O tempo voa e não para não! E conforme vamos seguindo em frente, driblando as armadilhas dispostas nos tortuosos caminhos adiante e nos rendendo às vicissitudes do imprevisível destino, vamos perdendo pessoas maravilhosas e de fundamental importância nas nossas vidas. Familiares e amigos que muito amamos vão se encantando e subindo aos céus, deixando-nos órfãos e desalentados. Mas é a vida, assim tão linda, magnânima e fabulosa tanto quanto penosa, imprevisível e arbitrária.
Poderia escrever esta minha lamentação dirigindo-me a muitas pessoas amadas que já se foram para um outro plano espiritual, se é que ele existe mesmo. Poderia falar sobre o meu Ricardinho, que ontem completaria seus 32 anos de idade. Poderia falar de Dona Zu, minha mãe. De Madrinha Judith, minha vozinha. Ou poderia falar dos queridos amigos da Resina que não mais estão por aqui, como Gera, Nenzão, Dalton, Negão, Jésus, Luizão, Seu Vavá, Seu João Meira etc. Hoje escolhi lembrar e registrar a viagem à eternidade de um grande amigo da minha Turma da Resina, que considero um irmão. Meu compadre Jorge Adaílson Cordeiro dos Santos, parceiro de inúmeras aventuras, quase todas só de alegria e contentamento. Exatamente hoje, dia 03 de agosto de 2020, completam-se 10 anos da morte do meu caro Daílson, nascido no dia 1º de março de 1963. Ele tinha apenas 47 anos quando faleceu.
Meu amigo-irmão Daílson foi meu companheiro de vários momentos felizes, desde os jogos de futebol, as brincadeiras nas ruas e praças, as aventuras nos rios São Domingos, Galheiro e Rio Verde, os papos na calçada após as baladas, as voltas ao redor das praças após as Missas de domingo, as farrinhas da nossa Turma da Resina, as horas dançantes em sua casa, as viagens para a praia em ônibus fretados, as participações nos animados Carnavais do Clube dos Cem e do Espigão, o seu casamento com comadre Fátima e o nascimento e batizado dos filhos, até uma viagem de férias para Salvador recheada de fatos pitorescos e hilários, enfim, muitas aventuras vividas em parceria. Como não dá para contar tudo, vou me focar na nossa inusitada viagem de férias à capital soteropolitana.
Poderia escrever esta minha lamentação dirigindo-me a muitas pessoas amadas que já se foram para um outro plano espiritual, se é que ele existe mesmo. Poderia falar sobre o meu Ricardinho, que ontem completaria seus 32 anos de idade. Poderia falar de Dona Zu, minha mãe. De Madrinha Judith, minha vozinha. Ou poderia falar dos queridos amigos da Resina que não mais estão por aqui, como Gera, Nenzão, Dalton, Negão, Jésus, Luizão, Seu Vavá, Seu João Meira etc. Hoje escolhi lembrar e registrar a viagem à eternidade de um grande amigo da minha Turma da Resina, que considero um irmão. Meu compadre Jorge Adaílson Cordeiro dos Santos, parceiro de inúmeras aventuras, quase todas só de alegria e contentamento. Exatamente hoje, dia 03 de agosto de 2020, completam-se 10 anos da morte do meu caro Daílson, nascido no dia 1º de março de 1963. Ele tinha apenas 47 anos quando faleceu.
Meu amigo-irmão Daílson foi meu companheiro de vários momentos felizes, desde os jogos de futebol, as brincadeiras nas ruas e praças, as aventuras nos rios São Domingos, Galheiro e Rio Verde, os papos na calçada após as baladas, as voltas ao redor das praças após as Missas de domingo, as farrinhas da nossa Turma da Resina, as horas dançantes em sua casa, as viagens para a praia em ônibus fretados, as participações nos animados Carnavais do Clube dos Cem e do Espigão, o seu casamento com comadre Fátima e o nascimento e batizado dos filhos, até uma viagem de férias para Salvador recheada de fatos pitorescos e hilários, enfim, muitas aventuras vividas em parceria. Como não dá para contar tudo, vou me focar na nossa inusitada viagem de férias à capital soteropolitana.
