Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

2586 - Chance para todo mundo ainda no Brasileirão

O Campeonato Brasileiro chega às suas derradeiras rodadas levando entusiasmo, esperança e emoção a maior parte das apaixonadas torcidas brasileiras, tanto na parte de cima da tabela de classificação, na briga pelo cobiçado título de campeão, quanto na parte de baixo, na desesperada luta contra o rebaixamento à segunda divisão. Lá no final da tabela, na chamada zona da degola, Botafogo, Goiás e Coritiba parecem não ter mais fôlego e capacidade para promoverem uma reviravolta histórica ou um verdadeiro milagre para se livrarem do descenso. Outras grandes equipes brigam alucinadamente para escaparem do preenchimento da última vaga. Vasco, Sport, Bahia, Fortaleza, Atlético-GO, Athlético, Bragantino e Ceará ainda podem preenchê-la, dependendo do rendimento daqui em diante. Desta lista, os quatro últimos têm pouquíssima chance de cair, enquanto os quatro primeiros vão continuar passando sufoco se não melhorarem a pontuação. 
Mas a briga boa está mesmo nas primeiras posições, com nada menos que seis equipes ainda com boas possibilidades de levantar a taça em fevereiro. Com os últimos resultados, algumas se distanciaram do objetivo maior e outras aumentaram as chances matemáticas de ser campeão. Conforme as projeções do site Infobola, do matemático Tristão Garcia, o atual líder isolado da competição, o Internacional de Abel Braga, aparece com 50% de chances de ser o grande campeão do Brasileirão 2020. O Colorado mantém a ponta com 59 pontos em 31 jogos, com 17 vitórias, apresentando uma performance impressionante de nada menos que cinco vitórias nos últimos cinco jogos. Está embalado o Saci, agora o favorito mor. O segundo colocado, o São Paulo de Fernando Diniz, tem 57 pontos em 31 jogos, com 16 vitórias. O Infobola lhe dá 17% de chances de título. O time que já foi líder teve uma caída exponencial, com três derrotas, uma vitória e um empate nos seus últimos cinco jogos, um desempenho preocupante e desanimador. O Flamengo de Rogério Ceni está na terceira colocação, com 55 pontos em 30 jogos, com 16 vitórias. O time é forte candidato ao título, principalmente pelo elenco privilegiado que possui e por estar já fora de outras competições. Passou por turbulências há poucos dias, mas parece estar reencontrando seu equilíbrio. É, sem dúvida, um adversário poderoso na briga pela taça e não pode ser subestimado. Na previsão do Infobola, ele conta com 14% de chance de ser campeão. Na quarta posição vem o meu Galo, com excelente performance no segundo turno, atrás apenas do líder Internacional, com um aproveitamento de 66,7% no returno e de 60% no geral. Tem 54 pontos em 30 jogos, com 16 vitórias, mesmo número de conquistas de São Paulo e Flamengo que estão à sua frente. Sobre o Atlético, falo mais adiante. As chances de título estão em 14%, igual ao Flamengo. O Palmeiras vem em quinto lugar com 51 pontos em 30 jogos, com 14 vitórias e uma possibilidade de título de apenas 3%. Contra o Verdão pesa a disputa simultânea de outras duas competições. Em ambas ele estará disputando o título, na Copa do Brasil, contra o Grêmio, e na Libertadores, contra o Santos. Pode arrebentar, levando sua torcida ao delírio com quatro conquistas importantes na temporada (já ganhou o Paulistão), como também pode levá-la à completa frustração, se fracassar em todas. A distância entre o sucesso e o fiasco é muito tênue. Para completar o sexteto, o Grêmio está na sexta posição com 51 pontos em 30 jogos, com 12 vitórias. O tricolor gaúcho perdeu apenas três partidas, mas empatou demais. Contra si estão a distância de oito pontos para o líder, mesmo com uma partida a menos, como também o desgaste pela disputa da Copa do Brasil com o Palmeiras em breve. Suas chances, de acordo com o Infobola, são mínimas, de 2%.



Vamos falar especificamente do meu Atlético agora. Conforme já dito, o Infobola nos dá 14% de chances de título, mesma probabilidade do poderoso Flamengo. Estamos na briga ainda, portanto. Olhando apenas o desempenho no returno, o Atlético aparece muito bem nos números. Em 11 jogos, conquistou 22 pontos, com 6 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota, um desempenho de 66,7%, similar ao do líder Inter. Ou seja, estamos muito bem na tabela e na performance, ainda com boas chances. Mas mesmo com essas boas probabilidades e números de eficiência, uma parte da torcida atleticana continua a criticar ferozmente o trabalho desenvolvido no clube pelo treinador Jorge Sampaoli. Alguns mais radicais, impacientes e inflamados, detonam todos os atos do técnico e até pedem a sua demissão imediata. Isso tudo faltando apenas sete rodadas para o término do campeonato. Entendo muito bem a frustração e o desejo engasgado na garganta de nós, atleticanos, de novamente erguermos a taça de Campeão Brasileiro, tantas vezes nos retirada das mais várias formas, algumas até polêmicas e suspeitas. Já ficamos na vontade em nada menos que cinco ocasiões. Em 1977 perdemos invictos o título para o São Paulo nos pênaltis, no Mineirão, mesmo com 10 pontos a mais. Em 1980 perdemos em pleno Maracanã para o gigante Flamengo de Zico e companhia, com arbitragem suspeita. Em 1999 perdemos para o Corinthians, por pouco. Em 2012 deixamos escapar o título para o Fluminense. E em 2015, ficamos distantes de suplantar o endiabrado Corinthians campeão. 


