Neste final de semana, entre os dias 7 e 9 de novembro, o povo de Montes Claros teve mais uma edição do tradicional evento da cidade, a Festa Nacional do Pequi. Realizada em um novo local, ao lado do Parque Cândido Canela no Bairro Canelas, na Avenida Viriato Ribeiro de Aquino, a 32ª Festa Nacional do Pequi inovou com uma nova estrutura, abrindo espaço para a gastronomia, o artesanato e a música, distribuídos em locais distintos, mas integrados à festa. Foram disponibilizados pelos organizadores, espaço para as apresentações musicais em dois palcos, batizados de "Flor do Pequi" e "Sabores do Gerais". O espaço "Pequizaria" foi disponibilizado para apresentação de produtos fabricados pelos artesãos, enquanto o espaço "Pequi-nique" pretendeu atender a criançada com brincadeiras e atividades interativas e imersivas. Tinha também o espaço Flor de Pequi, dedicado ao especial fruto que é a razão da festa. Os comes e bebes ficaram por conta das cerca de 40 barracas de empreendedores locais com a oferta de drinks, bebidas e comidas diversas, claro que também com o oferecimento de iguarias feitas com o nosso famoso Pequi.
Entre os artistas que performaram nos palcos da festa, estiveram a Orquestra Norte Mineira de Viola Caipira, o Grupo Lundu de Sapateado Caipira, a Cia de Cá – Espetáculo Vivenças, o Ney Antunes Trio, a turma do Noeno da Viola, Edmilson, Ferreira e Ferreirinha, o Pequi Trio, o Marcos Paracatu, A Outra Banda da Lua, o André Águia e a Luiza Clara, o Pedro Tommaso, a dupla Tuia e Guarabyra, o Pereira da Viola e a banda Quêscara ao lado do Rafael Carneiro.
Teve também exposição fotográfica de Neto Macedo, pintura de mural de Cleiton Cruz, lançamentos dos álbuns "Geraesaara", de André Águia, e "Amora", de Pedro Tommaso, e shows, no espaço cultural do Mercado Municipal, dos artistas Bella do Acordeon e Noeno da Viola e mais Encontro de Violeiros. Teve até um evento inusitado, o concurso do Melhor Roedor de Pequi do Mundo, uma brincadeira que virou coisa séria através do empresário Fred Rocha, proprietário da Venda do Fred, bar e restaurante no Bairro Jardim São Luiz.
A festa, que é uma celebração da nossa identidade geraizeira e sertaneja e que valoriza a diversidade dos frutos do Cerrado, sobretudo o Pequi, atrai a atenção do pessoal mais conectado à Arte e à Cultura, mas deveria ser mais apreciada pela população em geral. Um empecilho para uma maior participação popular deve-se aos salgados preços cobrados nos produtos durante os três dias de festa, o que torna a festa um tanto quanto elitizada. É o que se ouve por aí.
Estive presente na noite de estreia, na sexta-feira, e gostei do ambiente, muito bem estruturado, organizado e bonito. Assisti um pouquinho da apresentação do cantor Marcos Paracatu no palco principal. Senti falta de mais mesas disponíveis na praça de alimentação, pois quem chega um pouquinho mais tarde já não encontra lugar para sentar. Em duas barracas a cerveja já havia acabado, o que surpreendeu positivamente os donos destes empreendimentos. Na terceira barraca, consegui comprar uma cerveja em lata, bem gelada e com preço razoável, R$ 12,00 por um latão da Heineken. Quando me preparava para assistir sossegadamente ao show do Pequi Trio, começou a cair uns pingos de chuva e resolvi me mandar para casa, pois imaginei que viria um toró e eu estava desprevenido, sem guarda-chuva. Fui embora e descobri mais tarde que a chuva não veio, foi só ameaça. Mas valeu a ida lá. Eu queria mesmo era poder assistir aos shows do André Águia, do Pedro Tommaso e d`A Outra Banda da Lua. Fica para a próxima oportunidade.
Gostaria de dar uma ideia aos responsáveis pelo evento realizado pela Cemig e Governo de Minas Gerais, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e corealização da Prefeitura de Montes Claros, com a produção da Nossa Senhora das Produções. Já que o local parece ter sido escolhido para continuar sendo utilizado para eventos de grande porte, sugiro que o canteiro central da avenida seja retirado, assim como as tachas refletivas, também conhecidas como "olhos de gato". Eles atrapalham a locomoção do público presente e podem causar acidentes de tropeções e quedas, sobretudo em crianças e idosos. Retirado o canteiro, a sinalização das pistas seria feita com faixas pintadas no asfalto, sem prejuízo à seguranças dos pedestres e motoristas. E o espaço seria muito mais bem utilizado por todos, barraqueiros e visitantes. Fica a dica!
Um grande abraço espinosense.


