Quem ainda não ouviu falar da "Bossa Nova"? Quem ainda não teve o privilégio de escutar a voz macia e sussurrada do virtuose violonista baiano que inventou uma batida rítmica diferente, que desaguou na mais conhecida vertente da música brasileira em todo o mundo? Quem ainda não conhece o "Pai da Bossa Nova", João Gilberto? Não sabe o que está perdendo, meu amigo! Peça um disco emprestado, faça um pedido à sua rádio favorita, procure nas enciclopédias, acesse a Internet, pesquise no Google, faça qualquer coisa mas não deixe de ouvir a Bossa Nova e um dos seus maiores representantes, o João.
A dupla criadora da Bossa Nova: João Gilberto e Tom Jobim |
João Gilberto Prado Pereira de Oliveira nasceu na cidade baiana de Juazeiro, em 10 de junho de 1931. Completou neste ano de 2011, portanto, seus 80 anos de vida.
No final dos anos 40, residiu durante algum tempo em Salvador, onde trabalhou como crooner. Em 1949, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde integrou o conjunto vocal "Garotos da Lua", que fazia apresentações na rádio Tupi. João Gilberto também freqüentava a boate Plaza, reduto do cantor Johnny Alf. Demitido do grupo "Garotos da Lua", por seus hábitos estranhos e seus atrasos freqüentes, João Gilberto passou um período difícil em meados dos anos 1950, sendo socorrido por amigos.
No ano de 1958, ao participar do disco "Canção do amor demais" de Elizeth Cardoso, tocando violão nas faixas " Chega de saudade" e "Outra vez", com uma batida totalmente diferente de tudo que já se havia ouvido antes, João Gilberto viria revolucionar a música brasileira. A gravação deste disco, com interpretações de canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes pela cantora Elizeth Cardoso, é considerado o marco inicial da Bossa Nova, que logo iria invadir os Estados Unidos através de expoentes da música americana tais como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Charlie Byrd, Herbie Mann e outros.
Mesmo com alguma desconfiança da gravadora Odeon, meses depois daquela gravação, João gravaria seu primeiro disco, um compacto de 78 rotações, com as músicas "Chega de saudade", numa releitura bem pessoal, e "Bim bom". Para esclarecer aos mais jovens, compacto era um disco de vinil de tamanho reduzido, com apenas uma (compacto simples) ou duas músicas (compacto duplo) de cada lado. Outra curiosidade é que, naqueles tempos, anos 50, imperava a voz potente dos cantores, com vozeirões famosos como Cauby Peixoto, Sílvio Caldas e Anysio Silva.
Ainda em 1958, em novembro, ele lançaria mais um compacto, desta vez com as músicas "Desafinado" e "Oba-lá-lá".
No ano seguinte, lançou seu primeiro LP (long play), chamado "Chega de Saudade", com arranjos de Tom Jobim, que logo se tornou um grande sucesso.
Em curto espaço de tempo, João Gilberto gravou mais três LPs. A criteriosa escolha do repertório, com compositores como Tom Jobim e Dorival Caymmi, e a interpretação originalíssima das canções deram um destaque sem precedentes a João Gilberto. Logo adquiriu a reputação de genial criador de uma nova forma de compor.
No começo dos anos 1960, com a explosão mundial da bossa nova, João Gilberto transferiu-se para Nova York. Apresentou-se no Carnegie Hall, com grande repercussão, e realizou uma grande quantidade de shows nos Estados Unidos. Em 1964, a gravadora Verve lançou o disco "Stan Getz", com participação de João Gilberto. O disco vendeu mais de um milhão de cópias e ganhou seis prêmios Grammy.
Nos Estados Unidos, João Gilberto gravou muitos discos, alguns lançados concomitantemente no Brasil. Gravou, entre outros, "João Gilberto", "White Álbum" e "Amoroso".
Residiu depois por dois anos no México, onde gravou "João Gilberto en Mexico", um disco de boleros, lançado em 1971. Voltou ao Brasil em 1981, fixando-se no Rio de Janeiro. Fez amizade com grandes figuras da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Chico Buarque. Gravou mais alguns álbuns no Brasil, como "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira" e "Eu sei que vou te amar". Em 2000, o compositor lançou o CD "João, Voz e Violão". Fonte: uol.com.br
O jovem João Gilberto, sempre com o seu violão |
O disco que marcou o início da Bossa Nova |
Mesmo com alguma desconfiança da gravadora Odeon, meses depois daquela gravação, João gravaria seu primeiro disco, um compacto de 78 rotações, com as músicas "Chega de saudade", numa releitura bem pessoal, e "Bim bom". Para esclarecer aos mais jovens, compacto era um disco de vinil de tamanho reduzido, com apenas uma (compacto simples) ou duas músicas (compacto duplo) de cada lado. Outra curiosidade é que, naqueles tempos, anos 50, imperava a voz potente dos cantores, com vozeirões famosos como Cauby Peixoto, Sílvio Caldas e Anysio Silva.
