No dia 5 de setembro de 1965, um domingo, uma partida de futebol foi realizada entre a Seleção Mineira e o River Plate da Argentina para determinar a inauguração de um gigante, belo e moderno estádio na capital das Minas Gerais. Em um terreno cedido pela Universidade Federal de Minas Gerais, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, após 5 anos de obras, nascia o Gigante da Pampulha, o Mineirão, batizado oficialmente com o nome de Estádio Minas Gerais e posteriormente, através da Lei 4.072 de 18 de janeiro de 1966, rebatizado de Estádio Governador Magalhães Pinto. Ao término da partida, vitória da Seleção Mineira pelo placar de 1 x 0, gol do atacante Buglê, do Atlético. Foi um acontecimento extraordinário para a cidade que abriga os três clubes mineiros chamados de grandes: América, Atlético e Cruzeiro. Dois dias depois, no feriado de Independência, o estádio foi palco da vitória de 3 x 0 da Seleção Brasileira formada por atletas do Palmeiras sobre a Seleção Uruguaia. O primeiro clássico entre Atlético e Cruzeiro aconteceria em 24 de outubro de 1965, sem término, por conta da briga generalizada quando o placar favorecia o Cruzeiro por 1 x 0.
No gramado do Mineirão aconteceram inúmeras partidas memoráveis, algumas delas que merecem registro aqui, como a incrível goleada do timaço de Tostão e Dirceu Lopes sobre o timaço de Pelé e Coutinho por 6 x 2 na decisão da Copa Brasil em 1966; a importante vitória do Atlético, que vestia a camisa amarelinha representando a Seleção Brasileira, sobre a Iugoslávia, vice-campeã da Eurocopa de então, por 3 x 2, em 19 de dezembro de 1968; a heroica vitória do Atlético por 2 x 1 sobre a Seleção Brasileira que viria ser Tricampeã do Mundo em 1970; a partida vencida por 2 x 0 pelo Atlético sobre o Santos, em que o genial Pelé foi coroado Rei do Futebol, em 23 de novembro de 1969; o jogaço entre Cruzeiro e Internacional vencido pelo time mineiro por 4 x 3 pela Copa Libertadores da América em 1976; a tristeza e frustração do invicto Atlético e sua imensa torcida na derrota para o São Paulo, nos pênaltis, em 1978; a vitória de 2 x 1 do Cruzeiro sobre o Paysandu em 30 de novembro de 2003 que valeu o título de Campeão Brasileiro e a consagração do craque Alex; o jogo tenso e com final feliz que deu o primeiro título da Libertadores ao Atlético em 2013, contra o Olímpia do Paraguai; a histórica e vergonhosa derrota da Seleção Brasileira por 7 x 1 para a Alemanha na Copa de 2014; também em 2014, a segunda vitória do Atlético sobre o Cruzeiro que valeu ao time alvinegro sua primeira taça da Copa do Brasil, 1 x 0, gol de Diego Tardelli; a crucial vitória do Cruzeiro sobre o Corinthians por 1 x 0 que resultaria na conquista azul do Hexacampeonato da Copa do Brasil em 2018; o jogo que marcou o retorno do Cruzeiro à primeira divisão, vitória por 3 x 2 sobre o CSA de Alagoas, depois de três longos e penosos anos na Série B etc.
O Mineirão foi palco não só de partidas memoráveis, mas também de local de provas de vestibulares da UFMG e de eventos musicais grandiosos, como os shows das bandas Kiss, Foo Fighters e Pearl Jam, dos artistas internacionais de renome Paul McCartney, Elton John e Beyoncé, dos ícones da nossa rica MPB Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil e mais a despedida linda e emocionante dos palcos do admirável cantor e compositor Mílton Nascimento.
Para comemorar os 60 anos, o Mineirão irá receber um evento esportivo e musical com dois dos maiores ídolos de Atlético e Cruzeiro, Ronaldinho Gaúcho e Alex. Ambos fizeram história no estádio e, merecidamente, tiveram seus pés cravados na sua Calçada da Fama. No dia 11 de outubro, eles serão os líderes de duas equipes que se enfrentarão em um jogo festivo, com muito Samba e Pagode além do futebol.
Também tive os meus momentos de prazer e emoção no Gigante da Pampulha. Ainda adolescente, fui levado à capital Belo Horizonte e ao Mineirão lotado em um jogo Atlético e Cruzeiro pelo meu irmão Zé. Maravilhado com aquele espetáculo de cerca de 80 mil pessoas vibrando pelos seus times do coração, vi extasiado o craque Reinaldo marcar o segundo gol da vitória atleticana sobre a equipe cruzeirense por 2 x 1. Em outras oportunidades, vi vitórias e derrotas do meu Galo, alternando em mim alegrias e tristezas. Mas pude me presentear também com dois sonhos realizados, os de assistir ao vivo os shows de dois grandes ídolos meus da música e da vida, Paul McCartney e Roger Waters, duas lendas do Rock and Roll.
Valeu, Mineirão! Parabéns pelos 60 anos de História! Espero revê-lo em breve, quem sabe em mais um show do Galo ou de outros astros da música.
Um grande abraço espinosense.






