Acho que ninguém sabe, mas o grande músico e compositor, exímio contrabaixista, Yuri Menezes Popoff nasceu em Espinosa, aos 18 de julho de 1951. Filho de pai russo e mãe filha do educador português José Menezes que ali trabalhava à época, ele nasceu em Espinosa, mas viveu apenas um ano na nossa cidade, não possuindo nenhum parente ou qualquer outro relacionamento afetivo com as pessoas da cidade. A sua família se mudou muito cedo e não mais retornou, motivo pelo qual ele não possui raízes espinosenses. Mas, conforme suas próprias palavras: "então ficou assim Espinosa, foi o aeroporto onde desembarquei nesse planeta, e já por isso agradeço muito à terra onde desci para aqui estar".
Yuri Popoff e seu inseparável instrumento de trabalho |
Yuri Popoff e um digno representante dos catopês montesclarenses |
Nascido em Espinosa e criado em Montes Claros, Popoff iniciou seus estudos no Conservatório Lorenzo Fernandes. A sua formação acadêmica foi na Universidade de Minas Gerais, com o contrabaixista Ykeda Makoto (foi o primeiro contrabaixista da Orquestra Sinfônica de Nova York). Começou a atuar profissionalmente em 1975, na Orquestra Sinfônica de Campinas e em 1979 se tornou integrante da Orquestra Sinfônica do Estado de Minas Gerais. Com mais de 20 anos de atuação como músico profissional, Yuri participou de turnês nacionais e internacionais junto a artistas como Nana Caymmi, Maria Bethânia, Beto Guedes, Toninho Horta, João Donato, Simone Guimarães, Selma Reis, Leila Pinheiro, Cássia Eller, entre outros.
Primeiro disco de Yuri Popoff |
"Era só começo...", seu segundo disco |
Seu mais recente trabalho: "Lua no céu congadeiro" |
Nos anos oitenta, decidiu se tornar também um compositor, estreando com a famosa canção "Era só começo nosso fim". Suas composições foram gravadas por instrumentistas como Toninho Horta, Mauro Senise, Carlos Malta, Robertinho Silva e Marcos Suzano; por cantoras como Simone Guimarães, Clara Sandroni e Leny Andrade e por jazzistas como Wayne Shorter, Marck Egan, o guitarrista coreano Jack Lee e o violonista austríaco Rudi Berger.
Em 1993, recebeu o Prêmio Sharp de Música Instrumental, ao lado de Altamiro Carrilho, Paulo Moura e Hermeto Pascoal, garantindo o Prêmio Revelação com o elogiado CD "Catopê". Seu segundo CD "Era só começo..." foi uma produção independente, sendo lançado em 1998.
Profissional reconhecido, pesquisou e lecionou na Universidade Estácio de Sá, dando aulas de contrabaixo e técnica instrumental por um período de 16 anos. Entre 1993 e 1997 lecionou no CIGAM (Escola de Ian Guest), e ainda como professor de harmonia e arranjo em música popular nos Festivais de Ouro Preto e Internacional de Brasília. No Conservatório de Música do Rio de Janeiro realizou a coordenação do curso de Música Popular Brasileira, juntamente com Cecília Conde e Roberto Gnatali. Participou também da produção de vários CD's do circuito carioca.
A convite do Grupo Bayu, Yuri Popoff produziu a trilha musical da peça "Cuenda", que aborda a história do Congado Mineiro. "Cuenda" abriu caminhos para uma vasta pesquisa sobre a cultura do Congado em Minas Gerais. Esta pesquisa resultou no seu último CD "Lua no Céu Congadeiro", que foi lançado em 2005.