Hoje em dia parece que tudo faz mal à saúde. É o açúcar, é o sal, é o ovo, é o café, é a gordura, e por aí vai. Novas e constantes descobertas na área da Medicina deixam cada vez mais desorientadas as nossas cucas quando o assunto é saúde. Mas aí me vem à mente aquelas guloseimas, aquelas gostosuras irresistíveis que encontrávamos nos bares e mercearias da cidade pequena, na infância. São tantos doces apetitosos que nos deixam até hoje com água na boca. De acordo com o que propagam atualmente, essas iguarias infantis devem fazer um mal danado para o nosso organismo, mas, convenhamos, são deliciosamente irreprimíveis.
Quando criança, a grana era quase inexistente, uma miragem. Juntávamos com a maior dificuldade as moedinhas em casa para poder, de vez em quando, fazer a loucura de ir até o boteco de Seu Cerqueira, ali na Praça Antonino Neves, para comprar um zorro, uma maria-mole ou um suspiro.
Nos tempos modernos, de celular em tempo integral, o período da infância diminuiu consideravelmente. Os meninos e meninas passam muito rapidamente para a adolescência, sem muito espaço para brincar e usufruir de certas coisas banais, mas deliciosas sobre todos os aspectos, inclusive no sabor, claro. Estou me referindo àquelas balas, chicletes, doces e tantas outras guloseimas que consumíamos sem a menor preocupação com a taxa de glicose ou com o colesterol ruim. Aos da minha geração, soam como música os nomes dos chicletes Ploc e Ping-Pong (com as tão disputadas figurinhas), da maria-mole, da bala de banana, do suspiro, do pé-de-moleque, da paçoca, da bala de coco, da jujuba, do chocolate guarda-chuva, do zorro, do doce tremendão, da cocada, do quebra-queixo, do pirulito de chupeta, da pipoca colorida, da geleia, da tubaína, do crush, da groselha etc etc etc.
Muita gente dessa molecada de hoje sequer devem imaginar sobre o que estou falando, mas coitados, se ignoram, não sabem o que perderam. Confesso que, de vez em quando, dou uma de maluco e volto a ser criança. Compro umas marias-moles, umas paçoquinhas, uns pés-de-moleque e rejuvenesço com o prazer de saborear essas maravilhas da minha infância. Muito da felicidade está sim, nas pequenas coisas. Pode acreditar.
Um grande abraço espinosense.