Não é só o bairro argentino de La Boca, da belíssima cidade de Buenos Aires, que possui um caldeirão do futebol chamado La Bombonera, o famoso estádio do Boca Juniors. Aqui mesmo em Espinosa, bem ali no Bairro Ponte Nova, também existe um. Claro que o nosso é bem mais acanhado, infinitamente mais pobre, desprovido da mais básica infraestrutura e muito menos famoso, mas o sentimento de carinho dedicado a ele pelos apreciadores do futebol é o mesmo.
Inaugurado em 1940 na cidade de Buenos Aires, com capacidade para 49 mil expectadores, o Estádio "Alberto Jacinto Armando", mundialmente conhecido como "La Bombonera", foi idealizado pelo arquiteto José Luiz Delpini que, devido às características do terreno, criou um formato retangular com três anéis de arquibancadas, que pela semelhança com uma caixa de bombons passou a ser chamado de La Bombonera.
O tão famoso e temido clube argentino foi fundado por cinco adolescentes filhos de italianos depois de se reunirem na Plaza Solis, no Bairro de La Boca, no dia 3 de abril de 1905. Eram eles: Esteban Baglietto, Alfredo Scarpatti, Santiago Sana e os irmãos Juan e Teodoro Farenga. Uma curiosidade foi a forma de escolha das cores do time. Depois de usar rosa, celeste e branco e preto, sem agradar, a decisão foi inusitada. Eles decidiram que as cores do time seriam as mesmas da bandeira do primeiro navio que atracasse no porto de La Boca. Aí apareceu o navio de bandeira sueca, o "Drottning Sophia" ou "Rainha Sophia", e decretou para sempre as cores azul e amarelo na história do Boca Juniors.
Um dos clubes com mais conquistas internacionais, o Boca Juniors tem na sua história 24 Campeonatos Argentinos, 6 Libertadores da América (1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007), 3 Copas Intercontinentais (1977, 2000 e 2003), 2 Copas Sul-Americanas (2004 e 2005) e 4 Recopas (1990, 2005, 2006 e 2008).
No imponente prédio do estádio funciona o Museu da Paixão Boquense, que oferece a cada visitante a oportunidade única de reviver a rica história de mais de 100 anos do Boca Juniors, por meio de diversas exibições multimídia, banco de dados, fotografias e os mais prestigiados troféus conquistados pela equipe.
Enquanto isso, em Espinosa, o nosso pequenino e desamparado estádio segue a sua caminhada sem apoio do poder público, continuando a existir pela luta e determinação de uns poucos defensores do esporte, que mesmo sem a mínima estrutura e apoio financeiro, continuam com o elogiável trabalho voluntário de proporcionar a crianças e jovens uma oportunidade de lazer e diversão.
O campo não tem gramado, não é murado e não tem redes nos gols. Mas nada disso impede a meninada de se aplicar com afinco atrás da bola, sem se importar com a poeira e o duro chão de terra batida. É o retrato fiel do futebol brasileiro.
Um grande abraço espinosense.