Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

segunda-feira, 5 de abril de 2021

2648 - Despedida da Rosa Neon em clima de alegria

Desde que descobri a banda mineira "Rosa Neon", tornei-me imediatamente um fã. Ainda mais pela presença fulgurante da talentosa Marina Sena, de quem sou um admirador apaixonado desde os seus tempos de apresentações em Montes Claros com "A Outra Banda da Lua". Inicialmente formado em quarteto, com Marina Sena, Mariana Cavanellas, Luiz Gabriel Lopes e Marcelo Tofani, a banda que se iniciou após um encontro fortuito dos jovens artistas na bucólica Milho Verde, distrito de Serro, foi se modificando com o tempo, até que agora decidiu encerrar o projeto, com cada um retornando às aventuras nas suas carreiras individuais. O que começou como um projeto paralelo e transformou-se em uma banda em tempo integral, foi maravilhoso enquanto durou, com vários singles muito bem aceitos pelos fãs, um álbum lançado em setembro de 2019 e shows em vários estados do Brasil e até uma turnê por Portugal e Alemanha.
Por conta dos desejos dos artistas de dar amplidão aos seus projetos musicais individuais, a banda que se iniciou em novembro de 2018 com o lançamento do single "Fala Lá Pra Ela'', resolveu se dissolver neste mês de março. Para a despedida, entretanto, nada de choro nem vela, nem rancores ou tristeza, mas ao contrário, muita luz, alegria e, nas palavras dos remanescentes da banda, "uma labareda de esperança nesses tempos tão nebulosos". A última canção chama-se "A gente É Demais", lançada há poucos dias, com a participação do trio Marina Sena, Marcelo Tofani e BAKA. 
Enquanto durou, a "Rosa Neon" trouxe brilho, suíngue, malemolência e contentamento a quem aprecia boa música, especialmente o público mineiro. As músicas continuarão aí, na mente de quem curtiu, para sempre. Que a turma se realize profissionalmente em seus projetos pessoais, criando e espalhando coisas bonitas para que possamos usufruir dos seus muitos talentos. Boa sorte, rapaziada! 
Um grande abraço espinosense.



2647 - Nélson David Dantas falece em Espinosa

O que mais me entristece na tarefa diária de conduzir este nosso simples espaço democrático é ter de anunciar a partida de pessoas as mais dignas e importantes, não só da nossa amada Espinosa, mas de todo o mundo. Gostaria muito de não ter que publicar tantas perdas desoladoras de pessoas queridas, mas a dura realidade não pode ser escamoteada. Ainda mais nesses tempos sombrios e tenebrosos em que dia após dia, milhares de irmãos brasileiros perdem suas vidas para o terrível vírus da Covid-19, ainda sem a vacina salvadora para todos.
E as péssimas notícias não cessam de chegar, de perdas pela Covid e por outras causas diversas. Tomei conhecimento há pouco, de mais uma perda significativa para a comunidade espinosense, a morte do senhor Nélson David Dantas, cidadão digno, respeitável e bastante apreciado pela nossa população. Não tenho informações sobre a causa do seu falecimento ocorrido ontem. 
Aos familiares e amigos do senhor Nélson, os meus sinceros sentimentos de pesar por sua partida. Rogo a Deus para Ele que lhes dê fé, resignação e força para suportarem este terrível momento de dor e tristeza. Também ao Criador, peço que lhe garanta o descanso eterno em total paz.
Quero registrar aqui, nesses tempos de dor e abatimento, a minha imensa alegria por ver irmãos espinosenses conseguindo vencer a batalha contra o novo Coronavírus, casos de Maurício, Ronaldo, Thiago e Bel. Que muitos outros mais tenham a bênção divina de vencer esta maldita, traiçoeira e letal enfermidade.
Um grande abraço espinosense.


