O ano de 2017 foi de grande desapontamento para a apaixonada torcida do Atlético, que acreditou que, com um elenco de respeito, que incluía jogadores de alta qualidade como Robinho, Fred, Elias e Cazares, a equipe iria estar no topo das tabelas das muitas competições do ano, com boas chances de conquistar títulos importantes. Mas o time não engrenou, não foi eficiente e muito menos competitivo, desapontando a sua imensa torcida, que foi obrigada a se contentar com a taça de Campeão Mineiro e um ótimo desempenho em confrontos com o arquirrival Cruzeiro na temporada. Terminado o ano sem a tão desejada classificação para a disputa da Copa Libertadores da América e com as saídas de Robinho e Fred, a nova diretoria eleita sinalizou uma mudança de rumos, sem investimentos em jogadores de renome nacional e de altos custos, apostando em contratações pontuais para setores deficientes do elenco. E vieram jogadores que não estavam tendo chances em suas equipes, casos de Arouca, Róger Guedes, Iago Maidana e Érick, além do já veterano centroavante Ricardo Oliveira, contratado para substituir o artilheiro Fred.
Neste ano de 2018, a coisa parece querer ficar pior. O desempenho nos primeiros jogos sinaliza uma temporada de decepção ainda maior que a do ano passado. Na Florida Cup, primeira competição do ano, o Atlético, que participou com um time de reservas, foi derrotado nas duas partidas que fez, para o Rangers (0 x 1) e para o Nacional (0 x 2). Na Copa do Brasil, passou sufoco ainda na primeira fase, empatando com o Atlético Acreano por 1 x 1. No Campeonato Mineiro, até o momento, a trajetória é preocupante e desanimadora. Disputadas sete partidas, o time ainda não mostrou eficiência, entrosamento e competitividade, perdendo dois jogos (Villa Nova e Caldense), empatando outros dois (Boa Esporte e Patrocinense) e vencendo apenas três (Democrata, URT e América).
Na partida mais recente, a vitória por 3 x 0 contra o América no Independência, o Atlético passou por bons e maus momentos. Quem não assistiu ao jogo e tomou conhecimento apenas do placar, terá a ilusão de uma vitória tranquila e meritória, mas não. Não foi bem assim. O América foi muito prejudicado pela atuação desastrosa do auxiliar Guilherme Dias Camilo, que em uma jornada infeliz anulou um gol legítimo do Coelho e validou um gol do Atlético que não aconteceu. Já no final da partida, o Galo aproveitou duas boas oportunidades criadas pelo jovem estreante argentino Tomás Andrade, que propiciaram aos atacantes Róger Guedes e Ricardo Oliveira finalizarem com êxito para o fundo das redes do goleiro Glauco. Quanto ao garoto de 21 anos, o Tomás, uma boa surpresa. Com muita técnica, excelente passe, boa movimentação e uma surpreendente visão de jogo, o garoto promete ser um grande acerto da diretoria. Ainda é cedo, mas com o pouco que vi da sua atuação, aposto minhas fichas de que muito em breve será titular do time e um ídolo da torcida.
A suada vitória veio para desanuviar o ambiente conturbado por que passa o time alvinegro da Cidade do Galo, até hoje sem conseguir contratar um treinador para comandar o time na temporada que já se iniciou. O time está interinamente sob o controle do Thiago Larghi, que pode até ser confirmado na função pela diretoria, dependendo dos resultados que conseguir. Essa indefinição da direção do clube na questão da escolha do treinador é que causa inúmeros prejuízos à equipe, que já começa o ano sem um esquema tático, uma estrutura na forma de jogar, conjuntura que pode ser fatal às pretensões do clube na temporada. Eu, mesmo sempre um tanto otimista, estou prevendo tempos de tristeza e desalento com o Atlético neste ano, sem nenhuma perspectiva de que as coisas irão se acertar, com a conquista de algum título, mesmo o Mineiro. É realmente preocupante a situação do time alvinegro que há algum tempo não consegue transformar um elenco de boa qualidade em uma equipe organizada, eficiente e empolgante que possa agradar a sua exigente torcida.
Com a polêmica vitória sobre o América, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro, o Atlético chegou aos 11 pontos, se acomodando na terceira posição na tabela de classificação. Agora a atenção se volta totalmente à Copa do Brasil e ao decisivo confronto com o Botafogo da Paraíba, valendo pela segunda fase da competição nacional. O Belo, como é carinhosamente chamado o Botafogo, está em ótima fase, invicto na temporada, com 12 jogos sem derrota em 2018. Isso deve servir de alerta ao Atlético, pois a classificação para a fase seguinte depende de uma vitória seja no tempo normal ou na disputa de pênaltis. Uma eliminação agora, além de um vexame catastrófico na questão futebolística, dada a desproporção abissal no poderio econômico das equipes, será uma tragédia financeira pela perda de uma renda significativa paga pela CBF no torneio. Então, que se cuide o Atlético.
A partida será na quarta-feira, às 21h45, no Estádio Almeidão, em João Pessoa. Nesta fase, havendo empate, haverá a decisão na cobrança dos pênaltis. Quem vencer o jogo único segue na disputa.
Tenho plena consciência que não sou muito bom e feliz em previsões e isso traz-me alguma esperança de que o Atlético possa me surpreender e repentinamente se torne uma equipe aguerrida e vencedora. Quem sabe? A esperança é a última que morre, diz o ditado popular, então não custa nada aguardar os acontecimentos.
Um grande abraço espinosense.