Compreendo a vontade de voltarmos ao pódio e à alegria de comemorarmos mais um título de Campeão Brasileiro, ainda mais após um hiato de 50 anos. Mas mesmo apaixonados pelo clube, devemos nos guiar pela razão e pela sensatez. Qualquer observador mais atento do cenário esportivo nacional verá, sem qualquer dificuldade, que o Atlético não possui o melhor elenco do futebol brasileiro no momento. Estamos muito atrás do Flamengo e do Palmeiras, principalmente. Com os demais, Internacional, Grêmio e São Paulo, talvez estejamos nivelados em termos de elenco. Temos sim um bom time, bastante talentoso, competitivo e aguerrido, mas falta-nos um banco de reservas de qualidade igualada com os titulares, o que faz enorme diferença em uma competição tão difícil e exigente. Temos que nos conscientizar de que não somos o Bayern ou o Real Madrid ou o Barcelona de tempos atrás, gigantes que batiam sem cerimônia os seus adversários, mostrando toda sua superioridade econômica e futebolística. É claro que sonhamos com o título, e será mágico se ele vier, mas se ele não acontecer, temos que comemorar com alegria uma classificação para a disputa da Libertadores na próxima temporada. Torcedor verdadeiro é o que apoia o clube e o time em todas as circunstâncias da história. Agora mesmo o nosso maior rival está passando pelo pior momento de sua história, com dívidas astronômicas, dois anos seguidos na segunda divisão e a possibilidade real de insolvência. Enquanto isso, estamos em um ótimo momento da nossa trajetória, com a taça levantada de Campeão Mineiro, com o time feminino também Campeão Mineiro, com o time do Sub-20 na final do Brasileirão, com o time principal nas primeiras posições da tabela do Brasileirão, com chances reais de ganhar o título, e com as obras do nosso estádio próprio em plena operação, o que nos permite sonhar com um futuro muito mais brilhante, estruturado e conquistador do clube. Há algum tempo não muito distante, estávamos literalmente quebrados, tomando goleadas, dando vexame e brigando para não cair. Conseguimos nos levantar, ganhamos uma Libertadores e uma Copa do Brasil de forma heroica, maravilhosa, inigualável e inesquecível, e agora estamos de novo brigando entre os principais times do Brasil. Temos um time coeso e qualificado, um treinador e uma comissão técnica tarimbados, uma diretoria atuante, uns torcedores ricos e poderosos determinados a ajudar o clube financeiramente e uma torcida completamente apaixonada que nunca abandonou o time, nem nos piores momentos, como a queda de 2005. Nesta hora de decisão, nós da Massa Atleticana, temos que torcer, rezar, gritar, cantar, apoiar e reconhecer o bom trabalho realizado. Não é só o Galo que está na disputa, são mais outros 19 times no campeonato e seis deles na briga direta pela glória de levantar a taça tão ambicionada, além claro, da alta grana da premiação. Eu como bom atleticano, acredito no título. Se ele não vier, estarei feliz com o que o Atlético me proporcionou neste ano louco e triste de tantas perdas humanas. "Saber ganhar e saber perder" é uma ideia fundamental no esporte e na vida.
Um grande abraço espinosense.        




Jogos restantes para os seis primeiros colocados:

Internacional
32ª rodada - Grêmio (Casa)
33ª rodada - Bragantino (Casa)
34ª rodada - Athlético (Fora)
35ª rodada - Sport (Casa)
36ª rodada - Vasco (Fora)
37ª rodada - Flamengo (Fora)
38ª rodada - Corinthians (Casa)

São Paulo
32ª rodada - Coritiba (Casa)
33ª rodada - Atlético-GO (Fora)
34ª rodada - Palmeiras (Casa)
35ª rodada - Ceará (Casa)
36ª rodada - Grêmio (Fora) 
37ª rodada - Botafogo (Fora)
38ª rodada - Flamengo (Casa)

Flamengo
23ª rodada - Grêmio (Fora)
32ª rodada - Athlético (Fora)
33ª rodada - Sport (Fora)
34ª rodada - Vasco (Casa)
35ª rodada - Bragantino (Fora)
36ª rodada - Corinthians (Casa)
37ª rodada - Internacional (Casa)
38ª rodada - São Paulo (Fora)

Atlético
28ª rodada - Santos (Casa)
32ª rodada - Vasco (Fora)
33ª rodada - Fortaleza (Casa)
34ª rodada - Goiás (Fora)
35ª rodada - Fluminense (Fora)
36ª rodada - Bahia (Casa)
37ª rodada - Sport (Fora)
38ª rodada - Palmeiras (Casa)