2646 - As mortes de Agnaldo Timóteo e Lafayette deixam a música brasileira mais pobre

Casado com a cantora Dina Lúcia (Esmeraldina Dias Varges Limp) há 51 anos e enfrentando uma doença renal crônica que o obrigava a fazer hemodiálise três vezes por semana, o lendário tecladista Lafayette, ou Lafayette Coelho Varges Limp, de 78 anos, sucumbiu a uma pneumonia e faleceu aos 78 anos de idade na última quarta-feira, 31 de março de 2021, no Rio de Janeiro. 
Lafayette tornou-se famoso no cenário musical brasileiro tocando órgão Hammond B3 em discos da "Jovem Guarda", especialmente em obras do Rei Roberto Carlos, como as músicas "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno" e "Não Quero Ver Você Triste". Lafayette integrou conjuntos como "Blue Jeans Rock" e "Sambrasa", sem sucesso. Tudo começou a melhorar quando ele ainda tocava piano clássico e ao chegar ao estúdio da RCA Victor, no Rio de Janeiro, para gravar em um álbum de Erasmo Carlos, viu em um canto um órgão coberto com uma capa empoeirada e então começou a brincar com o instrumento, atraindo a atenção do cantor e compositor carioca, que viu ali uma boa opção para melhorar a sonoridade do seu trabalho. Daí em diante, virou um músico elogiado e constantemente convidado para gravações musicais. Vendeu milhões de discos com versões instrumentais de hits da época, em uma série intitulada "Lafayette Apresenta os Sucessos". 
Depois de um longo período de ostracismo, no ano de 2004, foi redescoberto e passou a integrar a banda "Os Tremendões", a convite do líder do grupo, Gabriel Thomaz. O grupo é formado por Gabriel Thomaz (Guitarra e voz), Érika Martins (Voz), André Paixão, o Nervoso (Guitarra e voz), Melvin Fleming (Baixo e voz), Renato Martins (Guitarra e voz) e Vinícius Kaka (bateria). Com a entrada do tecladista, o grupo passou a se apresentar com o nome de "Lafayette e Os Tremendões", realizando uma série de shows e gravando dois álbuns: "As 15 Super Quentes de Lafayette e os Tremendões" (2009) e "A Nova Guarda de Lafayette e Os Tremendões" (2015, com músicas inéditas).
Lafayette deixa um legado na história da música brasileira, com sua marca registrada em vários discos que se tornaram clássicos no país. Que descanse em paz!


Erasmo Carlos e Lafayette


Outra perda impactante no cenário musical brasileiro foi a do cantor e compositor mineiro Agnaldo Timóteo Pereira, nascido em Caratinga em 16 de outubro de 1936. Neste sábado, dia 03 de abril de 2021, ele faleceu no Rio de Janeiro, de complicações da Covid-19, aos 84 anos de idade. 
Torneiro mecânico na juventude, jogador de futebol amador em Governador Valadares e cantor amador em circos e rádios do interior, Agnaldo só se consagrou na música depois que se transferiu para o Rio de Janeiro, passando por maus bocados antes de conseguir o sucesso no final dos anos 60. Uma música que o impulsionou para o estrelato foi a gravação da versão do sucesso da banda britânica de Rock The Animals, "The House of the Rising Sun", gravada como "A Casa do Sol Nascente". 
Após vários álbuns lançados com versões de músicas estrangeiras, Agnaldo descobriu seu caminho mais adiante, cantando músicas brasileiras e de conteúdo romântico, vendendo milhares de discos e se destacando nas paradas de sucesso. 
Agnaldo sempre se mostrou extrovertido, falastrão e polêmico quando de suas aparições corriqueiras em programas de televisão popularescos, jamais revelando totalmente ao público suas escolhas amorosas. Entrou para a vida política, sendo eleito para deputado federal em 1982, candidatando-se, sem sucesso, ao governo do Rio de Janeiro em 1986 e retornando à Câmara de Deputados em 1996. Foi eleito vereador nas duas principais cidades do país, Rio e São Paulo. 
Certamente não foi a maior voz da música brasileira, mas destacou-se como uma das mais importantes do cenário musical do país, ao lado de Nélson Gonçalves, Cauby Peixoto, Waldick Soriano, Nélson Ned e Altemar Dutra, ganhando o respeito de fãs e de críticos musicais. Que também descanse em paz!  
Um grande abraço espinosense.