Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

segunda-feira, 6 de julho de 2020

2448 - O primeiro Sarau Literário Online de Espinosa

A Biblioteca Municipal Professora Dulce Cardoso França Cruz, criada pelo saudoso prefeito José Cangussu no ano de 1938, fez aniversário ontem, dia 5 de julho. Para comemorar seu 82º ano de fundação, a Secretaria de Educação e Cultura da cidade de Espinosa, comandada por Juliany Barbosa Tolentino, em parceria com a aniversariante Biblioteca Municipal, coordenada por Rita de Cássia Gonçalves Lopes, realizaram um Sarau Literário através da Internet. O evento ocorreu na noite deste domingo, dia 5 de julho, e contou com performances artísticas de estudantes de algumas escolas da cidade e de vários filhos da terra, alguns morando atualmente em outras cidades. 
A linha mestra da apresentação foi focada na poesia "O Navio Negreiro", do grande escritor Castro Alves, obra que vem bem a calhar nesse momento triste em que o mundo ainda se vê, vergonhosamente, afundado no poço profundo do racismo, do preconceito e da ignorância. 

Esta foi a grade das apresentações culturais:
- Abertura e apresentação, por Rita de Cássia
- Escola Estadual Dom Lúcio - Música "Tocando em Frente", com Ingrid Laís Tolentino
- Lucas Silvestre (Unimontes) - Poesia
- CEMEI - Contação de História, com Viviany Dias Teixeira Cruz e sua filha Valentina
- Escola Municipal Doutor José Esteves - Dança, com Alauane Franciny, Stephanie Laís, Maria Cecília, Raiane de Assis e Amanda Gabrielly
- Escola Municipal Presidente Médici - Fábula Os Três Porquinhos, com Yasmim R. Barbosa e Luiza R. Lima
- Uílson Pedro - Poesia
- Eustáquio Tolentino - Causo
- Escola Estadual Santos Dumont - Número Circense, com Darliany e sua filha Lara Evelyne
- Escola Municipal Wanda Paim - Versos e Trovas, com Ana Lúcia Souza e Deusenir Soares    
- Abdias da Costa Ramos - Poesia
- José Lúcio Antunes - Crônica
- Escola Municipal Doutor José Esteves - Pirofagia, com Luciano 
- Gessandro Barbosa - Poesia
- Kelly Freitas - Literatura de Cordel
- Mílton Barbosa - Poesia
- Leandra Neves - Monólogo Musical, com Gabriela Castro
- Encerramento, por Rita de Cássia.



O evento foi transmitido pela rede social Facebook, e como foi a primeira investida dos idealizadores espinosenses neste tipo de promoção na Internet, alguns contratempos apareceram e tiveram que ser solucionados no momento da transmissão, transformando-se em uma verdadeira epopeia para os organizadores do evento. Houve atraso no início da transmissão, a iluminação não estava a contento, aconteceram falhas de edição e sincronização dos vídeos e a instabilidade da Internet prejudicou bastante a qualidade do projeto. Mas é assim mesmo que acontece quando se arrisca uma nova empreitada, ainda mais de forma amadora. Os equívocos cometidos servem de exemplo e combustível para que em uma próxima, e necessária, aventura cultural, eles sejam expurgados ou atenuados para que essa experiência singular seja mais eficiente, estável, agradável e prazerosa a quem se dispôs pacientemente a assisti-la.
Há que se elogiar, pelo menos, a dedicação vibrante dos organizadores do evento e a boa vontade de quem se prontificou a participar. Desde a bela apresentação da talentosa garota da Escola Estadual Dom Lúcio interpretando ao violão a canção "Tocando em Frente", de Almir Sater e Renato Teixeira, até a sublime performance de Leandra Neves ao som da música de Aldir Blanc e João Bosco, "O Bêbado e a Equilibrista", na voz divina de Elis Regina, o que se viu foi a entrega simples e despretensiosa, mas emocionalmente verdadeira, de amor à Arte por todos os participantes.
Merecem efusivos aplausos o prefeito Mílton Barbosa, que apoia firmemente a Cultura em sua administração; a Secretária de Educação e Cultura Juliany Tolentino, que concede enorme espaço para a divulgação da arte na cidade; a coordenadora da Biblioteca Rita de Cássia, que não mede esforços para fazer chegar à comunidade a Educação, a Arte e a Cultura; os diretores e professores das nossas escolas, gente devotada como Regina Ramos, Viviany Dias Teixeira Cruz, Edílson Braga, Maria Teles, AlexSandra David Cangussu Tolentino, Helenhizze Tolentino e todos  os demais profissionais da área do conhecimento, que trabalham com coragem e generosidade na propagação do saber; os estudantes que mostraram seu talento em cena e também os participantes, que acataram o convite feito para homenagear a nossa Biblioteca no aniversário dos seus 82 anos de existência.
Espero que essa experiência tenha sido tão prazerosa para todos os participantes como foi para mim. E faço votos de que uma segunda edição se torne realidade em breve, com a participação de muitos outros mais conterrâneos apaixonados por Arte e Cultura, espalhados por Espinosa ou pelo mundo, que podem contribuir e muito para a ampliação e melhoria cultural do evento. Parabéns a todos!
Um grande abraço espinosense.                 

