Certamente, em algum momento da sua existência, você que lê esta postagem já tenha visto, lido ou escutado algo sobre a jovem Norma Jeane Mortenson, atriz, cantora e modelo nascida em 1º de junho de 1926 na cidade de Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos da América. Esta linda garota entrou definitivamente para a galeria dos maiores ídolos da história do cinema sob o pseudônimo de Marilyn Monroe.
Se você tem acesso a Netflix e alguma sensibilidade e empatia na alma, não pode deixar de assistir ao filme "Blonde" ("Loira"), baseado no romance de Joyce Carol Oates e dirigido por Andrew Dominik, que conta de forma intensa, angustiante, dolorosa e triste, muito triste, a tumultuada trajetória da menina linda, carente, frágil e submissa, que sucumbiu ainda jovem por sua delicadeza emocional em enfrentar as vicissitudes da carreira artística dominada por senhores os mais vis e canalhas.
Não se enganem, "Blonde" é pesado, angustiante, perturbador, um verdadeiro soco no estômago em suas 2 horas e 47 minutos de duração. A esmerada produção da Netflix não economiza emoções e cenas de tirar o fôlego. A vida íntima e atribulada de Marilyn Monroe é mostrada sem subterfúgios, dentro do roteiro escolhido, com a história dolorosa da menina bonita e extremamente frágil que sofreu horrores com a mãe viciada, com o pai nunca conhecido, com estupro, abuso, violência, agressão física, abortos, humilhação e julgamentos frios e maldosos de quem não conhecia sua história. A delicada Norma Jeane não suportou a pressão e o pesado fardo da fama que lhe causou dores, decepções e desencanto com a vida e a carreira cinematográfica, levando-a a crises psicológicas terríveis, que a conduziram à tentativa de fuga da realidade através da ingestão constante de pílulas de medicamentos que, infelizmente, lhe causaram à morte precoce. O público idolatrava a Marilyn Monroe que brilhava intensamente no cinema, a mais cultuada "sex simbol" americana, mas desconhecia completamente a angústia e o sofrimento da atriz Norma Jeane que tentava fugir da dura realidade e dos seus fantasmas com mais e mais comprimidos, atormentada e sem o menor controle da própria existência.
A belíssima atriz Ana de Armas, que interpreta Marilyn adulta, e a garotinha Lily Fischer, que a interpreta ainda criança, dão um show de talento nos papéis mais importantes da trama. Vale um olhar atento à cena final em que acontece o escurecimento lento e cruciante do quarto de Marilyn.
Principais personagens de "Blonde":
Norma Jeane (Marilyn Monroe) - Adulta - Ana de Armas
Norma Jeane (Marilyn Monroe) - Criança - Lily Fischer
Arthur Miller - Adrien Brody
Joe DiMaggio - Bobby Cannavale
Cass Chaplin - Xavier Samuel
Gladys - Julianne Nicholson
Miss Flynn - Sara Paxton
Yvet - Rebecca Wisocky
Eddy Robinson Jr. - Evan Williams
Whitey - Toby Huss
I. E. Shinn - Dan Butler
Mr. Z - David Warshofsky
Presidente John Kennedy - Caspar Phillipson
Norma Jeane faleceu no dia 4 de agosto de 1962, com apenas 36 anos, em Los Angeles, Califórnia, vítima de uma overdose de barbitúricos.
Ingenuamente, muita gente imagina que as vidas dos milionários astros do cinema, da música e do esporte, são completamente preenchidas com momentos de felicidade e alegria. Ledo engano. O peso do sucesso e da fama quase sempre sacrifica essas figuras, que acabam se isolando do mundo real, presas na solidão e na individualidade paranoica. Que a Norma Jeane tenha conseguido, ao lado do Criador, finalmente descansar em paz, após tantos abusos sofridos de gente tão covarde e escrota!
Um grande abraço espinosense.