Já está decidido! O Palmeiras de Abel Ferreira e o Flamengo de Renato Portaluppi entrarão no gramado do Estádio Centenário em Montevidéu, no Uruguai, no dia 27 de novembro de 2021, um sábado, para que finalmente saibamos quem é o time mais forte e poderoso da América do Sul. Após os 90 minutos de batalha em campo no jogo único da decisão, podendo se estender para prorrogação e disputa de pênaltis se ocorrer empate, teremos a equipe campeã que levantará o mais cobiçado troféu do futebol sul-americano.
Refletindo calma e sensatamente, não houve nenhuma surpresa. Deu a lógica. Os dois economicamente mais poderosos clubes do país, com seus qualificados e milionários elencos, só confirmaram o favoritismo que já possuíam no início da competição. O Flamengo passou com certa tranquilidade pelo adversário equatoriano Barcelona de Guayaquil, com duas vitórias incontestáveis por 2 x 0 no Maracanã e no Monumental, com Bruno Henrique brilhando com seus quatro gols marcados, dois em cada confronto. O Flamengo comprovou sua imensa superioridade sobre o adversário, vencendo as duas partidas e levando Renato Gaúcho a se tornar o técnico com maior número de vitórias na Copa Libertadores da América, superando Gabriel Ochoa Uribe, lendário treinador colombiano. O comandante flamenguista chegou a 82 jogos, com 50 vitórias, 13 empates, 19 derrotas e 66,3% de aproveitamento, um desempenho realmente respeitável.
Na minha opinião, o Flamengo é o grande favorito para ganhar a Copa Libertadores deste ano. Indiscutivelmente, é a melhor equipe do país na atualidade.
Para minha tristeza e de mais outros milhões de apaixonados atleticanos pelo mundo, o nosso Clube Atlético Mineiro foi eliminado nas semifinais pelo Palmeiras. A nossa saída da competição se deu da forma mais frustrante possível, de forma invicta, sem nenhuma derrota, igualando-se ao vice-campeonato do Campeonato Brasileiro de 1977, quando o time alvinegro mineiro perdeu o título para o São Paulo nos pênaltis, após campanha invencível memorável. É muito estranho o time ser eliminado sem uma derrota sequer, vítima do controverso gol marcado fora de casa. Depois do empate sem gols no Allianz Parque na primeira partida, o Palmeiras conseguiu a façanha de marcar um único gol no Atlético, empatando o jogo em 1 x 1 no Mineirão e assim, por força do regulamento, conquistando a cobiçada vaga na final da competição continental.
O confronto entre Palmeiras e Flamengo será o quarto entre brasileiros na final da Libertadores. Em 2005, o São Paulo sagrou-se campeão ao vencer o Athletico; em 2006, novamente o São Paulo bateu o Internacional; e em 2020, o Palmeiras tornou-se campeão ao ganhar o título diante do Santos. O Palmeiras está na final pela sexta vez, assim como aconteceu em 1961, 1968, 1999, 2000 e 2020. O clube levantou a taça em duas oportunidades, em 1999, sobre o Deportivo Cali da Colômbia e em 2020, sobre o Santos. Já o Flamengo disputará sua terceira final, repetindo os anos de 1981 e 2019, quando superou Cobreloa do Chile e River Plate da Argentina, respectivamente, levantando a taça de campeão.
É óbvio e ululante que, nós atleticanos, gostaríamos muito de estar na final da Copa Conmebol Libertadores pela segunda vez. Estávamos confiantes de que tínhamos todas as condições para suplantar o poderoso Palmeiras e seguir adiante na busca de mais um título continental.
Invictos na competição, vínhamos apresentando um desempenho sólido e um agudo espírito de competitividade que nos credenciava a sonhar com o título, ainda mais passando por cima de gigantes como Boca Juniors e River Plate. Mas as decisões no futebol nem sempre são favoráveis a quem se apresenta melhor em campo. O destino da bola pune a quem comete erros básicos "na hora de a onça beber água". E infelizmente falhamos, com um pênalti desperdiçado por nosso ídolo Hulk, algumas chances de gol perdidas pelo bom atacante Eduardo Vargas e um erro crucial do ótimo zagueiro Nathan, um dos destaques da equipe na temporada. Não deveria, mas acontece. A bipolar e exigente torcida atleticana precisa entender que não é o fim do mundo esta eliminação. Pelo amor de Deus, nada de uma desvairada caça às bruxas nem de sairmos desesperados à procura de bodes expiatórios. O Palmeiras também falhou, mas não aproveitamos as bobeadas palmeirenses para "matar" o jogo. Infelizmente, sofremos o castigo de ser eliminados jogando melhor e invictos, sem nenhuma derrota sofrida. É dura, triste e sofrida esta eliminação, mas temos é que apoiar e valorizar o ótimo trabalho desenvolvido pela diretoria, comissão técnica e jogadores e focar nossas energias positivas na equipe para que ela possa corrigir os desacertos, recuperar a confiança e lutar mais que nunca pelos títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Na Copa do Brasil, corremos o risco de eliminação por este sistema de mata-matas, sempre imprevisível, mas devemos uma atenção muito maior ao Brasileirão, onde o equilíbrio, a estabilidade e a regularidade são fundamentais para uma campanha vitoriosa. Todos temos que ter consciência de que Palmeiras e Flamengo são os nossos mais potentes adversários nesta luta no caminho dos títulos mais importantes, mas estamos ali próximos, brigando com os gigantes palmo a palmo pela glória. Que tenhamos sorte, capacidade física, tática e técnica e força psicológica para fazer história e enlouquecer de alegria a imensa Massa Atleticana.
Um grande abraço espinosense.