Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

terça-feira, 23 de julho de 2013

755 - Dominguinhos, o talentoso herdeiro de Luiz Gonzaga vai embora para sempre

Faleceu nesta terça-feira, 23 de julho, aos 72 anos de idade, no Hospital Sírio-Libanês, na cidade de São Paulo, o músico, cantor e compositor Dominguinhos. Depois de lutar bravamente contra um câncer de pulmão por seis longos anos, ele nos deixou por volta das 18 horas de hoje em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas. Tristeza. A música brasileira perde um grande artista.
Velho Dominguinhos. As mãos, que pareciam encantadas, dedilhavam serenas sobre as teclas pretas e brancas da sanfona que leva no corpo o seu nome incrustado. O sorriso parecia jamais se ausentar do rosto bonachão de um dos maiores artistas desse nosso país, o pernambucano de Garanhuns, José Domingos de Moraes, o Dominguinhos. Nascido em 12 de fevereiro de 1941, ele já aos seis anos começou a tocar. Aos oito anos, quando se apresentava na porta de um hotel com os seus dois irmãos no trio "Os Três Pinguins", teve a felicidade suprema de conhecer o seu ídolo Luiz Gonzaga. Gonzagão se entusiasmou com o menino e o encorajou a ir para o Rio de Janeiro, tentar a sorte. Dominguinhos se mudou com o pai e o irmão mais velho para a cidade de Nilópolis no ano de 1954. Gonzagão então se tornou o seu padrinho musical e o presenteou com uma sanfona. Daí em diante nada mais poderia segurar a sua sina e o seu talento. 
O primeiro disco, com o nome de "Fim de Festa", foi lançado em 1964, naquela época, um Long Play, ou LP. Dominguinhos tocou em tudo o que é lugar nos anos 50 e 60, no Rio de Janeiro. Tocou muito bolero e samba-canção nas noites cariocas em boates, dancings, gafieiras, cassinos, churrascarias. Em 1967 ingressou na famosa Rádio Nacional. Também, como músico de altíssima qualidade, acompanhou grandes astros da música brasileira, como Maria Bethânia, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa. Em parceria com Gilberto Gil compôs dois grandes sucessos, "Lamento Sertanejo" e "Abri a Porta". Outras belas composições suas em parceria com outros artistas são "Tenho Sede" (Com Anastácia), "Quem Me Levará Sou Eu" (Com Manduca), "Quando Chega o Verão" (Com Abel Silva), "Pedras Que Cantam" (Com Fausto Nilo) e "Gostoso Demais", "Isso Aqui Tá Bom Demais" e "De Volta Pro Aconchego" (Com Nando Cordel).
Já ganhou quatro prêmios Sharp de Música. Em 2002 venceu o Grammy Latino com o álbum "Chegando de Mansinho", na categoria Melhor Disco Regional. Em 2007 ganhou o Prêmio Tim de Música como Melhor Cantor Regional pelo disco "Conterrâneos". Em 2008, foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira. Em 2010, foi homenageado pelo conjunto da sua obra no Prêmio Shell de Música.
Infelizmente, Dominguinhos ainda não teve o reconhecimento devido pela sua comprovada capacidade artística e pela imensa importância do seu trabalho, mas o seu legado permanecerá para sempre na história da música popular brasileira. Descanse em paz, Mestre.
Um grande abraço espinosense.



