26 de outubro de 1942. Data de nascimento de um dos maiores personagens da música popular brasileira que, neste ano de 2012, completou seus 70 anos de vida e arte refinada. Mesmo com um pequeno atraso, não poderia jamais deixar de prestar uma pequena homenagem a este excepcional cantor e compositor nascido no Rio de Janeiro, mas de alma plantada nas montanhas de Minas Gerais. Mílton Nascimento, certamente um dos mais respeitados, influentes e talentosos artistas do Brasil, começou a despertar a atenção do país ao conseguir, com a sua canção "Travessia", composta em parceria com Fernando Brant, conquistar o segundo lugar do Festival Internacional da Canção em 1967. Daí em diante, foram muitas parcerias, inúmeros sucessos e o reconhecimento mundial à sua arte sem fronteiras.
Bituca, como é carinhosamente conhecido, é filho da empregada doméstica Maria do Carmo Nascimento, mãe solteira que, infelizmente, faleceu quando ele tinha apenas dois anos de idade. Ele foi morar com a avó em Juiz de Fora. Mesmo com apenas dois anos, já se divertia no piano da casa e logo depois com a pequena sanfona de dois baixos que ganhou da avó. Nesta época acontece a sua adoção por um jovem casal recém-casado. Seus pais adotivos, Josino Brito Campos, proprietário de uma estação de rádio, e Lília Silva Campos, professora de música, lhe proporcionaram todas as condições para que o seu talento natural aflorasse em toda a plenitude, ainda na pequena cidade mineira de Três Pontas. Ali, no interior de Minas, Mílton foi criado com o maior carinho ao lado dos irmãos, Elisabeth e Luiz Fernando, também adotados, e da caçula, Joceline. Ele sofreu na pele o preconceito por ser negro e fazer parte de uma família de brancos, fato infelizmente real até nos dias atuais.
Depois de se apresentar em bailes na cidade e arredores, ao lado do amigo Wagner Tiso, nos grupos "Luar de Prata" (em 1955, aos treze anos) e "W´s Boys" (em 1960), Mílton se mudou para Belo Horizonte, onde integrou a banda "Holiday" e gravou o seu primeiro disco, "Barulho de Trem", um compacto. Interessante ressaltar que o conjunto "W´s Boys" era formado só por integrantes com nomes iniciados com a letra "W", como Wagner Tiso, Waltinho, Wilson e Wanderley, obrigando-o a trocar seu nome para Wílton.
Bituca, como é carinhosamente conhecido, é filho da empregada doméstica Maria do Carmo Nascimento, mãe solteira que, infelizmente, faleceu quando ele tinha apenas dois anos de idade. Ele foi morar com a avó em Juiz de Fora. Mesmo com apenas dois anos, já se divertia no piano da casa e logo depois com a pequena sanfona de dois baixos que ganhou da avó. Nesta época acontece a sua adoção por um jovem casal recém-casado. Seus pais adotivos, Josino Brito Campos, proprietário de uma estação de rádio, e Lília Silva Campos, professora de música, lhe proporcionaram todas as condições para que o seu talento natural aflorasse em toda a plenitude, ainda na pequena cidade mineira de Três Pontas. Ali, no interior de Minas, Mílton foi criado com o maior carinho ao lado dos irmãos, Elisabeth e Luiz Fernando, também adotados, e da caçula, Joceline. Ele sofreu na pele o preconceito por ser negro e fazer parte de uma família de brancos, fato infelizmente real até nos dias atuais.
Depois de se apresentar em bailes na cidade e arredores, ao lado do amigo Wagner Tiso, nos grupos "Luar de Prata" (em 1955, aos treze anos) e "W´s Boys" (em 1960), Mílton se mudou para Belo Horizonte, onde integrou a banda "Holiday" e gravou o seu primeiro disco, "Barulho de Trem", um compacto. Interessante ressaltar que o conjunto "W´s Boys" era formado só por integrantes com nomes iniciados com a letra "W", como Wagner Tiso, Waltinho, Wilson e Wanderley, obrigando-o a trocar seu nome para Wílton.