Para assistir na íntegra o Sarau Literário Online basta acessar o endereço abaixo:
https://www.facebook.com/biblioteca.deespinosa.5/videos/193769512082725/

2447 - Adormece a mente criativa de Ennio Morricone

É bem possível que muita gente que gosta de cinema, e de filme de faroeste em especial, não saiba quem é Ennio Morricone e muito menos conheça suas estupendas composições. Mas certamente já terá se encantado com pelo menos uma de suas muitas criações musicais.
Na noite de ontem, domingo, 5 de julho, morreu aos 91 anos em Roma, na Itália, um dos grandes nomes da sétima arte, o compositor, arranjador e mestre italiano Ennio Morricone, criador de mais de 500 obras musicais para filmes e programas de televisão. Nasceu em Roma em 10 de novembro de 1928 e lá mesmo, na sua cidade amada, nos deixou. Ele estava hospitalizado em uma clínica na cidade após fraturar o fêmur em uma queda.




O maestro ganhou notoriedade e reconhecimento de todo o mundo com suas obras deslumbrantes, inicialmente em filmes do chamado "western spaghetti", os controversos faroestes italianos, principalmente os dirigidos pelo notável diretor Sergio Leone com o protagonista Clint Eastwood. Também trabalhou com os diretores John Huston, Roman Polanski, Pier Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Alberto De Martino, Pedro Almodóvar, Oliver Stone e Quentin Tarantino, entre outros. São muito conhecidos os filmes em que contribuiu com sua poderosa arte musical:
"Per Un Pugno di Dollari" ("Por Um Punhado de Dólares"), de 1964
"Per Qualche Dollaro in Più" ("Por Uns Dólares a Mais"), de 1965
"Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo" ("Três Homens em Conflito"), de 1966
"C'era Una Volta il West" ("Era Uma Vez no Oeste"), de 1968
"Novecento", de 1976
"Days of Heaven" ("Cinzas no Paraíso"), de 1978
"Once Upon a Time in America" ("Era Uma Vez na América"), de 1984
"The Mission" ("A Missão"), de 1986
"The Untouchables" ("Os Intocáveis"), de 1987
"Nuovo Cinema Paradiso" ("Cinema Paradiso"), de 1988
"Ata-me!", de 1989
"Bugsy", de 1991
"Lolita", de 1997
"Malena", de 2000
"Inglorious Basterds" ("Bastardos Inglórios"), de 2009
"The Hateful Eight" ("Os Oito Odiados"), de 2016







Ennio Morricone estreou nas trilhas de cinema em 1959 no filme "Morte de un Amico", do diretor italiano Franco Rossi. A partir daí, não parou mais de encantar o mundo. Mas Morricone nem sempre teve seu trabalho reconhecido como deveria. Apesar de ter sido premiado com cinco prêmios BAFTA entre 1979 e 1992, ele foi preterido pela Academia de Hollywood em cinco indicações para o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original entre 1979 e 2001. Somente em 2007, a Academia o agraciou com um Oscar Honorário "pelas suas magníficas e multifacetadas contribuições musicais ao cinema". Ele recebeu o prêmio das mãos do seu amigo ator, Clint Eastwood. Outro reconhecimento veio no ano de 2016, quando finalmente ele ganhou o Oscar e também o Globo de Ouro pela Trilha Sonora de "The Hateful Eight" ("Os Oito Odiados"), do diretor Quentin Tarantino. 






Jamais vou esquecer dessas canções que fizeram e continuam fazendo parte da minha história. Essas magníficas canções trazem-me lembranças de tempos maravilhosos em que um menino pobre do interior, encantado pelas novas descobertas no campo da arte, tinha a rara oportunidade de ir assistir a um filme na tela gigante e descobrir o mundo da sétima arte. Não é à toa que até hoje sou um apaixonado pelo cinema. E certamente, muito desse prazer encantador que o cinema me proporcionou durante toda a minha vida, deve-se ao talento desse senhor que agora se vai, mas que deixa um conjunto magnífico de obras musicais que serão eternas. Descanse em paz, Mestre Morricone!
Um grande abraço espinosense.