Discografia:    
  • 1964 - Fim de Festa . Cantagalo - LP
  • 1965 - Cheinho de Molho .Cantagalo - LP
  • 1966 - 13 de Dezembro . Cantagalo - LP
  • 1973 - Lamento de Caboclo • Tropicana/CBS • LP
  • 1973 - Tudo Azul • Tropicana/CBS • LP
  • 1973 - Festa no Sertão . Tropicana/Cantagalo . LP
  • 1974 - Dominguinhos e Seu Acordeon. Cantagalo - LP
  • 1975 - Forró de Dominguinhos • Phonogram • LP
  • 1976 - Domingo, Menino Dominguinhos • Phonogram • LP
  • 1977 - Oi, Lá Vou Eu • Phonogram • LP
  • 1978 - Oxente Dominguinhos • Fontana • LP
  • 1979 - Após Tá Certo • PolyGram • LP
  • 1980 - Quem me Levará Sou Eu • RCA Victor • LP
  • 1981 - Querubim • RCA Victor • LP
  • 1982 - A Maravilhosa Música Brasileira • RCA Victor • LP
  • 1982 - Simplicidade • RCA Victor • LP
  • 1982 - Dominguinhos e Sua Sanfona . LP
  • 1983 - Festejo e Alegria • RCA Victor • LP
  • 1985 - Isso Aqui Tá Bom Demais  • RCA Candem • LP
  • 1986 - Gostoso Demais • RCA Victor • LP 
  • 1987 - Seu Domingos • Continental • LP
  • 1988 - É Isso Aí! Simples Como a Vida • Continental • LP
  • 1989 - Veredas Nordestinas • Continental • LP
  • 1990 - Aqui Tá Ficando Bom • Continental • LP
  • 1991 - Dominguinhos é Brasil • BMG Ariola • LP
  • 1992 - Garanhuns • RGE • LP
  • 1993 - O Trinado do Trovão • RGE • LP
  • 1994 - Choro Chorado • Warner/Continental • CD
  • 1994 - Nas Quebradas do Sertão • Warner/Continental • CD
  • 1995 - Dominguinhos é Tradição • Continental/Warner Music • CD
  • 1996 - Brasil Musical - Série Música Viva - Dominguinhos e Mozart Terra • Tom Brasil • CD
  • 1996 - Pé de Poeira • Continental/Warner Music • CD
  • 1997 - Dominguinhos e Convidados Cantam Luiz Gonzaga • Velas • CD
  • 1998 - Nas Costas do Brasil • Velas • CD
  • 1999 - Você Vai Ver o Que é Bom • Velas • CD
  • 2001 - Dominguinhos Ao Vivo • Velas • CD
  • 2001 - Lembrando de Você • Sony Music • CD
  • 2002 - Chegando de Mansinho . Velas . CD
  • 2003 - Duetos • BMG/Ariola • CD
  • 2004 - Cada Um Belisca Um Pouco (Com Sivuca e Oswaldinho do Acordeon) - Biscoito Fino . CD
  • 2005 - Elba Ramalho e Dominguinhos . Sony/BMG . CD
  • 2007 - Yamandu e Dominguinhos • Biscoito Fino • CD
  • 2008 - Conterrâneos • Eldorado • CD
  • 2009 - Dominguinhos ao Vivo . Velas . DVD
  • 2009 - Dominguinhos ao Vivo • Velas • CD
  • 2010 - Iluminado Dominguinhos . DVD
  • 2010 - Lado B (Dominguinhos e Yamandu Costa) - Biscoito Fino . CD

754 - Atlético, campeão da Libertadores. Eu não acredito...

Calma, meus amigos atleticanos! Paciência. Tranquilidade. Quando os times do Olimpia e do Atlético entrarem no gramado do Mineirão lotado, na noite desta quarta-feira, para decidir o título de Campeão da América, a mítica torcida atleticana estará com os nervos à flor da pele e com o coração pulsando aceleradamente de tensão e ansiedade, mas com a confiança total na frase "Eu acredito!". Estou com eles e espero e confio em uma vitória espetacular do Atlético que nos trará a tão cobiçada Taça Libertadores. Portanto...
  • Eu não acredito que esta noite de quarta-feira será de tristeza e decepção...
  • Eu não acredito que Cuca seja azarado e incompetente, muito antes pelo contrário, ele é um dos maiores responsáveis pela belíssima campanha da equipe na competição, apresentando um futebol de encher os olhos da torcida e da mídia de todo o país...
  • Eu não acredito que a nossa defesa seja vazada nesta dura batalha da decisão e espero que Leonardo Silva e Réver sejam protagonistas da partida, contribuindo com gols para a nossa vitória...
  • Eu não acredito que Marcos Rocha, Leandro Donizete e Richarlyson, mesmo fazendo muita falta, não sejam substituídos à altura pelos seus reservas, que se Deus quiser, estarão em uma noite iluminada e farão uma partida impecável...
  • Eu não acredito que o nosso time não consiga marcar pelo menos três gols neste jogo decisivo, o mais importante da nossa gloriosa história, já que conta com atacantes de altíssimo nível como Jô, Diego Tardelli e Bernard...
  • Eu não acredito que Ronaldinho Gaúcho irá repetir aquela atuação apagada lá de Assunção e tenho uma confiança extrema de que ele será o comandante do nosso time mais uma vez, chamando a responsabilidade de criar jogadas e apresentando aquele futebol mágico e envolvente que tanta alegria nos dá...
  • Eu não acredito que a energia negativa emanada pelos nossos adversários, principalmente os cruzeirenses, seja mais poderosa do que a energia positiva que salta em profusão dos milhões de apaixonados e enlouquecidos corações atleticanos...
  • Eu não acredito que não verei, com lágrimas nos olhos, o capitão Réver alçando ao ar de Belo Horizonte a pesada taça da Libertadores ao final da partida, em meio a uma multidão extasiada cantando o hino do Atlético a plenos pulmões...
  • Eu não acredito que Deus, na sua infinita bondade, mesmo não se intrometendo nesses assuntos esportivos, não abra uma exceção desta vez para liberar uma energia avassaladora nas mentes dos nossos jogadores, para que eles se multipliquem em campo, com garra, clareza e estabilidade emocional, demonstrando todo o talento que possuem e levando o Atlético a uma conquista memorável...
Só tenho certeza de uma coisa: vai ser um sofrimento só do pontapé inicial ao último apito do árbitro colombiano Wimar Roldan. Se o Atlético for campeão, será uma alegria incontrolável. Se não acontecer, terá valido a pena todos os momentos de imensa emoção e de felicidade que vivemos em todos esses dias.
Valeu, GALO!
Um grande abraço espinosense.