Na capital mineira, em 1963, passou a integrar também o conjunto de bailes de Célio Balona e foi morar no Edifício Levy, onde conheceu os irmãos Márcio, Marílton e Lô Borges, com quem iria criar, mais adiante, uma das mais importantes vertentes musicais da história da música brasileira, o famoso "Clube da Esquina". Ali, na esquina das ruas Divinópolis com Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza em Belo Horizonte, surgiriam canções inesquecíveis como "Nada Será Como Antes", "São Vicente", "Cais", "Para Lennon e McCartney" e "Trem Azul", entre tantas outras que se tornariam clássicos da MPB. Influenciados fortemente pelos quatro garotos de Liverpool, os Beatles, aquela turma iria se apresentar para o mundo com o inovador e criativo disco "Clube da Esquina" que renovou a qualidade da música brasileira.
Antes disso, em 1964, sempre ao lado do amigo Wagner Tiso e mais Paulinho Braga, funda o "Berimbau Trio", onde toca contrabaixo. É neste momento da carreira que ele começa a compor suas músicas.
Em seguida, foi integrante do "Quarteto Sambacana", de Pacífico Mascarenhas, com quem gravou um disco. Em 1966, participa do Festival Berimbau de Ouro, em São Paulo, com a canção "Cidade Vazia", de Baden Powell e Lula Freire. Fatura o quarto lugar. Mais alegria viria com a primeira gravação de uma música sua, a instrumental "E a Gente Sonhando" pelo conjunto "Tempo Trio". E não ficou por aí. Neste mesmo ano, ele teve a honra de ter uma canção sua, "Canção do Sal", gravada pela maravilhosa Elis Regina. No II FIC – Festival Internacional da Canção, realizado pela TV Globo no Rio de Janeiro, conquistou o segundo lugar com "Travessia", o sétimo lugar com "Morro Velho" e conseguiu classificar a música "Maria, Minha Fé" entre as 15 finalistas. Recebeu ainda o prêmio de Melhor Intérprete do festival. O interessante desta história é que Mílton não mais queria participar de festivais, dada a grande competição entre os artistas. Então, o cantor Agostinho dos Santos, a quem conhecera em uma de suas apresentações em São Paulo, lhe pediu uma fita gravada com algumas músicas suas, para incluir no novo disco dele. Ao invés disso, inscreveu as três músicas de Mílton no festival, o que o catapultaria inevitavelmente para o sucesso.
Em seguida, foi integrante do "Quarteto Sambacana", de Pacífico Mascarenhas, com quem gravou um disco. Em 1966, participa do Festival Berimbau de Ouro, em São Paulo, com a canção "Cidade Vazia", de Baden Powell e Lula Freire. Fatura o quarto lugar. Mais alegria viria com a primeira gravação de uma música sua, a instrumental "E a Gente Sonhando" pelo conjunto "Tempo Trio". E não ficou por aí. Neste mesmo ano, ele teve a honra de ter uma canção sua, "Canção do Sal", gravada pela maravilhosa Elis Regina. No II FIC – Festival Internacional da Canção, realizado pela TV Globo no Rio de Janeiro, conquistou o segundo lugar com "Travessia", o sétimo lugar com "Morro Velho" e conseguiu classificar a música "Maria, Minha Fé" entre as 15 finalistas. Recebeu ainda o prêmio de Melhor Intérprete do festival. O interessante desta história é que Mílton não mais queria participar de festivais, dada a grande competição entre os artistas. Então, o cantor Agostinho dos Santos, a quem conhecera em uma de suas apresentações em São Paulo, lhe pediu uma fita gravada com algumas músicas suas, para incluir no novo disco dele. Ao invés disso, inscreveu as três músicas de Mílton no festival, o que o catapultaria inevitavelmente para o sucesso.
