Assim como tantas conquistas na vida, a primeira taça conquistada no futebol, desta vez na modalidade salão, jamais pode ser esquecida. Ainda mais quando você entra na disputa, contra poderosos adversários, sem a menor credibilidade e confiança. E foi assim, sem qualquer pretensão, que o jovem e inexperiente time da AABB de Espinosa foi formado e se dirigiu para a disputa regional que seria realizada em Montes Claros no longínquo agosto de 1982. Na fase anterior, microrregional, o time havia se classificado em Janaúba e iria representar as cidades da nossa região.
Chegamos a Montes Claros completamente desacreditados. O nosso time era formado basicamente pelos novos funcionários do Banco do Brasil, que haviam tomado posse pouco tempo após serem aprovados em concurso no ano de 1981. A AABB Espinosa tinha então um ótimo e respeitado time de futebol de salão, com a presença de Waltinho, João Carlos, Tintin, Camilo e Tuka, e que fazia partidas memoráveis contra a excelente equipe do MESCRA, formada pelos jovens Ricardo (Tu), Zé Alberto, Célio, Ernani, Marquinhos e Silvinho. Era um grande clássico na cidade.
Com a transferência de alguns e chegada de novos funcionários "atletas", o "fominha" de bola Tuka, gente da melhor qualidade, resolveu nos reunir para criar uma nova equipe, não sem antes colocar apelido em todo mundo. Carlinhos de Zezé virou Mangabinha; Veraldino virou Girafinha; Arthur virou Vitamina; Carlos Sebastião virou Tiãozinho e eu, Eustáquio, virei o Takinho. Estava formado o famoso "Sukata".
Naquele ano de 1982, iria começar então os jogos das AABB, e começamos a fazer alguns treinos. Normalmente o resultado era desastroso, com derrotas acachapantes para os adversários da cidade. Mas seguimos em frente e partimos para a fase microrregional, que reunia os times da região como Porteirinha, Janaúba, Mato Verde, Monte Azul, entre outros. E não é que nos classificamos em primeiro lugar? Fomos então para a fase regional, a ser disputada em Montes Claros, ainda naquelas quadras a céu aberto, de piso duro de cimento e sob um sol escaldante. Mas não nos intimidamos e com boas atuações e vitórias suadas, chegamos ao terceiro e último jogo da fase de classificação, contra o poderoso time de Montes Claros. Em jogo tenso e muito disputado, estávamos perdendo a vaga para a final, com o resultado negativo de 3 x 2, quando para piorar a situação, Vitamina foi expulso. Faltando poucos minutos para o final da partida, e com um jogador a menos, passamos a tomar o maior sufoco. Só que o futebol é sempre surpreendente e em uma jogada individual, no contra-ataque, conseguimos empatar em 3 x 3. Pelo regulamento, tínhamos a vantagem no saldo de gols e então nos classificamos para a grande final a ser disputada no dia seguinte, na manhã do domingo.
O adversário era o ótimo time de Bocaiúva, que tinha o goleiraço Zé Américo na sua melhor fase e ainda o vigoroso Walter Abreu e o habilidoso canhoto Carlinhos.
Como toda final, disputa acirrada e muita correria. Estava difícil vencer a barreira do goleiro Zé Américo, conhecido como Mão de Onça, tamanha a sua qualidade técnica na defesa da sua meta. Mas com muita dificuldade, conseguimos fazer 2 x 1. Um lance fortuito, porém, foi fundamental para a nossa vitória. Quase no fim do jogo, o time de Bocaiúva, que nos sufocava em busca do empate, desce em um rápido contra-ataque e, com o nosso goleiro Tiãozinho completamente batido, tem a chance de empatar nos pés de Walter, que tinha um canhão no pé direito. Sem goleiro, ele chuta forte para dentro do nosso gol. Mas o imprevisto acontece. Com o nosso goleiro fora da jogada, eu corro para dentro do gol e a bola chutada violentamente, bate na minha cabeça e sai pela linha de fundo. Fiquei completamente tonto por uns cinco minutos, vendo estrelinhas. Mas valeu a pena. Depois de me recuperar da pancada, e com pouco mais de um minuto, o árbitro encerrou a partida, decretando a nossa valiosa conquista, para nosso imenso alívio e alegria. Nós éramos os campeões regionais e mais adiante iríamos representar a região jogando na cidade de Ituiutaba, onde terminamos em terceiro lugar do estado, atrás apenas de Juiz de Fora e de Governador Valadares. Uma conquista memorável!
