Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro no dia 5 de maio de 1946, desde criança influenciada pela família a gostar de música, sobretudo pela Bossa Nova e pelo Samba. Aprendeu a tocar violão ainda na adolescência e tornou-se professora de música antes de se aventurar com todo sucesso na arte de cantar profissionalmente com talento, alegria e entusiasmo. Depois de participações em festivais e rodas de Samba no Rio, ela começou a alcançar visibilidade e sucesso quando conquistou em 1968 o terceiro lugar no Festival Internacional da Canção (FIC) com a música "Andança", composição de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi. Seu primeiro LP lançado em 69, intitulado "Andança", foi o precursor de muitos outros que encantaram milhões de brasileiros até sua morte em 30 de abril de 2019.
E o porquê de estar eu aqui falando desta mulher guerreira, inteligente, generosa, criativa, defensora da Democracia e da Justiça Social? Primeiro, que ela é uma das maiores sambistas da nossa História, e segundo, que ela era torcedora apaixonada pelo Botafogo de Futebol e Regatas, o gigante clube brasileiro que estará pela primeira vez disputando o cobiçado título da Copa Libertadores da América, reparando uma injustiça do futebol. Na grande final marcada para acontecer em terras argentinas, no impecável gramado do Estádio Monumental de Núñez, propriedade do River Plate, no dia 30 de novembro de 2024, estarão medindo forças dois clubes brasileiros e alvinegros, Atlético e Botafogo. E o que associa a Beth Carvalho a esta decisão inédita?
É que a Beth, além de ser botafoguense apaixonada, também se tornou atleticana de coração, depois que a torcida do Galo adotou um dos seus maiores sucessos como uma espécie de segundo hino, a canção "Vou Festejar", composição de Jorge Aragão, Dida e Neoci Dias. A música passou a ser cantada constantemente nos estádios pela torcida do Atlético e a cantora tornou-se mais uma atleticana. Na comemoração do título da Série B e o retorno do clube à Série A, em 25 de novembro de 2006, na partida de empate em 2 x 2 com o América-RN, o clube fez uma gigantesca festa no Mineirão, com um show emocionante de Beth Carvalho.
A dúvida é, estivesse ainda aqui entre nós, como ficaria o grande coração da nossa artista, a Madrinha? Certamente estaria com o coração um pouco dividido entre o alvinegro mineiro e o seu amado time da Estrela Solitária. Só tenho a certeza de que ela estaria como sempre, lúcida, consciente, bem-humorada e feliz. Onde estiver e qualquer seja o resultado da final da Libertadores, imagino que ela vai estar contente e em completa paz. E que vença o mais eficiente dos alvinegros brasileiros!
Um grande abraço espinosense.