Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.
Muitos são os artistas espinosenses, talentosos na arte de criar e tocar músicas que agradam nossos ouvidos, afagam os nossos corações e acalentam as nossas almas. Dentre tantos, uma banda merece destaque absoluto: Os Cardeais! Formada no ano de 1968 pelo saxofonista Petronílio Moreira Brandão, conhecido como Louro Baiano ou Lourinho, o conjunto musical logo ganhou espaço relevante nas regiões Norte de Minas e Sudoeste da Bahia, tornando-se um grande sucesso, apresentando um repertório variado entre o tradicional e o moderno, entre canções nacionais e estrangeiras, que abriram a mente de muitos de nós, jovens com pouco ou nenhum conhecimento da evolução da música produzida no mundo. Foram seus integrantes o tecladista Betinho e o cantor Fernando Cézar, ainda bem jovem. Mas a formação clássica que acompanhei e que me fez encantar nos meus anos de juventude tinha as participações esporádicas de Lourinho no saxofone e de Custódio no trompete, e a atuação constante dos vocalistas Osmar Antunes Silva (Osmarzão) e Josenilton Castro Gomes (Niltinho), do guitarrista Galdino Marceno Brito, do baixista Ideval Santos Lopes (Devá), do baterista Geraldo Ivo Amorim (Canichane) e do tecladista e cantor João Gomes de Abreu (Joãozinho). Um time de craques da música!
O respeitado Maestro Fred Dantas, de Urandi, fez um texto primoroso sobre Os Cardeais na sua página do Facebook na data de 19 de abril de 2021, republicada no dia 17 de janeiro de 2024, onde discorre sobre as influências dos nossos músicos na sua formação musical. Tentei obter autorização dele para publicar aqui na íntegra o seu texto maravilhoso, mas não consegui êxito. Mas quem quiser lê-lo, a página do urandiense Maestro Fred, filho do ilustre Doutor Dantas, está no endereço https://www.facebook.com/profile.php?id=100002307756424.
Logo que me casei aos 26 anos, tive o prazer de morar na casa do meu amigo e colega de banco Valdivino Alves Sobrinho, na esquina das ruas Janaúba e Ursulino Sales, do outro lado da rua da casa de Lourinho d´Os Cardeais. Por muitas vezes, enquanto brincava com meu filho Ricardo ainda pequenino, recém nascido, escutava os ensaios da banda realizados na garagem da casa de Dona Duri, um privilégio.
Os Cardeais tiveram positiva influência na minha trajetória de vida, por vezes sendo a trilha sonora da minha já longa caminhada, em shows, festas, bailes e, especialmente, nos Carnavais maravilhosos e inesquecíveis de outrora, realizados no Clube dos 100 e no Espigão na Praça Antonino Neves. Sob os acordes da guitarra de Galdino, do baixo de Devá, da bateria de Canichane, do trompete de Custódio, do saxofone de Lourinho, dos teclados de Joãozinho e das vozes marcantes de Niltinho e Osmar, vivenciei momentos formidáveis e eternamente guardados na memória.
Aproveitando a oportunidade, quero aqui pedir desculpas publicamente aos integrantes d´Os Cardeais, especialmente aos meus estimados Niltinho e Galdino, por uma promessa não cumprida. Quando a banda completou 50 anos de existência, eu tinha a ideia e a vontade de fazer um pequeno documentário sobre a sua bem-sucedida história, realizando entrevistas com alguns de seus integrantes. Infelizmente, pelas muitas dificuldades de circunstâncias por morar em Montes Claros, o meu sonho se tornou impraticável e não pude concretizar minha ideia. Lamento muito e sinto vergonha e frustração por não ter conseguido realizar este meu pequeno projeto. Então, peço humildemente desculpas e perdão aos meus ídolos d´Os Cardeais pelo meu fracasso, pois vocês foram muito importantes na minha vida e eu só tenho que ter muita gratidão a todos. Muito obrigado por tudo, Os Cardeais!
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.