Almas gêmeas: Mílton e Elis Regina |
Convidado pelo músico Eumir Deodato, vai aos Estados Unidos para gravar o
LP "Courage", em 1968, com participação especial do pianista Herbie Hancock, iniciando a sua carreira no mercado da música internacional. De volta ao Brasil em 1969, lançou o LP "Mílton Nascimento", que tinha no repertório “Beco do Mota”, “Sentinela” e “Quatro
Luas”, todas em parceria com Fernando Brant. Em 1970, realiza, no
Teatro Opinião no Rio de Janeiro, o
show "Mílton Nascimento e o Som Imaginário", com o grupo de rock progressivo
mineiro composto por Wagner Tiso, Robertinho Silva, Luís Alves e Zé Rodrix. Depois do show, veio o disco "Mílton e ah, o Som Imaginário".
A obra-prima "Clube da Esquina" seria lançado em 1972, um disco duplo
que entraria para sempre na história da música brasileira como uma obra única de
riqueza sonora, poética e de inovadora criatividade. Nesta turma de
jovens talentosos estavam além de Mílton, Lô Borges, Beto Guedes,
Toninho Horta, Wagner Tiso, Nivaldo Ornellas, Nelson Ângelo, Tavito,
entre outros. Mesmo criticado inicialmente, o disco iria conquistar o
reconhecimento mundial de vários artistas de renome pelo mundo, como
Wayne Shorter, que convidou Mílton, em 1974, a gravar um disco com ele, "Native Dancer", fazendo com que o então desconhecido cantor e compositor
aparecesse para o mercado da música mundial.
Nesta época brutal da ditadura, em que a censura era ferrenha, o seu sexto disco "Milagre dos Peixes" teve quase todas as músicas censuradas. Isso em 1973. Mesmo assim, no ano seguinte, lança o disco "Milagre dos Peixes - Ao Vivo), gravado durante apresentação no Teatro Municipal de São Paulo, junto com a Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro. O disco "Minas" alcança grande sucesso em 1975, com as músicas "Fé Cega, Faca Amolada", "Ponta de Areia" e "Paula e Bebeto". "Geraes" seria lançado em 1976, com participação da grande cantora argentina Mercedes Sosa. Neste mesmo ano compõe e interpreta a trilha sonora do ballet "Maria Maria", com que o grupo "Corpo" faz sua estreia nos palcos. Em 1978, lança "Clube da Esquina 2", álbum duplo que reúne amigos e canções. Participam do disco Wagner Tiso, Lô Borges, Toninho Horta, Gonzaguinha, Chico Buarque, Elis Regina, Flávio Venturini, Joyce, Boca Livre, César Camargo Mariano, Francis Hime, Olívia Hime, Beto Guedes, Paulo Jobim, Danilo Caymmi, Nélson Ângelo etc. No ano de 1980, compõe a trilha do segundo espetáculo do grupo "Corpo", "O Último Trem". Lança o disco "Sentinela" e faz sua primeira excursão pela Europa, se apresentando na Suíça, Portugal e França. Lança o espetáculo e disco "Missa dos Quilombos", em homenagem a Zumbi dos Palmares.
1984 seria o ano da estreia no prestigiado Carnegie Hall, em Nova York, e do show de inauguração da Praça da Apoteose no Rio de Janeiro, para um público de 80.000 pessoas. Gravado ao vivo, ao lado de Wayne Shorter, é lançado em 1986 "A Barca dos Amantes", como também o disco ao vivo, "Corazón Americano", ao lado de Mercedes Sosa. Nesse momento da carreira, foram muitas turnês internacionais, inclusive a estreia no Japão em 1988.
Depois de uma viagem de barco repleta de aventuras pelo Rio Juruá, no estado do Acre, quando teve bastante contato com índios, seringueiros e outros habitantes da região, Mílton lança o disco "Txai", em 1990, que faz grande sucesso no exterior. Pela sua nova gravadora Warner, lança em 1993, o disco "Angelus", que tem a participação de James Taylor, Herbie Hancock, Jon Anderson, Wayne Shorter, Naná Vasconcelos, Ron Carter, Peter Gabriel, Pat Metheny, Gil Goldstein e Jack Dejohnette. Em 1995, grava no Palácio das Artes, em BH, o disco "Amigo", com participação da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo e dos corais infantis "Os Curumins", da capital mineira, e "Os Rouxinóis de Divinópolis". Com este disco transformado em show dedicado à Ayrton Senna, inicia turnê e se apresenta com a criançada em Nova York, no Festival de Montreux e em Londres, no Royal Albert Hall.
Depois de uma viagem de barco repleta de aventuras pelo Rio Juruá, no estado do Acre, quando teve bastante contato com índios, seringueiros e outros habitantes da região, Mílton lança o disco "Txai", em 1990, que faz grande sucesso no exterior. Pela sua nova gravadora Warner, lança em 1993, o disco "Angelus", que tem a participação de James Taylor, Herbie Hancock, Jon Anderson, Wayne Shorter, Naná Vasconcelos, Ron Carter, Peter Gabriel, Pat Metheny, Gil Goldstein e Jack Dejohnette. Em 1995, grava no Palácio das Artes, em BH, o disco "Amigo", com participação da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo e dos corais infantis "Os Curumins", da capital mineira, e "Os Rouxinóis de Divinópolis". Com este disco transformado em show dedicado à Ayrton Senna, inicia turnê e se apresenta com a criançada em Nova York, no Festival de Montreux e em Londres, no Royal Albert Hall.
Dois gênios da música brasileira: Mílton Nascimento e Gilberto Gil |
De volta às suas raízes mineiras em solo brasileiro, lança em 1997 o disco "Nascimento" e sai em turnê com o espetáculo "Tambores de Minas". Mílton passa por complicações na saúde causadas pelo diabetes no ano seguinte, mesmo ano em que o seu álbum "Nascimento" fatura o Grammy de Melhor Álbum de World Music. O seu novo trabalho, "Crooner" saiu em 1999, com excursões do show no Brasil, na América Latina e na Europa. Em 2001 junta-se à outra lenda da MPB, Gilberto Gil, lança o disco "Gil e Mílton" e sai em turnê pelo exterior e posteriormente pelo Brasil. No ano seguinte faz uma série de apresentações pelo país para comemorar os 30 anos do "Clube da Esquina". Para homenagear as mulheres que tiveram importância fundamental na sua vida, casos de sua mãe, Ângela Maria e Elis Regina, Bituca lança o álbum "Pietá", com participação das cantoras Maria Rita, Marina Machado e Simone Guimarães. Também neste ano, cria o selo "Nascimento", para a produção de diversos projetos, como
os DVDs "Tambores de Minas" e a "Sede do Peixe" e o CD duplo "Trilhas
de Balé". Em 2003 sai em turnê com o show "Pietá", primeiro no Brasil, depois no exterior. Em parceria com "Os Meninos de Araçuaí" e o grupo "Ponto de Partida", lança em 2004 o DVD "Ser Minas Tão Geraes". Mais um Grammy Latino é conquistado. Desta vez, sua linda música em parceira com Telo Borges, "Tristesse", do disco "Pietá", ganha o prêmio de Melhor Canção Brasileira. Em 2005 apresenta em Paris, no Teathre Champs Élysées, o espetáculo "Ser Minas Tão Geraes". Ano de 2005, outro Grammy Latino. Sua música, "A Festa", interpretada por Maria Rita, vence o prêmio de Melhor Canção Brasileira. Sai o DVD "Pietá", em 2006. Em 2007, faz shows no Chile, no México, na França e no Japão. Em 2008 lança o disco "Novas Bossas" ao lado do "Jobim Trio", com quem faz uma série de apresentações na Europa e nos Estados Unidos. Ao lado dos irmãos músicos franceses Lionel e Stéphane Belmondo, grava em 2009 o disco "Mílton Nascimento e Belmondo". Neste mesmo ano se apresenta em Santiago, Los Angeles, Alexandria, Boston, Santa Cruz, São Francisco e em Nova York, no Carnegie Hall. O seu selo "Nascimento Música" lança mais um disco seu, "E a Gente Sonhando" com participação de jovens músicos de Três Pontas, sua cidade de Minas Gerais.
