Espinosa, meu éden

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quarta-feira, 30 de março de 2022

2929 - O adeus do Genesis

Gênesis, o que é? É o primeiro livro da Bíblia que, no Antigo Testamento, narra e descreve a criação do Mundo, da Terra, da Humanidade, do Universo, de acordo com a religião; é o sinônimo de origem, criação, geração, nascimento. Mas não só, também é o nome de uma banda de Rock Progressivo que eu adoro e que há pouco fez a sua última apresentação na turnê "The Last Domino?" anunciando a sua despedida dos palcos e o fim da bem sucedida carreira de 55 anos de estrada, com 15 álbuns de estúdio lançados, mais de 150 milhões de discos vendidos e milhões de fãs espalhados pelo mundo inteiro. A despedida aconteceu na noite do último sábado, 26 de março de 2022, em show realizado na O2 Arena, em Londres, Inglaterra. 



O Genesis iniciou sua trajetória em 1967, formado pelos amigos da escola Charterhouse School Anthony Phillips, Peter Gabriel, Mike Rutherford e Tony Banks. Nesta fase inicial, o vocalista era Peter Gabriel e a banda se destacou pela criação de canções de Rock Progressivo, com álbuns conceituais, capas artísticas, harmonias complexas, arranjos sinfônicos e músicas de longa duração com solos que atestavam a incrível capacidade técnica dos músicos com seus instrumentos. Muitos integrantes entraram e ficaram pelo caminho. Em 1970, saiu Anthony Phillips, mais tarde, em 1977, Steve Hackett deixou o grupo. Com a saída de Peter Gabriel em 1975 para seguir na sua carreira solo, o baterista Phill Collins que havia se juntado à banda, assumiu os vocais. E não só. Com sua liderança, encaminhou a banda para uma mudança drástica, com a adoção de uma visão mais Pop da criação, com músicas de pequena duração e uma pegada bem mais palatável do grande público, atingindo assim ainda mais sucesso, mesmo desagradando boa parte dos antigos fãs. Mas ainda viriam outras despedidas. Phil Collins, com seu imenso sucesso na carreira solo, abandonou oficialmente o grupo em 1996, sendo substituído por Ray Wilson, que ficou pouco tempo, entre 1997 e 1998. Também passaram rápido pela banda Chris Stewart (bateria - 1967 a 1968), Jonathan Silver (bateria - 1968 a 1969) e Jonathan Mayhew (bateria e percussão - 1970). A banda que ficou um longo período parada, retornou aos palcos em 2006 para uma série de apresentações com a formação de trio, com Tony Banks (teclados, guitarra e vocal de apoio), Mike Rutherford (baixo, guitarra e vocal de apoio) e Phil Collins (vocal). Como banda de apoio, também continuaram tocando com eles os talentosos músicos Chester Thompson (bateria e percussão) e Daryl Stuermer (guitarra, baixo e vocal de apoio). A turnê "Turn It On Again" se iniciou em novembro de 2006 na Europa, findando-se nos Estados Unidos em outubro de 2007. Depois de outro longo período de hiato e da parada pela pandemia, a banda saiu em turnê novamente pela Europa, desta vez com a "The Last Domino?", que promete ser realmente a despedida da carreira do Genesis.



Este foi o set list do último show do Genesis realizado em Londres:
Set 1 
Behind the Lines / Duke’s End (do álbum Duke, 1980)
Turn It On Again (Duke, 1980)
Mama (Genesis, 1983)
Land of Confusion (Invisible Touch, 1986)
Home by the Sea (Genesis, 1983)
Second Home by the Sea (Genesis, 1983)
Fading Lights (We Can’t Dance, 1991)
The Cinema Show (Selling England By the Pound, 1973)
Afterglow (Wind & Wuthering, 1976)

Set acústico
That’s All (Genesis, 1983)
The Lamb Lies Down on Broadway (The Lamb Lies Down On Broadway, 1973)
Follow You Follow Me (And Then There Were Three, 1978)

Set 2
Duchess (Duke, 1980)
No Son of Mine (We Can’t Dance, 1991)
Firth of Fifth (Selling England By the Pound, 1973)
I Know What I Like (In Your Wardrobe) (Selling England By the Pound, 1973)
Domino (Invisible Touch, 1986)
Throwing It All Away (Invisible Touch, 1986)
Tonight, Tonight, Tonight (Invisible Touch, 1986)
Invisible Touch (Invisible Touch, 1986)

Bis
I Can’t Dance (We Can’t Dance, 1991)
Dancing With the Moonlit Knight (Selling England By the Pound, 1973)
The Carpet Crawlers (The Lamb Lies Down On Broadway, 1973)



O Genesis se apresentou no Brasil em apenas uma oportunidade, em maio de 1977, com a turnê do álbum "Wind and Wuthering". Foram dois shows em Porto Alegre (10 e 11 de maio no Ginásio Gigantinho), dois no Rio de Janeiro (14 e 15 de maio no Ginásio do Maracanãzinho) e dois em São Paulo (20 e 21 de maio no Ginásio do Ibirapuera). 
No último show da banda em Londres há poucos dias, havia um espectador super especial na plateia: o ex-vocalista Peter Gabriel, que comandou a banda entre 1967 e 1975. 
O tempo é cruel. Da imagem do barbudo e cabeludo vocalista Phil Collins de sua única passagem no Brasil em 1977 com o Genesis (ele tocou sozinho, na carreira solo, em algumas oportunidades aqui no país), restou pouco na fisionomia agora de um idoso careca e com problemas na coluna que o dificulta andar e o obriga a cantar sentado em uma cadeira. Só o que não muda é a maravilhosa musicalidade e o imenso e intocável talento do cara de quem sou fã incondicional. 
A banda se desfez mais uma vez, mas suas belas criações estarão para sempre disponíveis em seus álbuns lançados, assim como na Internet e nas plataformas de streaming, pois a música é eterna e o Genesis nos deu muitas razões para sorrir e sentir prazer com suas canções. Eu que o diga. Obrigado por tudo, Genesis!  
Um grande abraço espinosense.