Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quarta-feira, 27 de abril de 2011

120 - Homenagem dos peladeiros da AABB-Espinosa a Tintin

Nesta Semana Santa que passei em Espinosa, pude perceber o quanto Dr. Nivaldo e Tintin eram queridos pela comunidade espinosense. Através do contato que mantive com os seus parentes e amigos e de ter recebido muitas mensagens, vindas de vários lugares, pude notar a imensa tristeza que o passamento deles causou em todos. Entretanto, foi muito bom perceber que, mesmo com toda a dor e tristeza pela perda dos seus entes queridos, os familiares tem a exata noção da ótima reputação que eles tinham na cidade e estão se conformando aos poucos com a ausência deles. O que vai ficar é a boa lembrança de dois cidadãos íntegros que tinham bom coração, laços familiares harmoniosos, inúmeras amizades e muito amor pela nossa cidade, sempre tendo em mente o seu desenvolvimento.
Mensagem dos colegas da pelada da AABB-Espinosa
homenageando o peladeiro Tintin

Turma de peladeiros do campinho de Gibão
A notícia triste fica por conta de mais uma morte ocorrida durante uma partida de futebol, no campinho de Gibão, na quinta-feira, quando França (não o conhecia), irmão de Valdomiro Cabeleireiro, sentiu-se mal e faleceu abruptamente, deixando a todos os peladeiros atônitos e assustados. Meus sentimentos à sua família.
Em todos esses muitos anos de futebol, eu nunca tive notícias de mortes de jogadores em Espinosa, durante ou logo após a disputa esportiva. Três mortes em consequência do futebol, em menos de 20 dias, realmente é extremamente assustador e preocupante. Trata-se de acontecimento inédito e que deixa todos nós, aficionados pelo futebol, bastante receosos. Em virtude disso, foi notada a ausência de muitos peladeiros nos vários campos da cidade, após essas ocorrências.
Aos mais idosos, principalmente, resta fazer, urgentemente, uma bateria de exames, um check-up completo, para verificar a atual condição física e evitar que mais casos desse tipo venham a acontecer, ceifando vidas preciosas. Temos também que ter consciência do nosso limite físico e não tentar extrapolar a nossa capacidade física, tentando nos igualar aos mais jovens.
Turma dos peladeiros da AABB saboreando uma cervejinha após
a pelada do domingo: Rogerinho, Tiva, Heider, Jaburu, Henrique,
Eustáquio, Juninho, Sandrinho e Marquinhos

Ruan, filho de Rogerinho, e o filho de Dai brincam no gramado do campo
society da AABB-Espinosa, em frente da faixa em homenagem a Tintin

Excelente campo de futebol society do proprietário da loja
Só Montão, onde sempre jogava o Dr. Nivaldo Faber
Confesso que fiquei impressionado e receoso com tamanha sucessão de infelizes acontecimentos. Mas como tinha me submetido a exames há pouco tempo e que graças a Deus não revelaram problemas, fiz questão de participar, na manhã do domingo de Páscoa, das peladas de Gibão, no campinho do Cigano, e da AABB, para exorcizar de uma vez por todas essa preocupação. Nada como uma pelada de futebol com os amigos para descontrair a mente e o corpo cansados das atribulações da vida moderna. Vida longa a todos os peladeiros espinosenses espalhados pelos vários campos da cidade.   

119 - Semana Santa em Espinosa

No feriadão de Tiradentes e Sexta-feira da Paixão de Cristo, ainda meio incrédulo com os últimos fúnebres acontecimentos que levaram dois grandes amigos meus, estive em Espinosa mais uma vez para matar a saudade dos familiares e amigos. A chamada "Semana Santa" marca a última semana da Quaresma, contada desde o domingo de Ramos até o domingo de Páscoa.
Tinha em mente acompanhar a procissão da sexta-feira (o que fiz), bem como subir, após muitos anos de ausência, o Morro do Cruzeiro. Mas uma ressaquinha, o sol escaldante e a apreensão causada pelas perdas repentinas e indesejáveis de Dr. Nivaldo e Tintin, fizeram-me abortar a ideia. Fica para outra oportunidade. Até brinco com os amigos dizendo que só farei isso novamente quando o nome do morro for mudado para Morro do Atlético.  Sem radicalismo!
A procissão da Sexta-feira Santa foi marcada pela fé dos espinosenses, que chegaram à Igreja Matriz de São Sebastião separadamente. Os homens, entoando cânticos religiosos, chegaram à Praça Coronel Joaquim Tolentino pela Rua Dr. José Esteves, enquanto as mulheres vieram cantando e orando pela Travessa Francisco Lopes. Eles se encontraram no adro da igreja e ali ouviram a pregação do Padre Idalmo, até o momento de entrarem no templo cristão e encerrarem a cerimônia. Vejam as fotos:

A procissão dos homens se dirige à Igreja Matriz

A procissão masculina ainda na Av. João Araújo Lins

A procissão feminina aguarda a chegada dos homens na praça

A chegada da imagem de Jesus Cristo à Praça da Matriz

As mulheres se dirigem à Igreja Matriz

A caminhada masculina chega ao adro da igreja

A caminhada feminina também se aproxima do adro da igreja

As mulheres carregam a imagem da Santa Maria

Os homens trazem a imagem de Jesus Cristo

Homens e mulheres ainda separados ouvem o início da cerimônia

Na porta da Matriz, Padre Idalmo inicia a cerimônia religiosa

Até um tranquilo cãozinho preto deitado no meio da rua
parece querer escutar a pregação do Padre Idalmo 

A ala das mulheres aguarda o encontro com os homens

Os homens se preparam para o encontro com as mulheres

Eles se aproximam cada vez mais durante a cerimônia

Falta pouco para o encontro das imagens


Finalmente, dá-se o encontro das imagens e dos fiéis

Os católicos se encontram na celebração da Semana Santa

A união dos fiéis espinosenses no adro da igreja

Santa Maria e Jesus Cristo, enfim juntos na porta da igreja

Todos então se dirigem ao interior da igreja

A entrada das imagens na Matriz

Todos se dirigem ao interior da igreja para o encerramento da cerimônia
É triste perceber, em Espinosa, o desaparecimento de algumas tradições que encantavam a população da cidade em tempos passados, nem tão longínquos assim. Cito como exemplos a Folia de Reis e o nosso famoso Carnaval,  animado com marchinhas pelo saudoso e excelente conjunto Os Cardeais, ao som de muitos instrumentos de sopro. Que eu saiba, ficaram pelo caminho e fazem muita falta. Não se pode deixar as tradições desaparecerem, pois elas fazem parte da vida afetiva das pessoas, além de se constituírem de forte e lucrativo apelo para o turismo.