Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

1465 - Há 30 anos Nelson Cavaquinho deixava mais pobre a música brasileira

Há exatos 30 anos, um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira saía de cena, deixando mais pobre suas fileiras. 
Nelson Antônio da Silva, mais conhecido como Nelson Cavaquinho, morreu no dia 18 de fevereiro de 1986, aos 74 anos de idade, em virtude de um enfisema pulmonar. Parceiro de ícones do Samba como Cartola e Carlos Cachaça, Nelson é autor de grandes clássicos da música brasileira, entre eles "Folhas Secas", "Palhaço", "A Flor e o Espinho", "Juízo Final", "Quando Eu Me Chamar Saudade" e "Pranto de Poeta".
Mangueirense apaixonado, foi homenageado por sua escola no Carnaval de 2011, com o samba-enredo "O Filho Fiel, Sempre Mangueira". Ele, além de craque do Samba e boêmio contumaz, foi também eletricista, pedreiro e policial militar. Depois de largar o cavaquinho, seu primeiro instrumento, passou a tocar o violão e de uma maneira muito pessoal, usando apenas os dedos polegar e indicador.
Nascido no Rio de Janeiro em 29 de outubro de 1911, Nelson Cavaquinho era bastante tímido, o que lhe foi prejudicial para não alcançar maior sucesso na carreira artística, tendo gravado apenas dois discos, embora tenha deixado centenas de canções. O compositor de letras simples mas cheias de lirismo e realismo, deixou belas canções que ainda hoje encantam aos amantes da boa música bem como influenciam artistas das novas gerações.
Logo abaixo você verá letras de algumas de suas músicas, bem como um vídeo com a interpretação de "A Flor e o Espinho" e um curto documentário produzido por Leon Hirszman.
Um grande abraço espinosense   


Folhas Secas

Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha estação primeira

Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando.

Quando o tempo avisar
Que não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade
Ao lado do meu violão
Da minha mocidade


Palhaço

Sei que é doloroso um palhaço
Se afastar do palco por alguém
Volta, que a platéia te reclama
Sei que choras palhaço
Por alguém que não lhe ama
Enxuga os olhos e me dá um abraço
Não te esqueças, que és um palhaço
Faça a platéia gargalhar
Um palhaço não deve chorar


Juízo Final

O sol....há de brilhar mais uma vez
A luz....há de chegar aos corações
Do mal....será queimada a semente

O amor...será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer


Quando Eu Me Chamar Saudade

Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga
Para aliviar meus ais
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais