Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

2290 - Coringa: impactante!

Saí de casa todo entusiasmado dias atrás para chegar mais cedo ao cinema em Montes Claros e poder assistir tranquilamente ao filme mais comentado dos últimos tempos, "Coringa". Já de longe bateu-me um desânimo, ao avistar uma fila quilométrica na bilheteria. Ainda na posição de meio na fila, eis que, surpreso, recebo a notícia de que os ingressos estavam esgotados. Voltei desapontado para casa. Isso se repetiu na semana seguinte. Até havia ingressos disponíveis, mas apenas nas sessões com versões dubladas, o que convenhamos, é inaceitável para quem aprecia realmente cinema. 
Visitando meu filho Renato em Pouso Alegre, finalmente consegui matar minha curiosidade a respeito do tão comentado Coringa. Além de mim, na sala 2 do Cineart do Serra Sul Shopping, apenas mais outros oito cinéfilos, felizmente silenciosos e compenetrados na história.


Para não me deixar contaminar antecipadamente com opiniões alheias, resolvi não ler nada a respeito do filme na mídia. Mantida a completa expectativa, deparei-me com um filme denso, sombrio, complexo e sim, impactante. Uma outra visão de um personagem tão famoso e perturbador quanto o seu maior inimigo, o Batman. O Coringa do Diretor Todd Phillips, tornado vivo tão brilhantemente pelo Joaquin Phoenix, detentor de um Grammy, um Globo de Ouro e três indicações ao Oscar, é revelado inicialmente como um ser humano comum, com seus anseios, seus sonhos, seus problemas, suas frustrações, suas paranoias, suas incompreensões de si mesmo e do mundo. O cenário é desolador, sujo, paupérrimo, angustiante e cruel com o infeliz Arthur Fleck, que pouco a pouco vai se transformando naquilo que sempre foi, mas por anos encobertado pelo efeito dos muitos remédios que ingere.




Não sou dos que apreciam comparações de performances triviais ou estupendas, seja no cinema ou no esporte. Cada um tem o seu brilho próprio, como os de atuações magníficas de Jack Nicholson a Heath Ledger, no papel do "Palhaço da Morte". O que esta performance brilhante difere dos filmes anteriores é o foco central neste personagem de gargalhadas arrepiantes e uma violência brutal, que explode na tela por conta da sua sina de incompreendido e atormentado. A cena da dança do Coringa nas escadarias já tornou-se icônica, atraindo centenas de pessoas à Shakespeare Avenue, 1165, no Bronx, em Nova York.



Aos que ainda não viram, vale a pena assistir a um exemplar incrível de cinema da melhor qualidade.
Um grande abraço espinosense.