Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

2074 - O eterno Freddie do Queen




Hoje vou escrever sobre o filme que assisti anteontem e que me fez ficar extasiado, "Bohemian Rhapsody". Mas antes tenho que contar uma velha historinha que tem tudo a ver com o assunto. Lembro-me de uma situação interessante ocorrida em Espinosa lá pelos anos 80. Estava eu, não me lembro fazendo o quê,  na empresa revendedora de cerveja Brahma de propriedade de Custódio e Dona Nilva, bem ali no início da Avenida Dr. José Cangussu, quando chegou meu amigo Claudinho, filho deles, ainda garoto, com um fone de ouvido escutando música em alto volume. Questionado sobre quem ele ouvia com tanto prazer, a resposta foi curta, firme e direta: "aqui é o Queen, rapaz!". Nunca me esqueci disso e agora, com o sucesso do filme sobre o Freddie Mercury e o Queen, não poderia deixar de me lembrar desse fato tão porreta que me deixou muito feliz, pois já naquela época eu era muito fã dos caras e tinha uns dois ou três discos deles. Vamos ao filme, então.


A cinebiografia que conta a trajetória da famosa banda de Rock inglesa Queen e, particularmente, do seu grande destaque, o vocalista Freddie Mercury, parece ter sido realizada como um grande presente para os seus milhões de fãs espalhados pelo mundo inteiro, eu inclusive, uai. O filme vem com ótimos figurinos, fotografia, som e atuações dos personagens centrais da trama. Pode-se até reclamar do pouco tempo utilizado para contar a magnífica e extensa história da banda e do Freddie, pois faltaram muitas informações sobre o final da vida do vocalista, morto em decorrência da maldita AIDS. Mas não faltou qualidade no que foi mostrado, muito pelo contrário. Sou suspeito para comentar, pois minha admiração pelos caras vem desde o início.



Mas se no geral adorei o filme, elogiável pela sua honesta exibição do comportamento amoroso do astro da banda e do às vezes conturbado relacionamento dos seus integrantes, algumas inconsistências na história da banda não podem ser desprezadas. Freddie foi diagnosticado com AIDS após o show do Live Aid e não antes. Freddie não foi o primeiro a querer gravar disco solo. Roger Taylor já havia feito isso antes por duas vezes e Brian May por uma. Outro fato é que o Queen esteve se apresentando no Brasil pela primeira vez, não no Rio de Janeiro, mas em São Paulo, em dois shows realizados no Estádio do Morumbi nos dias 20 e 21 de março de 1981. E mais, foi em uma boate gay de nome "Copacabana" (se reencontrariam na "Heaven") que ele conheceu o cabeleireiro (e não garçom) Tim Hutton, com quem viveu uma história de amor até os últimos dias.


Um dos momentos mais porretas, vibrantes e emocionantes do filme é a reprodução do mais alto momento da banda: a vulcânica apresentação de apenas 25 minutos no evento beneficente Live Aid, no Estádio de Wembley completamente lotado, no dia 13 de julho de 1985. O show foi transmitido e assistido por cerca de 1,5 bilhões de pessoas em todo o planeta.
A sensação que se sente no cinema é que tudo está passando muito rápido. Para o admirador fanático do quarteto inglês, o filme poderia durar mais uma ou duas horas que estaria tudo bem. Eu mesmo gostaria de ver mais informações sobre a vida de Freddie e dos outros integrantes da banda, bem como mais cenas de performances musicais. Mas tá bom, valeu muito.  
"Bohemian Rhapsody" faturou cerca de US$ 50 milhões nos Estados Unidos e aqui no Brasil, na primeira semana, já rendeu R$ 9,6 milhões, um sucesso estrondoso de público e renda.      


Elenco:
Rami Malek - Freddie Mercury
Gwilym Lee - Brian May
Ben Hardy - Roger Taylor
Joseph Mazzello - John Deacon
Lucy Boynton - Mary Austin
Allen Leech - Paul Prenter
Tom Hollander - Jim Beach
Aidan Gillen - John Reid
Mike Myers - Ray Foster
Aaron McCusker - Jim Hutton
Data de lançamento: 24-10-2018 (Reino Unido), 01-11-2018 (Brasil)
Direção: Bryan Singer (substituído no final por Dexter Fletcher)
Música composta por: John Ottman
Produção: Bryan Singer, Robert De Niro, Graham King, Jim Beach
Produtoras: 20th Century Fox, Initial Entertainment Group, Regency Enterprises


Notícias dão conta de que em alguns cinemas do país foram percebidos atos de homofobia quando da apresentação na tela de uma cena amorosa de Freddie Mercury (um beijo e nada mais), o que configura uma imbecilidade gritante, não só pela tosca demonstração de intolerância, bem como da incrível e hilária ignorância dessas pessoas sobre a condição sexual do artista, bastante conhecida de quem tem o mínimo de apreço pela sua história e a do Queen. Freddie foi um gigante da música, um compositor talentoso e um dos maiores vocalistas da história do Rock de todos os tempos, senão o maior. Um ícone indiscutível e eterno por quem tenho enorme admiração!


Para quem não conhece, o Queen foi uma banda de Rock and Roll formada pelo guitarrista Brian Harold May, pelo baixista John Richard Deacon, pelo baterista Roger Meddows-Taylor e pelo magistral vocalista Freddie Mercury (Farrokh Bulsara), este o melhor vocalista da história do Rock, na minha opinião um tanto quanto parcial. A banda que gravou 15 álbuns de estúdio, lançou outros discos ao vivo e algumas coletânias, vendendo cerca de 300 milhões de discos ao redor do mundo, se dissolveu após a morte de Freddie em 24 de novembro de 1991, de broncopneumonia decorrente da AIDS, aos 45 anos de idade. A banda retornou tempos depois em algumas apresentações pelo mundo, com a participação dos cantores Paul Rodgers (entre 2004 e 2009) e Adam Lambert (de 2011 a 2018) nos vocais.
O Queen tem o seu nome gravado para sempre na história do Rock and Roll e com imensa importância. O grupo foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame em 2001 e ganhou uma estrela no Passeio da Fama em Hollywood em 2005, além de virar tema do musical We Will Rock You e desta mais recente homenagem, o filme Bohemian Rhapsody.

Discografia de estúdio:
1973 - Queen
1974 - Queen II
1974 - Sheer Heart Attack
1975 - A Night at the Opera
1976 - A Day at the Races
1977 - News of the World
1978 - Jazz
1980 - The Game
1980 - Flash Gordon
1982 - Hot Space
1984 - The Works
1986 - A Kind of Magic
1989 - The Miracle
1991 - Innuendo
1995 - Made in Heaven
Um grande abraço espinosense.