Ainda em 1958, em novembro, ele lançaria mais um compacto, desta vez com as músicas "Desafinado" e "Oba-lá-lá".
No ano seguinte, lançou seu primeiro LP (long play), chamado "Chega de Saudade", com arranjos de Tom Jobim, que logo se tornou um grande sucesso.
O primeiro disco (Long-play) de João Gilberto |
No começo dos anos 1960, com a explosão mundial da bossa nova, João Gilberto transferiu-se para Nova York. Apresentou-se no Carnegie Hall, com grande repercussão, e realizou uma grande quantidade de shows nos Estados Unidos. Em 1964, a gravadora Verve lançou o disco "Stan Getz", com participação de João Gilberto. O disco vendeu mais de um milhão de cópias e ganhou seis prêmios Grammy.
O disco que tornou mundial a música da Bossa Nova |
Residiu depois por dois anos no México, onde gravou "João Gilberto en Mexico", um disco de boleros, lançado em 1971. Voltou ao Brasil em 1981, fixando-se no Rio de Janeiro. Fez amizade com grandes figuras da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Chico Buarque. Gravou mais alguns álbuns no Brasil, como "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira" e "Eu sei que vou te amar". Em 2000, o compositor lançou o CD "João, Voz e Violão". Fonte: uol.com.br
João Gilberto em sua última apresentação, em São Paulo, em 2008 |
João Gilberto, como todo gênio, tem suas excentricidades. Vive recluso em um apartamento alugado no Bairro do Leblon, há muito tempo não concede entrevistas, comunica-se com os amigos, na maioria das vezes, por telefone, nunca é visto em programas de televisão, não recebe visitas, com raras exceções, não aparece publicamente e, como bom perfeccionista, é sempre flagrado reclamando muito da qualidade do som e da falta de silêncio da platéia em suas apresentações. Ganhou, por isso, fama de chato, exigente e irascível. Mas ninguém nega o seu imenso talento. Até hoje, muitos críticos não entendem o porquê da importância e da qualidade do seu trabalho. Paradoxalmente, ele cria e processa música complicada de uma maneira que parece simples. Ele canta e toca de uma maneira tão original que, por mais que se tente fazer igual, nem mesmo os melhores músicos e instrumentistas conseguem igualar.
Inúmeros artistas brasileiros, tais como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara Leão, Chico Buarque, Tom Zé, entre tantos, foram intensamente influenciados pela forma de tocar e de cantar de João Gilberto, desde os tempos em que morou, por um curto período, na casa da sua irmã, em Diamantina, quando varava a noite, dedilhando o seu violão infinitamente, tentando encontrar a batida perfeita, para desespero dos vizinhos.
Apesar de suas conhecidas excentricidades, João Gilberto ganhou o coração de algumas cantoras famosas da música brasileira. Namorou com Sylvinha Telles, casou-se com Astrud Gilberto (mãe de seu filho João Marcelo), Nana Caymmi e Miúcha, irmã de Chico Buarque, com quem teve a filha Bebel Gilberto, também cantora e compositora, que vive atualmente nos Estados Unidos. Aos 75 anos, em 2006, descobriu que era pai de uma garotinha de 2 anos, fruto de um relacionamento com a jornalista Cláudia Faissol.
O gênio excêntrico e introspectivo |
João em um momento raro de descontração |
Muito da história da vida de João Gilberto, pode ser conferido no livro de Ruy Castro: "Chega de saudade - A história e as histórias da Bossa Nova" (Companhia das Letras-1990).
João Gilberto, lenda viva da música mundial |
Enquanto os cantores e bandas atuais investem mais e mais na parafernália eletrônica, com palcos portentosos e poderosíssimos aparelhos de som, João Gilberto precisa tão somente de um banquinho e um violão para arrastar admiradores e destilar a sua arte, desde que, obviamente, a qualidade do som esteja ótima e o silêncio impere. Vivemos uma época em que, na música, cada vez mais o barulho ensurdecedor é o primordial, escondendo, talvez, a falta de talento de muitos. João Gilberto, ao contrário, canta cada vez mais baixinho, acompanhado apenas pelo seu violão, que nos parece intrinsecamente ligado ao seu corpo. No Brasil, as últimas apresentações do cantor aconteceram em 2008, dois dias no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, um dia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e a última no Teatro Castro Alves, em Salvador. Circulam notícias na imprensa dando conta de que ele se apresentará em várias capitais brasileiras, ainda este ano, a partir de agosto, incluindo a gravação de dois DVDs, registro inexistente em sua longa carreira. São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Porto Alegre serão, inicialmente, as cidades privilegiadas. Agora, só nos resta torcer para que isto se concretize. João é único!
