A árdua tarefa do América Futebol Clube de Belo Horizonte de reverter a derrota por 4 x 0 para o Clube Atlético Mineiro na primeira partida da decisão do Campeonato Mineiro de 2025 era sim possível, mas completamente improvável. Tal acontecimento incrível e surpreendente já havia ocorrido com o mesmo Atlético no dia 19 de dezembro de 1995, no Estádio Gigante de Arroyto, na Argentina, quando o Rosário Central conseguiu a façanha de vencer a segunda partida da decisão da Conmebol pelo placar de 4 x 0 tornando-se Campeão com a vitória nos pênaltis por 4 x 3. O Atlético havia vencido a primeira partida no Mineirão pelo mesmo placar de 4 x 0, com gols de Èzio, Cairo, Paulo Roberto e Silva. O time treinado na ocasião por Procópio Cardozo contava com Taffarel no gol.
Jogando no antigo Estádio Minas Gerais, posteriormente alterado o nome para Estádio Governador Magalhães Pinto em 18/01/1966 pela Lei 4.072, porém mais conhecido como Mineirão, o Gigante da Pampulha, o América tinha mínimas chances de reverter a goleada sofrida no primeiro jogo das finais, mas como o futebol é imprevisível, sempre existe a esperança de um milagre. Mas ele não aconteceu. Mesmo com a derrota por 1 x 0 para o América, o Atlético, de elenco muito mais qualificado, confirmou a sua superioridade e levantou mais uma taça de Campeão Mineiro, a sexta consecutiva, consagrando o clube alvinegro com o seu segundo Hexacampeonato na História do futebol mineiro. É o 50º Campeão Mineiro na Era Mineirão, desde a inauguração do estádio em setembro de 1965. E o Galo chega a impressionante marca de 50 títulos estaduais conquistados, feito só conseguido no país pelas equipes do ABC (RN), Paysandu (PA) e Bahia (BA). O América não vence o torneio estadual desde 2016 e o Cruzeiro desde 2019.
Relembrando, no primeiro combate decisivo realizado no sábado, 8 de março, no Mineirão, o Atlético, desfalcado do seu lesionado craque Hulk, fez seu primeiro gol com Guilherme Arana aos 7 minutos, um frangaço do goleiro Jori do América, uma falha inacreditável. Depois, aos 22 minutos, o jogador Cauan Barros agrediu o atleticano Tomás Cuello e foi expulso de campo, facilitando as coisas para o adversário, que aumentou o placar para 2 x 0 com um gol do zagueiro e capitão Lyanco, aos 40 minutos. Na segunda etapa, o Atlético administrou a vantagem e consolidou a vitória com mais dois gols marcados, novamente Lyanco, de cabeça, aos 2 minutos, e o atacante Rony, aos 18.
É realmente incrível, uma marca expressiva! O treinador atleticano Cuca foi o vencedor de todos os Campeonatos Mineiros que participou. Disputou a competição estadual mineira por cinco vezes e se sagrou Campeão em todas elas. Com esta edição de 2025, foram quatro títulos comandando o Atlético (2012, 2013, 2021 e 2025) e um pelo Cruzeiro (2011). Outro que conseguiu uma façanha foi o atacante e ídolo atleticano Hulk, artilheiro do torneio em quatro edições consecutivas:
2022: 10 gols - 8 jogos
2023: 11 gols - 11 jogos
2024: 7 gols - 10 jogos
2025: 7 gols - 9 jogos
RESUMO DA FINAL
AMÉRICA 1 X 0 ATLÉTICO
Motivo: Final do Campeonato Mineiro de 2025
Local: Estádio Governador Magalhães Pinto, Mineirão, Belo Horizonte, Minas Gerais
Data: 15 de março de 2025, sábado, 16h30
Arbitragem:
Árbitro: Davi de Oliveira Lacerda
Árbitro assistente: Eduardo Gonçalves da Cruz
Árbitro assistente: Thiago Henrique Neto Correa Farinha
Árbitro de vídeo: Rafael Traci
AVAR: André da Silva Bittencourt
Gol: Jonathas, aos 31 minutos do segundo tempo (América)
Cartões amarelos: Kauã Diniz, Adyson e Figueiredo (América), Lyanco e Guilherme Arana (Atlético)
Cartões vermelhos: Adyson (América), Guilherme Arana (Atlético)
AMÉRICA: Jori; Mariano, Ricardo Silva, Lucão e Marlon; Kauã Diniz (Jhosefer), Miqueias (Felipe Amaral) e Yago Santos (Elizari); Fabinho (Adyson), Jonathas e Figueiredo (David Lopes)
Estiveram no banco de reservas: Cássio, Júlio, Samuel, Pedro Barcelos, Paulinho, Rafa Barcelos e Renato Marques
Treinador: William Batista
ATLÉTICO: Everson; Natanael, Lyanco, Júnior Alonso e Guilherme Arana; Alan Franco, Gabriel Menino (Bernard), Gustavo Scarpa (Igor Gomes) e Rubens (Patrick); Cuello (Deyverson) e Rony (Hulk)
Estiveram no banco de reservas: Gabriel Delfim, Caio Paulista, Igor Rabello, Rômulo, Saravia, Fausto Vera e Luiz Filipe
Treinador: Cuca
Está mantida a hegemonia alvinegra nas Minas Gerais, com um domínio extraordinário do Atlético no Estado. São nada menos que 19 participações consecutivas nas finais do Campeonato Mineiro, com os seis últimos anos tendo o Galo como o grande Campeão, tornando-se Hexacampeão pela segunda vez na História. Viva o GALO!
Um grande abraço espinosense.