, pela atuação em "O Regresso" e, em particular, a formatura do meu filho Renato.
Já quanto às notícias tristes, a relação é imensa: os vários atentados terroristas pelo mundo, entre eles o de 19 de dezembro em Berlim, na Alemanha; o de 12 de junho na casa noturna Pulse, em Orlando, nos EUA; os de 2 de março no Aeroporto Internacional de Zaventem e na estação de metrô Maelbeek em Bruxelas, na Bélgica; o de 29 de junho no Aeroporto Internacional de Istambul, na Turquia; o de 14 de julho em Nice, no sul da França; os estragos causados pelo Furacão Matthew no Haiti, tirando a vida de 877 pessoas em 7 de outubro; as mortes dos refugiados em sua luta pela sobrevivência na Europa; o trágico acidente com um ônibus de estudantes universitários na rodovia Mogi-Bertioga no dia 8 de junho, com 18 mortos; a eleição de Donald Trump nos EUA; a sangrenta guerra civil na Síria que destruiu a cidade de Aleppo; o vergonhoso golpe contra a Democracia aplicado no Brasil; os vários casos de racismo, intolerância e ódio nas redes sociais; a cifra recorde de 12 milhões de desempregados no país; a agressão covarde à zeladora Creonice Coutinho dos Santos, de 43 anos, pelo advogado de 31 anos, Bertrand Aron Vibert Franceschi, no dia 29 de dezembro, em um prédio da Praia do Canto, em Vitória; a agressão covarde à guarda de segurança de um clube da cidade mineira de Três Corações, Edvânia Nayara, de 23 anos, pelo comerciante Luiz Felipe Neder Silva, de 34 anos, em 17 de dezembro; e por fim, o brutal assassinato do vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, o Índio, na estação Pedro II do Metrô de São Paulo, no dia de Natal pelos jovens Ricardo Martins do Nascimento e Alípio Rogério Belo dos Santos. Não se esquecendo da tragédia que atingiu a delegação da equipe da Chapecoense na queda do avião da Lamia, causando a morte de 71 dos seus passageiros.
Outra coisa a se lamentar neste ano foram as declarações lamentáveis de algumas figuras da política. Vejam algumas delas:
- "Quem frequenta bares de madrugada é corno ou delinquente" - Anselmo Pereira (PSDB), vereador de Goiânia;
- "Sou muito bom em guerras. Eu amo as guerras, incluindo as armas nucleares" - Donald Trump, presidente eleito dos EUA;
- "Devo dizer, cara ministra, que o México, para os políticos homens no Brasil, é um perigo, porque descobri que aqui quase a metade dos senadores são mulheres" - José Serra, Ministro das Relações Exteriores do Brasil (PSDB);
- "Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria" - Romero Jucá (Senador do PMDB-RR);
- "Você já viu CPI dar em alguma coisa?" - Fernando Capez (Deputado do PSDB-SP);
- "Quem não tem dinheiro não faz faculdade"- Nelson Marquezelli (Deputado do PTB-SP)
Mas o ano de 2016 foi ainda mais fundo na tristeza e na dor, com a perda de grandes personalidades do jornalismo, do cinema, da literatura, da medicina, do esporte, da política e, sobretudo, da música. Eis alguns dos grandes nomes que perdemos neste ano:
Bud Spencer - 86 anos - Ator;
Carlos Alberto Torres - 72 anos - Ex-jogador de futebol e comentarista de TV;
Carrie Fisher - 60 anos - Atriz e escritora;
Cauby Peixoto - 85 anos - Cantor;
David Bowie - 69 anos - Cantor e compositor;
Dom Paulo Evaristo Arns - 95 anos - Arcebispo emérito de São Paulo;
Elke Maravilha - 71 anos - Atriz;
Ettore Scola - 84 anos - Cineasta;
Ferreira Gullar - 86 anos - Escritor e poeta;
Fidel Castro - 90 anos - Ex-presidente de Cuba;
Gene Wilder - 83 anos - Ator;
Geneton Moraes Neto - 60 anos - Jornalista e escritor;
George Martin - 90 anos - Produtor dos Beatles;
George Michael - 53 anos - Cantor;
Hector Babenco - 70 anos - Cineasta;
Ivo Pitanguy - 93 anos - Cirurgião plástico;
Johan Cruyff - 68 anos - Ex-jogador de futebol e dirigente esportivo;
Keith Emerson - 71 anos - Tecladista;
Leonard Cohen - 82 anos - Cantor e poeta;
Luiza Helena de Bairros - 63 anos - Gestora pública;
Muhammad Ali - 74 anos - Ex-boxeador;
Naná Vasconcelos - 71 anos - Percussionista;
Prince - 57 anos - Cantor e compositor;
Umberto Eco - 84 anos - Escritor;
Vander Lee - 50 anos - Músico, cantor e compositor;
Zsa Zsa Gabor - 99 anos - Atriz.
George Martin com os Beatles: Paul, George, Ringo e John |
Este ano certamente não deixará saudades, por conta de tantas aberrações que presenciamos, com atitudes racistas, homofóbicas e machistas perpetradas por tanta gente, com atentados terroristas ceifando vidas inocentes por todo o mundo, com atuações sórdidas de grandes autoridades do nosso país em vários setores e até aquele espetáculo dantesco dos políticos durante a votação do impeachment da presidenta Dilma na Câmara dos Deputados. Um verdadeiro circo de horrores que espero não se repita nunca mais.
Que este ano de 2017, que já se apresenta no horizonte, faça com que as pessoas sejam mais humanas, justas, gentis, dignas e solidárias.
Que Deus nos abençoe com muita paz, harmonia, solidariedade e amor no coração das pessoas.
Um grande abraço espinosense.