Palmeiras
1ª rodada - Vasco (Casa)
32ª rodada - Ceará (Fora)
33ª rodada - Botafogo (Casa)
34ª rodada - São Paulo (Fora)
35ª rodada - Coritiba (Fora)
36ª rodada - Fortaleza (Casa)
37ª rodada - Atlético-GO (Casa)
38ª rodada - Atlético (Fora)

Grêmio
23ª rodada - Flamengo (Casa)
32ª rodada - Internacional (Fora)
33ª rodada - Coritiba (Fora)
34ª rodada - Santos (Casa)
35ª rodada - Botafogo (Fora)
36ª rodada - São Paulo (Casa) 
37ª rodada - Athlético (Casa)
38ª rodada - Bragantino (Fora)

2585 - Dois Franciscos em parceria

Jovens músicos de famílias intrinsecamente ligadas à música são sempre gratas e esperadas "surpresas" no cenário da arte sonora. Assim é que dois personagens desse reino fantástico se uniram e acabaram de lançar um disco em parceria. São eles dois Franciscos. O primeiro, o Francisco Gadelha Gil Moreira Müller de Sá, filho da cantora Preta Gil e do ator Otávio Müller e neto do ícone Gilberto Gil. O segundo, o Francisco Ribeiro Eller, o Chicão, filho único da saudosa cantora Cássia Eller e do falecido baixista Tavinho Fialho O primeiro usa o nome artístico de Fran Gil; o segundo, de Chico Chico.
Pois esses dois jovens músicos se juntaram há pouco mais de um ano e se descobriram completamente antenados em ampla sintonia.   
Depois de ficar conhecido, quando criança, após a morte precoce da sua mãe e crescer passando por uma polêmica disputa judicial por sua guarda, Chico Chico desistiu da ideia de se tornar jogador de futebol e professor de Geografia e se aventurou na mesma trajetória da mamãe coruja Cássia Eller, a carreira musical. Influenciado positivamente por Beatles, Jards Macalé, Luiz Melodia, Itamar Assumpção e BaianaSystem, ele ampliou seus interesses musicais com o tempo. É vocalista das bandas 2x0 Vargem Alta e 13.7. Com seus 27 anos de vida, Chico Chico, que foi criado com todo amor pela companheira de Cássia, Maria Eugênia Vieira Martins, é um sujeito tranquilo, despojado e apaixonado pela música, sempre com um sorriso aberto na face emoldurada pelos cabelos fartos e encaracolados, espalhando simpatia por todos os poros. Ele mesmo se define assim, como alguém que não gosta muito de aparecer e que adora viver em paz: "Pois é, não gosto de aparecer à toa. Mas basicamente vivo aqui em Santa Teresa, que é o bairro da minha infância, onde eu conheço todo mundo. Tenho meus cachorros com quem eu passeio, minha plantinhas que eu rego, meu baseadinho que eu fumo, e meu violão que eu toco".




O outro Francisco, de 25 anos de idade e filho de Preta Gil e do ator Otávio Müller e neto do grande Gilberto Gil, traz na alma a sonoridade baiana e genial do seu avô, optando pela carreira artística somente aos 18 anos, pois queria mesmo era ser cineasta. Participa da banda "Gilsons", tocando ao lado do tio José Gil e do primo João Gil. Recentemente eles três acompanharam Gilberto Gil no Coala Festival 2020. Tocou ainda em outras bandas, como a Sinara e a Niara, e paralelamente mantém sua carreira solo. É casado com a modelo Laura Fernandez, com quem teve a filhinha Sol de Maria. Este ano, lançou o álbum "Raiz", que foi bastante elogiado pela crítica. 



O álbum "Onde?" vem com apenas sete faixas com um repertório escolhido "a dedos" de compositores admirados pela dupla, que engloba Edson Gomes, Gilberto Gil, Itamar Assumpção (1949 – 2003), Luiz Melodia (1951 – 2017) e Sérgio Sampaio (1947 – 1994). A única composição inédita, "Ninguém", é a primeira parceria dos jovens artistas, canção gerada na véspera da entrada dos cantores em estúdio.

Disco "Onde?":
1) Árvore (Edson Gomes)
2) Dona Maria de Lourdes (Sergio Sampaio)
3) Nega Música (Itamar Assumpção)
4) Isso Não Vai Ficar Assim (Itamar Assumpção)
5) Veleiro Azul (Luiz Melodia e Rúbia Mattos)
6) Ninguém (Fran Gil e Chico Chico)
7) Procissão (Gilberto Gil e Edy Star)


Em tempos de pouco espaço na mídia para a velha e boa Música Popular Brasileira, nada melhor que ver e ouvir gente jovem com gosto musical diferenciado, homenageando os ditos compositores malditos que bravamente fizeram sua história criando peças musicais de extrema qualidade fora do mainstream. 
Um grande abraço espinosense.