Naquele ano de 1982, iria começar então os jogos das AABB, e começamos a fazer alguns treinos. Normalmente o resultado era desastroso, com derrotas acachapantes para os adversários da cidade. Mas seguimos em frente e partimos para a fase microrregional, que reunia os times da região como Porteirinha, Janaúba, Mato Verde, Monte Azul, entre outros. E não é que nos classificamos em primeiro lugar? Fomos então para a fase regional, a ser disputada em Montes Claros, ainda naquelas quadras a céu aberto, de piso duro de cimento e sob um sol escaldante. Mas não nos intimidamos e com boas atuações e vitórias suadas, chegamos ao terceiro e último jogo da fase de classificação, contra o poderoso time de Montes Claros. Em jogo tenso e muito disputado, estávamos perdendo a vaga para a final, com o resultado negativo de 3 x 2, quando para piorar a situação, Vitamina foi expulso. Faltando poucos minutos para o final da partida, e com um jogador a menos, passamos a tomar o maior sufoco. Só que o futebol é sempre surpreendente e em uma jogada individual, no contra-ataque, conseguimos empatar em 3 x 3. Pelo regulamento, tínhamos a vantagem no saldo de gols e então nos classificamos para a grande final a ser disputada no dia seguinte, na manhã do domingo.
O adversário era o ótimo time de Bocaiúva, que tinha o goleiraço Zé Américo na sua melhor fase e ainda o vigoroso Walter Abreu e o habilidoso canhoto Carlinhos.
Como toda final, disputa acirrada e muita correria. Estava difícil vencer a barreira do goleiro Zé Américo, conhecido como Mão de Onça, tamanha a sua qualidade técnica na defesa da sua meta. Mas com muita dificuldade, conseguimos fazer 2 x 1. Um lance fortuito, porém, foi fundamental para a nossa vitória. Quase no fim do jogo, o time de Bocaiúva, que nos sufocava em busca do empate, desce em um rápido contra-ataque e, com o nosso goleiro Tiãozinho completamente batido, tem a chance de empatar nos pés de Walter, que tinha um canhão no pé direito. Sem goleiro, ele chuta forte para dentro do nosso gol. Mas o imprevisto acontece. Com o nosso goleiro fora da jogada, eu corro para dentro do gol e a bola chutada violentamente, bate na minha cabeça e sai pela linha de fundo. Fiquei completamente tonto por uns cinco minutos, vendo estrelinhas. Mas valeu a pena. Depois de me recuperar da pancada, e com pouco mais de um minuto, o árbitro encerrou a partida, decretando a nossa valiosa conquista, para nosso imenso alívio e alegria. Nós éramos os campeões regionais e mais adiante iríamos representar a região jogando na cidade de Ituiutaba, onde terminamos em terceiro lugar do estado, atrás apenas de Juiz de Fora e de Governador Valadares. Uma conquista memorável!
Naquela epopeia esportiva, tivemos Tiãozinho e Waltinho para o gol; João Carlos, Eu e Tonhão para a defesa; Mangabinha, Tuka, Vitamina, Quinha e Dino para o ataque. Na torcida, Nislei, esposa de Tuka, com os seus meninos, Luiz Carlos, Luiz Dedim, Marquinhos e o saudoso Zazá.
Mais do que um título no esporte, aquela brilhante conquista significou a solidificação de uma amizade sincera entre nós, que permanece inalterada e fortalecida até os dias atuais. Amigos para a vida toda!
Mais do que um título no esporte, aquela brilhante conquista significou a solidificação de uma amizade sincera entre nós, que permanece inalterada e fortalecida até os dias atuais. Amigos para a vida toda!