Discografia
Quando você recordar/Amar é bom - 78 rpm single (Todamerica, 1951)
Anjo cruel/Sem ela - 78 rpm single (Todamerica, 1951)
Quando ela sai/Meia luz - 78 rpm single (Copacabana, 1952)
Chega de saudade/Bim bom - 78 rpm single (Odeon, 1958)
Desafinado/Hô-bá-lá-lá - 78 rpm single (Odeon, 1958)
Chega de saudade (Odeon, 1959)
O amor, o sorriso e a flor (Odeon, 1960)
João Gilberto (Odeon, 1961)
Brazil's brilliant João Gilberto (Capitol, 1961)
João Gilberto cantando as músicas do filme Orfeu do Carnaval (Odeon, 1962)
Boss of the Bossa Nova (Atlantic, 1962)
Bossa Nova at Carnegie Hall (Audo Fidelity, 1962)
The warm world of João Gilberto (Atlantic, 1963)
Getz/Gilberto (Verve, 1963)
Herbie Mann & João Gilberto (Atlantic, 1965)
Getz/Gilberto vol. 2 (Verve, 1966)
João Gilberto en México (Orfeon, 1970)
João Gilberto (Philips, 1970)
João Gilberto (Polydor, 1973)
The best of two worlds (CBS, 1976)
Amoroso (Warner/WEA, 1977)
Gilberto and Jobim (Capitol, 1977)
João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (WEA, 1980)
Brasil (WEA, 1981)
Interpreta Tom Jobim (EMI/Odeon, 1985)
Meditação (EMI, 1985)
Live at the 19th Montreux Jazz Festival (WEA, 1986)
João Gilberto live in Montreux (Elektra, 1987)
O Mito (EMI, 1988)
The legendary João Gilberto (World Pacific, 1990)
João (PolyGram, 1991)
João (Polydor, 1991)
Eu sei que vou te amar (Epic/Sony, 1994)
João voz e violão (Universal/Mercury, 2000)
Live at Umbria Jazz (EGEA, 2002)
João Gilberto in Tokyo (Universal, 2004)
Fonte:Wikipedia
Nada mais original: João e o seu violão, um verdadeiro mito |
Quando você recordar/Amar é bom - 78 rpm single (Todamerica, 1951)
Anjo cruel/Sem ela - 78 rpm single (Todamerica, 1951)
Quando ela sai/Meia luz - 78 rpm single (Copacabana, 1952)
Chega de saudade/Bim bom - 78 rpm single (Odeon, 1958)
Desafinado/Hô-bá-lá-lá - 78 rpm single (Odeon, 1958)
Chega de saudade (Odeon, 1959)
O amor, o sorriso e a flor (Odeon, 1960)
João Gilberto (Odeon, 1961)
Brazil's brilliant João Gilberto (Capitol, 1961)
João Gilberto cantando as músicas do filme Orfeu do Carnaval (Odeon, 1962)
Boss of the Bossa Nova (Atlantic, 1962)
Bossa Nova at Carnegie Hall (Audo Fidelity, 1962)
The warm world of João Gilberto (Atlantic, 1963)
Getz/Gilberto (Verve, 1963)
Herbie Mann & João Gilberto (Atlantic, 1965)
Getz/Gilberto vol. 2 (Verve, 1966)
João Gilberto en México (Orfeon, 1970)
João Gilberto (Philips, 1970)
João Gilberto (Polydor, 1973)
The best of two worlds (CBS, 1976)
Amoroso (Warner/WEA, 1977)
Gilberto and Jobim (Capitol, 1977)
João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (WEA, 1980)
Brasil (WEA, 1981)
Interpreta Tom Jobim (EMI/Odeon, 1985)
Meditação (EMI, 1985)
Live at the 19th Montreux Jazz Festival (WEA, 1986)
João Gilberto live in Montreux (Elektra, 1987)
O Mito (EMI, 1988)
The legendary João Gilberto (World Pacific, 1990)
João (PolyGram, 1991)
João (Polydor, 1991)
Eu sei que vou te amar (Epic/Sony, 1994)
João voz e violão (Universal/Mercury, 2000)
Live at Umbria Jazz (EGEA, 2002)
João Gilberto in Tokyo (Universal, 2004)
Fonte:Wikipedia