Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 14 de março de 2014

927 - Onde foi parar o espírito do Carnaval?

Neste feriadão de Carnaval estive em Espinosa. Não para curtir as festanças de Momo, mas apenas para rever familiares e amigos e matar a saudade da terrinha. Como um bom observador, entre coisas boas e ruins, percebi algumas mudanças que tentarei explicitar aqui para vocês.
Começarei pelas boas notícias. Fiquei bastante entusiasmado com o início da construção das instalações da Amil Confecções, do competente empresário Lucivaldo Barros Lima, no terreno ao lado da Rodovia MG-122 onde funcionará o Distrito Industrial de Espinosa. Espero que essa iniciativa se torne realidade o mais rápido possível e realmente venha mudar para melhor o panorama econômico da cidade em um futuro bem próximo. Outra excelente visão a que tive acesso é o bom desenvolvimento dos trabalhos de construção da Escola Técnica de Educação Profissional que nos foi disponibilizada pelo governo federal. É um privilégio poder contar com uma estrutura enorme daquela, que pode se transformar em um divisor de águas na oferta de educação profissional em nossa cidade. Além dos ganhos indiretos que virão na oferta de mais empregos, na criação de novos comércios nas redondezas, no desenvolvimento daquela região da cidade, além do asfaltamento da Avenida Juraci Antunes Cruz, que forçosamente a prefeitura terá que providenciar conforme consta no contrato de implantação da unidade educacional.
 

Início da construção das instalações da Amil Confecções
 

 
Obras de construção da Escola Técnica de Educação Profissional
 
Agora vamos falar do que eu não gostei. A interminável briga política e a morosidade da Justiça que não decide logo de uma vez o processo contra o prefeito Lúcio Balieiro, acusado de crime de compra de votos, deixou a cidade em frangalhos. Atendimento médico deficitário, praças abandonadas e cheias de entulho e muito lixo nas ruas. Disseram-me que estava bem pior. O Poder Judiciário tem que decidir logo esse imbróglio político para que a administração municipal (qualquer que seja) possa finalmente trabalhar pesado para o desenvolvimento da cidade, restaurando os serviços básicos à população.
 
Praça do Bairro Santos Dumont, completamente abandonada
 
Uma pena que as chuvas tenham desaparecido do nosso céu tão azul, adiando o espetáculo do sangramento da Barragem do Estreito que, esperançoso, imaginei acontecer ainda este ano. Os rios que haviam voltado a correr, retornaram ao seu estado de paralisação. Realmente uma pena. Mas a esperança continua e jamais deixará de existir.
 
