Casado com a cantora Dina Lúcia (Esmeraldina Dias Varges Limp) há 51 anos e enfrentando uma doença renal crônica que o obrigava a fazer hemodiálise três vezes por semana, o lendário tecladista Lafayette, ou Lafayette Coelho Varges Limp, de 78 anos, sucumbiu a uma pneumonia e faleceu aos 78 anos de idade na última quarta-feira, 31 de março de 2021, no Rio de Janeiro.
Lafayette tornou-se famoso no cenário musical brasileiro tocando órgão Hammond B3 em discos da "Jovem Guarda", especialmente em obras do Rei Roberto Carlos, como as músicas "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno" e "Não Quero Ver Você Triste". Lafayette integrou conjuntos como "Blue Jeans Rock" e "Sambrasa", sem sucesso. Tudo começou a melhorar quando ele ainda tocava piano clássico e ao chegar ao estúdio da RCA Victor, no Rio de Janeiro, para gravar em um álbum de Erasmo Carlos, viu em um canto um órgão coberto com uma capa empoeirada e então começou a brincar com o instrumento, atraindo a atenção do cantor e compositor carioca, que viu ali uma boa opção para melhorar a sonoridade do seu trabalho. Daí em diante, virou um músico elogiado e constantemente convidado para gravações musicais. Vendeu milhões de discos com versões instrumentais de hits da época, em uma série intitulada "Lafayette Apresenta os Sucessos".
Depois de um longo período de ostracismo, no ano de 2004, foi redescoberto e passou a integrar a banda "Os Tremendões", a convite do líder do grupo, Gabriel Thomaz. O grupo é formado por Gabriel Thomaz (Guitarra e voz), Érika Martins (Voz), André Paixão, o Nervoso (Guitarra e voz), Melvin Fleming (Baixo e voz), Renato Martins (Guitarra e voz) e Vinícius Kaka (bateria). Com a entrada do tecladista, o grupo passou a se apresentar com o nome de "Lafayette e Os Tremendões", realizando uma série de shows e gravando dois álbuns: "As 15 Super Quentes de Lafayette e os Tremendões" (2009) e "A Nova Guarda de Lafayette e Os Tremendões" (2015, com músicas inéditas).
Lafayette deixa um legado na história da música brasileira, com sua marca registrada em vários discos que se tornaram clássicos no país. Que descanse em paz!
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Erasmo Carlos e Lafayette |
Outra perda impactante no cenário musical brasileiro foi a do cantor e compositor mineiro Agnaldo Timóteo Pereira, nascido em Caratinga em 16 de outubro de 1936. Neste sábado, dia 03 de abril de 2021, ele faleceu no Rio de Janeiro, de complicações da Covid-19, aos 84 anos de idade.
Torneiro mecânico na juventude, jogador de futebol amador em Governador Valadares e cantor amador em circos e rádios do interior, Agnaldo só se consagrou na música depois que se transferiu para o Rio de Janeiro, passando por maus bocados antes de conseguir o sucesso no final dos anos 60. Uma música que o impulsionou para o estrelato foi a gravação da versão do sucesso da banda britânica de Rock The Animals, "The House of the Rising Sun", gravada como "A Casa do Sol Nascente".
Após vários álbuns lançados com versões de músicas estrangeiras, Agnaldo descobriu seu caminho mais adiante, cantando músicas brasileiras e de conteúdo romântico, vendendo milhares de discos e se destacando nas paradas de sucesso.
Agnaldo sempre se mostrou extrovertido, falastrão e polêmico quando de suas aparições corriqueiras em programas de televisão popularescos, jamais revelando totalmente ao público suas escolhas amorosas. Entrou para a vida política, sendo eleito para deputado federal em 1982, candidatando-se, sem sucesso, ao governo do Rio de Janeiro em 1986 e retornando à Câmara de Deputados em 1996. Foi eleito vereador nas duas principais cidades do país, Rio e São Paulo.
Certamente não foi a maior voz da música brasileira, mas destacou-se como uma das mais importantes do cenário musical do país, ao lado de Nélson Gonçalves, Cauby Peixoto, Waldick Soriano, Nélson Ned e Altemar Dutra, ganhando o respeito de fãs e de críticos musicais. Que também descanse em paz!
Um grande abraço espinosense.