A comunidade de Espinosa não pode reclamar muito da sorte, pois em sua longa história de mais de cem anos de fundação da primeira casinha nos belos Lençóis do Rio Verde, ela foi presenteada com a chegada de inúmeras figuras humanas que, por algum tempo ou de forma definitiva, fincaram raízes, exerceram dignamente suas funções laborais, iniciaram empreendimentos e formaram famílias, contribuindo de forma exponencial para o desenvolvimento e a evolução da nossa cidade. É verdade que também por lá passaram picaretas da pior espécie, figuras abjetas que prejudicaram sobremaneira a sociedade, mas felizmente foram poucos, contados nas mãos.
Uma dessas tantas decentes famílias que um dia em Espinosa aportaram, na busca cotidiana pela sobrevivência, foi a família oriunda de Luz, o clã Giordani. Funcionário do Banco do Brasil, o jovem Francelino pousou em Espinosa para iniciar sua carreira bancária no início dos anos 80, dali a pouco sendo acompanhado pelo jovem irmão Alair. Batalharam honradamente, conquistaram uma vida confortável, criaram suas famílias e deram sua importantíssima contribuição para o progresso e desenvolvimento da nossa amada terra. Outro irmão, o Humberto, também se instalou adiante na região, mas especificamente na cidade do sudoeste baiano Guanambi, e com seu senso de empreendedorismo nato, instalou uma loja de bicicletas, uma gráfica e posteriormente, ao lado da guerreira e companheira de todas as horas Simone, um buffet que passou a atender com qualidade insuperável à toda a região.
É natural que quando alguém morre, só lhe cubram de elogios, alguns mais falsos que uma cédula de três reais. É o que mais vi na vida e que sempre me revira o estômago. No caso de Humberto, posso afirmar com propriedade tratar-se de pessoa idônea, correta, trabalhadora, agudamente gentil no trato, atenciosa, solidária e extremamente dedicada à família.
Humberto é de família numerosa e incrivelmente animada, quando reunida. Sua mãe morreu há pouco tempo, o que entristeceu toda a família. Agora é ele que se vai, deixando sua esposa Simone, seu único filho Lunardo, seus irmãos Alair, Francelino e demais familiares com a terrível dor no coração que todos nós, se ainda não sentimos, vamos sentir em breve. A todos eles o meu abraço carinhoso e solidário neste momento tão desalentador e a prece ao bom Deus para que lhes conforte com muita força, fé e resignação.
Humberto encerrou sua caminhada terrena, mas a fez com humildade, dignidade e muito amor no coração. Ele vai sim, com certeza absoluta, usufruir do descanso eterno em completa paz.
Um grande abraço espinosense.