Para comemorar 50 anos de carreira artística de Mílton Nascimento, a Editora Abril lançou uma caixa com 20 discos do cantor e compositor "mineiro", que também está em turnê, se apresentando por todo o país para comemorar a data.
Para comemorar 50 anos de carreira artística de Mílton Nascimento, a Editora Abril lançou uma caixa com 20 discos do cantor e compositor "mineiro", que também está em turnê, se apresentando por todo o país para comemorar a data.
Mílton criou inúmeras e belíssimas canções em toda a sua carreira. Grandes sucessos seus ficaram para sempre na memória do povo brasileiro. "Coração de Estudante", de Wagner Tiso, se tornou o hino das "Diretas Já", imenso movimento popular que exigiu a volta das eleições diretas no país. Também foi a trilha sonora dos momentos tristes e marcantes da morte do presidente Tancredo Neves em 1985. Outra música sua, "Canção da América", tornou-se a música-símbolo da triste partida do inesquecível ídolo das pistas, Ayrton Senna, em 1994.
Mílton participou do projeto "Nordeste Já", versão brasileira do projeto "We are the World", que pretendia ajudar as vítimas da seca no Nordeste. Foi lançado um disco com duas músicas, "Chega de Mágoa" e "Seca D´água", de criação coletiva, interpretadas por dezenas de grandes artistas brasileiros.
Amigos e parceiros de longa data: Mílton e Wagner Tiso |
Já recebeu a chave da cidade de Nova York, uma honra a poucos dispensada. Apoia a Aliança dos Povos da Floresta, a Anistia Internacional, a Fondatión France Liberté e o Greenpeace.
Mìlton tem um filho, Pablo, resultado de um relacionamento amoroso seu, mas com quem não tem contato, devido à separação entre os dois por conta da perseguição política na triste época da ditadura.
Esta pequena homenagem a um dos grandes da história da música brasileira não poderia vir em outro dia senão na data em que se comemora o Dia do Músico, hoje, dia 22 de novembro. Ninguém poderia encarnar melhor essa palavra mágica que emociona a todos os portadores de sensibilidade em todo o planeta: a Música. Vida longa ao grande Mílton Nascimento!
"Se Deus cantasse, seria com a voz de Mílton Nascimento". Elis Regina disse tudo. É isso!
Um grande abraço espinosense.
Discografia:
- Travessia - Codil, 1967
- Courage - A e M/CTI, 1968
- Mílton Nascimento - Odeon, 1969
- Mílton - Odeon, 1970
- Clube da Esquina (com Lô Borges) - EMI Odeon, 1972
- Milagre dos Peixes - EMI Odeon, 1973
- Milagre dos Peixes - Ao Vivo - EMI Odeon, 1974
- Native Dancer, com Wayne Shorter - Columbia, 1974
- Minas - EMI Odeon, 1975
- Geraes - EMI Odeon, 1976
- Mílton - A e M, 1976
- Clube da Esquina 2 - EMI Odeon, 1978
- Journey to Dawn - A e M, 1979
- Sentinela - Barclay, 1980
- Caçador de Mim - Ariola, 1981
- Anima - Ariola, 1982
- Missa dos Quilombos - Ariola, 1982
- Ao Vivo - Barclay, 1983
- Encontros e Despedidas - Barclay, 1985
- Corazón Americano -1986
- A Barca dos Amantes - Barclay, 1986
- Yauarate - CBS, 1987
- Miltons - CBS, 1989
- Txai - CBS, 1990
- O Planeta Blue na Estrada do Sol - Columbia, 1992
- Angelus - Warner, 1994
- Amigo - Warner, 1995
- Nascimento - Warner, 1997
- Tambores de Minas - Warner, 1997
- Mílton Nascimento "Crooner" - Warner, 1999
- Gil e Mílton (com Gilberto Gil) - Warner, 2000
- Pietá - Warner, 2002
- O Coronel e o Lobisomem , 2005
- Novas Bossas, 2008
- ...E a Gente Sonhando, 2010