Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

1192 - Um oásis na metrópole: Central Park

É quase inacreditável notar a sua magnífica presença bem no centro da metrópole, espalhando oxigênio e muito verde por entre as centenas de arranha-céus bem ali ao redor. Imaginem só encontrar um oásis de 3,410 km² de flores, plantas, árvores, lagos, gramados e natureza exuberante bem no centro da Ilha de Manhattan, no coração de Nova Iorque. Pois isso existe de verdade e se chama Central Park.



Criado através de uma lei na Assembléia Legislativa do Estado de Nova York em 21 de julho de 1853, o primeiro grande parque público paisagístico da América foi projetado pelo escritor e paisagista Frederick Law Olmsted e pelo arquiteto inglês Calvert Vaux, vencedores do concurso de design para sua construção.
O parque passou por alguns períodos de declínio e decadência, com instalações deterioradas e estruturas arruinadas pelo mau uso da população, o que acabou gerando um ambiente de atividades ilícitas em um cenário de violência, lixo, pichações e vandalismo.
Só após a criação de um planejamento estratégico de gestão, uma parceria público-privada com a cidade de Nova Iorque, com a fusão de dois dos mais importantes grupos de defesa privadas - o Parque Task Force Central e o Fundo Comunitário do Central Park - na formação do Central Park Conservancy, é que o parque pode ser restaurado e passou a ter condições financeiras para gerir os seus muitos gastos com a manutenção.  Sob um sistema pioneiro de gestão, o Parque foi dividido em 49 zonas geográficas, cada uma delas administrada por um gerente responsável por todas as tarefas. Com a completa restauração da infra-estrutura do parque, foi implantado um esquema de tolerância zero para acabar com a depredação, o descarte de lixo e as pichações. A aplicação de tais práticas severas serviu para modelar e moldar o comportamento do público e melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos da cidade, fazendo com que o Central Park hoje seja um exemplo para todo o mundo.







O Departamento de Parques e Recreação da Cidade de Nova York, responsável por todos os parques de Nova York, o Central Park inclusive, estabeleceu regras e regulamentos para que os mais de 40 milhões de seus visitantes por ano pudessem desfrutar do Parque com segurança.
Algumas das regras proíbem a venda e ingestão de álcool e a alimentação de animais selvagens. Cães são aceitos, desde que controlados em tempo integral pelos seus donos. Se quiser casar ou realizar filmagens de filmes ou comerciais, basta agendar com antecedência e pagar umas taxas. Não é permitido assar uma carninha no Parque, pelo risco de incêndio, mas no Memorial Day, o Dia do Trabalho, e no 4 de julho, Dia da Independência, abre-se uma exceção, desde que o churrasco seja com carvão vegetal, nunca propano. O Central Park fica aberto aos visitantes nos 365 dias do ano, das 6 h às 1 h.










O administrador atual do Parque, Douglas Blonsky, é o sujeito diretamente responsável por todo o dia a dia das operações e questões estratégicas da manutenção, além do planejamento estratégico geral, a programação de capital, de programação pública, de desenvolvimento e marketing e de estratégias de comunicação para a organização. 75% do orçamento anual do Central Park vem de generosas doações de pessoas físicas e empresas.
Conforme o slogan, há sempre algo para ver ou fazer no Central Park! O centro geográfico, chamado The Great Lawn, é uma área de 55 hectares tomado por um gramado espetacular, onde as pessoas se deitam para descansar, tomar um sol ou ler um livro. Foi naquele local que aconteceu o lendário show de Simon e Garfunkel. Outros artistas também já se apresentaram ali, como Diana Ross, Bon Jovi, a Metropolitan Opera e a New York Philharmonic Orquestra.



Também merece destaque a Strawberry Fields, uma área de 2,5 hectares que presta homenagem ao falecido Beatle, o cantor, compositor, músico e ativista pela paz John Lennon, assassinado perto dali. O nome foi tirado da canção dos Beatles, "Strawberry Fields Forever". Foi construído um belo mosaico em preto e branco com a palavra "Imagine" (canção de Lennon), projetado por uma equipe de artistas da cidade italiana de Nápoles, com a ajuda do arquitecto paisagista Bruce Kelley e uma generosa doação de US$ 1 milhão da viúva Yoko Ono. O Jardim da Paz, que abriga a peça, evoca a visão e a esperança de um mundo sem guerras e conflitos. Uma placa de bronze afixada em uma rocha lista os nomes dos mais de 120 países que plantaram flores e doaram dinheiro para a manutenção da área, o Brasil inclusive.


Engana-se quem imagina se tratar o Central Park de uma floresta natural. Nada disso. Quase tudo ali foi construído e plantado pelo homem, com o intuito de doar à cidade um lugar aconchegante e servir como um oásis de tranquilidade e paz em meio à selva de pedra. Sem dúvida, uma das mais acertadas decisões do povo americano. Que nos sirva de lição.
Um grande abraço espinosense.






1191 - Música é isso: Iron and Wine

Se você gosta de boa música e já está de saco cheio de tanta música barulhenta e apelativa que invade diária e involuntariamente os seus ouvidos onde quer que você esteja, não se desespere. Há luzes (ou sons) no fim do túnel. Basta procurar que você acaba encontrando maravilhas escondidas por aí. Descobri um dia qualquer a linda música "Naked as We Came" desse cantor e compositor americano de folk rock na trilha sonora de um filme. Inicialmente pensei se tratar de uma banda, já que na busca que fiz encontrei o nome Iron and Wine. Para minha surpresa é o nome artístico adotado pelo músico Samuel Beam. Interessante.

Nascido na Carolina do Sul aos 26 de julho de 1974, Sam lançou o seu primeiro álbum em 2002 pela gravadora Sub Pop. O mais recente saiu em abril de 2013 pela gravadora Nonesuch Records.
Apenas ao violão ou no banjo, ou tocando ao lado da banda, o talento do artista aflora espontaneamente. A beleza das suas canções é um bálsamo para a alma daqueles que apreciam boa música. A sonoridade, a simplicidade, a voz serena e sussurrante, a habilidade com o instrumento, tudo influencia para que sua música invada sorrateiramente a nossa alma emanando emoção e prazer. Sua interpretação de "Wild Horses" dos Stones é sensacional, brilhante, emocionante. Coisa mais linda.
Então, esqueça momentaneamente os axés, funks e pagodes da vida. Aceite o meu conselho: deite-se confortavelmente com o amor da sua vida, prenda-a em seus braços carinhosamente, coloque para tocar Iron and Wine, esqueça o mundo lá fora, deixe o tempo passar despercebido, feche os olhos e deixe a sensibilidade tomar conta do seu corpo e da sua mente. Você certamente não irá se arrepender.
Um grande abraço espinosense.

Discografia completa:
2002 - "Iron and Wine Tour" - EP
2002 - "The Creek Drank the Cradle"
2003 - "The Sea and the Rhythm" - EP
2004 - "Iron and Wine iTunes Exclusive" - EP
2004 - "Our Endless Numbered Days"
2005 - "Woman King" - EP
2005 - "In the Reins (Com Calexico) - EP
2005 - "Iron and Wine Live Bonnaroo" - Ao Vivo
2006 - "Live Session (iTunes Exclusive) - EP
2006 - "Live at Lollapalooza 2006: Iron and Wine" - EP
2007 - "The Shepherd´s Dog"
2009 - "Around the Well" - Coletânea
2009 - "Norfolk" - Ao Vivo
2011 - "Kiss Each Other Clean"
2013 - "Ghost on Ghost"