Rio do Galheiro já não corre mais
 
E o Carnaval? Para testemunhar o movimento carnavalesco, dei uma passadinha pela Praça Antonino Neves à noite. De Carnaval mesmo vi pouca coisa: um único folião fantasiado de Zorro que passou por nós. Havia de tudo na praça: escorregador inflável e barco balançante para a diversão da meninada; barracas de tiro ao alvo, como nos parques itinerantes de outrora; barraca de pastéis (muito bons, por sinal); vendedores ambulantes de toda parafernália tecnológica, em especial brinquedos, e muitas barracas de bebidas, é claro. A elogiar, a presença de muitos policiais e seguranças e a sábia decisão de proibir a venda de cerveja em garrafas. Enquanto estive na praça, em duas noites (domingo e segunda) não presenciei nenhuma confusão e isso é ótimo.
Mas na realidade, triste realidade, o Carnaval virou apenas um negócio e bastante rentável, como bem disse o Armandinho, exímio guitarrista baiano filho de Osmar, um dos criadores do trio elétrico. A festa se tornou um evento padronizado. Nenhuma diferença de todas as outras festas organizadas ao longo do ano. Tudo igual. Contrata-se uma banda, normalmente de qualidade duvidosa, com um som ensurdecedor, onde não se consegue distinguir o som dos instrumentos isoladamente, fecha-se a praça e monta-se uma estrutura de barracas diversas e está pronto o Carnaval. Onde foram parar os foliões, as fantasias, a irreverência, os trenzinhos animados, o matinê com as crianças todas enfeitadas ao lado dos pais, o samba batucado nas mesas dos bares, o congraçamento entre as pessoas, a alegria contagiante que invadia os nossos corações, os instrumentos de sopro, o famoso e inesquecível "paran paran paran paran, pararararararan" dos eternos Cardeais?  Deu saudade dos bons tempos em que as pessoas vinham de longe para participar em completa paz e harmonia do nosso Carnaval. Hoje o que vemos é um monte de gente sentada, tomando gole, ou em frente ao palco, assistindo imóveis à apresentação da banda, que normalmente mais conversa do que toca, sem a menor animação, com raras exceções entre os mais jovens. A coisa está tão diferente que até Zade, o mais antigo personagem dos bares da praça, não se animou a abrir as portas este ano. Eu acho que ele tem razão. Continuando assim, o Carnaval de Espinosa não terá "a minha companhia, pra te abraçar, pra te beijar, até o dia clarear" (como diz a alegre música carnavalesca). Mas, também, quem se importa?
Alguma referência aos bons carnavais de outrora pôde ser visto no CarnaCigano, modesto evento organizado pelo futebolista Gibão em seu campinho localizado no Bairro Cigano. O grupo musical Os Cardeais, ressuscitado pelos músicos Osmar, Galdino e Niltinho, tentava animar a galera, tocando as mais variadas músicas de Carnaval, inclusive as ótimas marchinhas, mas era totalmente prejudicado pela precária estrutura física do palco e pela deficiência dos aparelhos de som, o que não nos impediu de nos animar e sentirmos um pouquinho do espírito do tão animado Carnaval de Espinosa de antigamente.
Mas valeu o passeio, principalmente pelo encontro com os familiares e com amigos que há muito tempo não me encontrava, como Carlinhos e Léo. O congraçamento com os amigos salvou a viagem e aumentou a alegria do meu coração, mas será que voltaremos no ano que vem? Só Deus sabe.
Um grande abraço espinosense.
 
Nem os cães se animaram com o som do Carnaval de Espinosa
 
 


O melhor de tudo: o reencontro com familiares e amigos
 


O lendário grupo musical Os Cardeais
 


Imagens do CarnaCigano
 

926 - Polícia Militar de Espinosa inicia projeto social

Uma boa notícia chega de Espinosa. Mais um projeto social é colocado em prática na cidade. Sempre que ouço notícias como essa, minha esperança de poder visualizar melhores cenários sociais na nossa cidade em um futuro bem próximo aumenta bastante. E como é bom perceber que uma corporação com alta credibilidade e excelentes serviços prestados à sociedade mineira, como a Polícia Militar, esteja à frente desta elogiável iniciativa. A PM já coordena e aplica na cidade o Proerd, o Programa Educacional de Resistência às Drogas, que consiste em um esforço cooperativo estabelecido entre a Polícia Militar, a escola e a família e que tem como objetivo principal dotar jovens estudantes de informações e habilidades necessárias para viver de maneira saudável, sem drogas e violência.
O novo projeto, denominado PACE - Projeto Adolescente Cidadão de Espinosa, pretende prevenir o envolvimento dos jovens com as drogas, evitar atos infracionais e proporcionar atividades esportivas nos momentos de lazer. Inicialmente, o projeto conta com 25 alunos que terão acesso a palestras ministradas pelos policiais sobre prevenção ao uso de drogas, bullying, ordem e disciplina, relações interpessoais, noções de trânsito e proteção ao meio ambiente. Na prática esportiva, os jovens terão treinos de futebol de salão três vezes na semana.
A meta a ser alcançada é o afastamento desses garotos do caminho da criminalidade e o seu direcionamento a uma vida digna, honesta e saudável, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal e, consequentemente, fazendo transformações positivas na sociedade. 
Outro fator preponderante nesta iniciativa é aproximar o policial dos jovens e da população em geral, humanizando o seu trabalho e melhorando a imagem da corporação na sociedade. Estão de parabéns os integrantes e idealizadores do projeto.
Fonte e fotos: Jornal de Espinosa, a quem agradeço.
Um grande abraço espinosense.