Estávamos livres e dispensados do trabalho naquele mês de um certo ano na década de 80 e então resolvemos viajar juntos para curtir as ensolaradas praias de Salvador. E lá fomos nós em uma aventura repleta de surpresas. Pegamos logo de manhã um ônibus caindo aos pedaços em Espinosa em direção a Guanambi. Havia chovido no dia anterior e a estrada, ainda de terra, estava cheia de grandes poças de lama, que penetrava em grandes porções no assoalho cheio de buracos do velho ônibus. Tínhamos que viajar com os pés nas poltronas para evitar melar tudo de lodo. Chegamos vivos em Guanambi e tivemos que esperar umas quatro horas até que o outro ônibus saísse para Salvador. Nesse tempo de espera ficamos tomando cerveja até que a hora de continuar a viagem chegasse. Finalmente, às 14 horas e alguns minutos de atraso, conseguimos partir. Não demorou muito tempo e encontramos outro ônibus da mesma empresa parado no acostamento da pista, quebrado. Aí o negócio começou a complicar. Toda a tripulação do veículo avariado teve que se baldear para o nosso. E lá vem gente e bagagem entupindo tudo, com um monte de gente sentada ou amontoada em pé no corredor, reclamando alto e com toda razão. O ônibus parecia se arrastar na estrada, com o peso extra. Na nossa frente, uma criança de colo soltou suas matérias fecais no colo da mãe, exalando um cheiro insuportável no ambiente, impossível de se evaporar rápido pelas janelas já totalmente abertas. Quando a noite vinha chegando, mais um problema no ônibus. Os faróis não funcionavam a contento, aumentando sobremaneira o risco de uma colisão na rodovia. Foram várias paradas para tentar o conserto da falha nos faróis, até que apareceu um sujeito que tinha conhecimento de mecânica e fez uma gambiarra, sanando o problema de vez. O que nos divertia muito nessa situação desconfortável era um sujeito com sotaque baiano que era um gozador nato, com uma capacidade incrível de contar casos, piadas e divertir a todos. Só assim a atmosfera ficou mais palatável até chegarmos em Salvador.
Lá chegando fomos nos hospedar em um hotel na Rua Chile, bem no centro da cidade, próximo ao Elevador Lacerda. Nos acomodamos e sem perder tempo, saímos para conhecer a capital. Rodamos tudo por ali perto a pé. Conhecemos o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo, a Praça Castro Alves, o Pelourinho e quando passamos diante de um cinema, vimos que o filme estava começando naquele momento e resolvemos assisti-lo, comprando rápido os ingressos sem nem observar o nome da película. Depois de conseguir um lugar com a ajuda do lanterninha, já que as luzes já haviam se apagado, foi que descobrimos, perplexos, qual era o gênero da fita. Naquela época as transmissões em 3D com uso de óculos especiais era uma novidade super apreciada. Aí, com poucos minutos de visualização descobrimos que não se tratava nem de um filme de drama, suspense, ação ou comédia. Era um filme pornográfico! E com os óculos de 3D, parecia que o órgão genital do protagonista em algumas cenas passava a centímetros do nosso nariz. Aquilo era muito estranho e aí, às gargalhadas, resolvemos deixar o cinema e abandonar o filme. As gargalhadas sobre este episódio duraram anos e anos, sempre que nos encontrávamos. Outras curiosas situações ocorreram, mas ficam para outra oportunidade relatá-las. No final das contas, o nosso passeio foi excelente, com muita praia, cerveja e "causos" para contar aos amigos.
Lá chegando fomos nos hospedar em um hotel na Rua Chile, bem no centro da cidade, próximo ao Elevador Lacerda. Nos acomodamos e sem perder tempo, saímos para conhecer a capital. Rodamos tudo por ali perto a pé. Conhecemos o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo, a Praça Castro Alves, o Pelourinho e quando passamos diante de um cinema, vimos que o filme estava começando naquele momento e resolvemos assisti-lo, comprando rápido os ingressos sem nem observar o nome da película. Depois de conseguir um lugar com a ajuda do lanterninha, já que as luzes já haviam se apagado, foi que descobrimos, perplexos, qual era o gênero da fita. Naquela época as transmissões em 3D com uso de óculos especiais era uma novidade super apreciada. Aí, com poucos minutos de visualização descobrimos que não se tratava nem de um filme de drama, suspense, ação ou comédia. Era um filme pornográfico! E com os óculos de 3D, parecia que o órgão genital do protagonista em algumas cenas passava a centímetros do nosso nariz. Aquilo era muito estranho e aí, às gargalhadas, resolvemos deixar o cinema e abandonar o filme. As gargalhadas sobre este episódio duraram anos e anos, sempre que nos encontrávamos. Outras curiosas situações ocorreram, mas ficam para outra oportunidade relatá-las. No final das contas, o nosso passeio foi excelente, com muita praia, cerveja e "causos" para contar aos amigos.
Para estreitar ainda mais a minha amizade com Daílson, tive a imensa felicidade de ser padrinho de batizado, ao lado de minha esposa Cléa, da pequena Hellen, uma alegria que prezo até hoje. Recentemente tive a alegria de poder estar presente na formatura da minha afilhada, no curso de Farmácia, na cidade de Guanambi, onde pude rever Fátima e seus filhos Heby e Orlando, em um reencontro maravilhoso e gratificante.
A saudade é grande, mas a certeza de que ele está em um bom lugar me conforta, pois ele merece descansar em paz, já que na sua caminhada aqui na terra, ele se mostrou uma pessoa serena, responsável, trabalhadora, honesta, leal e extremamente digna. Um amigo de bom coração! Onde estiver, terá para sempre a minha amizade, o meu carinho e a minha gratidão! Talvez um dia a gente se reencontre em outra dimensão, quem sabe? Saudades, meu querido compadre Daílson!
Um grande abraço espinosense.