Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

domingo, 25 de julho de 2021

2740 - Pathy e Rebecca vencem na estreia nas Olimpíadas de Tóquio

Neste fim de noite de domingo, 25 de julho de 2021, a nossa Espinosa incluiu, na sua já quase centenária história oficial, um fato histórico e digno de aplausos: a participação, pela primeira vez, de uma filha da terra na maior e mais importante competição esportiva do planeta, as Olimpíadas. Fez a sua estreia na modalidade de vôlei de praia, ao lado da guerreira e fiel parceira Rebecca Cavalcanti, a nossa "Menina de Ouro" Ana Patrícia Silva Ramos, a Pathy, orgulho de toda nossa comunidade desde que foi descoberta ao acaso e se transformou em competitiva atleta profissional de vôlei.
Com seus 1,94 metro de altura e um talento espetacular para o esporte, a menina deixou sua família em Espinosa, cresceu ainda mais e ganhou o mundo. Foi campeã dos Jogos Olímpicos da Juventude de 2014 na China, bicampeã mundial sub-21 de vôlei de praia 2016/2017 e na última temporada do Circuito Mundial, conquistou em treze etapas jogadas ao lado de Rebecca, duas medalhas de ouro, uma de prata e outras quatro de bronze, conquistando a concorrida vaga para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão.
Na estreia na competição realizada hoje na arena temporária montada no Parque Shiokaze, a dupla brasileira enfrentou o duo queniano formado pelas atletas Brackcides Khadambi e Gaudencia Makokha, vencendo por 2 sets a 0, parciais de 21 x 15 e 21 x 9. Na terça-feira, 27 de julho, as adversárias da segunda partida serão Graudina/Kravcenoka, da Letônia. A primeira fase se encerra com o duelo contra as norte-americanas Claes/Sponcil no dia 30, às 21h.
Parabéns à nossa Pathy e à sua parceira Rebecca pela alegria e orgulho que sempre nos dão. Boa sorte, garotas, e que venha a cobiçada Medalha de Ouro Olímpica, se Deus quiser! 
Um grande abraço espinosense.




2739 - Morre em Espinosa Filogônio Ramos, o Boy

Quando a gente já estava se sentindo mais reconfortado, com a diminuição significativa das péssimas notícias de falecimentos de irmãos espinosenses devido à maldita Covid-19, eis que a tarde de domingo nos traz um comunicado de extrema tristeza, com a informação da morte prematura do amigo Filogônio Ramos. 
Cidadão querido e respeitado na cidade de Espinosa pela sua serenidade, dedicação ao trabalho e humildade, entre outras virtudes, Boy, como era bastante conhecido na comunidade, perdeu a vida de forma trágica em um acidente automobilístico na perigosa curva da Vila de Santana, quando seu carro capotou para fora da estrada.
Sempre que nos encontrávamos em Espinosa, eu não perdia a oportunidade de brincar com ele, repetindo pela enésima vez a velha e surrada história de que ele era o cara mais sortudo do mundo, pois mesmo com o imparável passar dos anos, ele nunca deixava de continuar sendo boy. 
À esposa e demais familiares do meu caro amigo Boy, os meus sentimentos de pesar por tão grande perda para eles e para a nossa comunidade espinosense. Que o Deus Criador garanta a todos eles a força e a resignação bastantes para suportar e superar esta situação tão difícil e dolorosa. E que ele descanse em paz no Reino dos Céus agora que sua jornada se completou aqui na terra.
Um grande abraço espinosense.   


2738 - Os divertidos passeios na praia

Nos movimentados anos da minha juventude, tive a alegria e o prazer de descobrir a beleza inebriante do mar em viagem de excursão à cidade baiana de Ilhéus. Início dos anos 80, aproveitávamos as excursões de ônibus à praia organizadas por Maria das Graças, a sempre animada e empolgada Dedé, para curtir a vida adoidado. Naquela época, o distrito de Olivença era um dos points mais badalados do país e nós aproveitávamos em tempo integral a oportunidade de estar diante daquele mar maravilhoso da nossa amada Bahia de José da Conceição Santana, Paulo Tito Cotrim de Sá, Joelão do Baneb, Gil, Gal, Betânia, Caetano, João Gilberto e Raul Seixas. 
Distante cerca de quatorze quilômetros ao sul da sede do município de Ilhéus, Olivença tem uma origem indígena da etnia Tupinambá, hoje um tanto esquecida após a miscigenação e a tomada da localidade pelos novos habitantes, comerciantes, funcionários do governo e poderosos proprietários de terras. Com a dinâmica sociocultural, os índios antes majoritários perderam espaço na sociedade, com sua cultura e ascendência política e social perdendo força. A reconstrução da identidade étnica é uma luta diária de alguns determinados defensores das origens indígenas na localidade. Alguns dos antigos habitantes ainda vivem da agricultura em pequenas propriedades rurais, outros sobrevivem na pobreza na periferia da cidade grande, sempre tratados pela elite brasileira, em grande parte vinda da Europa, como figuras preguiçosas, ingênuas e improdutivas. Assim como os negros, os índios foram utilizados como mão-de-obra barata e escravizada pelos colonizadores na Capitania de São Jorge dos Ilhéus, naqueles tempos em que o aldeamento de Nossa Senhora da Escada foi alçada à condição de Vila Nova de Olivença em 22 de novembro de 1758. Com a colonização realizada pela Coroa Portuguesa com a ideia das Capitanias Hereditárias, os índios foram sendo sacrificados em prol do lucro dos invasores. 
Mas isto é História e, infelizmente, íamos para lá apenas para nos divertir, ignorantes que ainda somos. Nada nos preocupávamos em conhecer a história do lugar, apenas em namorar e nos embriagar pelos botecos da localidade, curtindo cada instante naquele lugar maravilhoso. Normalmente, íamos em feriados prolongados e o tempo curto tinha que ser aproveitado ao máximo. Só que aproveitávamos o tempo integralmente somente na farra e no gole, sem o mínimo de preocupação em conhecer as origens do lugar, o que a gente só descobre depois que cresce, envelhece e aprende a ampliar a visão de mundo. Mas valeu cada momento vivido nessas excursões cheias de boas e hilárias histórias, de sufoco e de prazer, sempre ao lado de gente da melhor qualidade, com raras exceções.
Um grande abraço espinosense.