Espinosa, meu éden

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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Centenário de Espinosa - Postagem 46

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Um dos maiores problemas da nossa centenária Espinosa sempre foi a carência de oportunidades de trabalho em empregos dignos e justamente remunerados. Antigamente, muitos irmãos espinosenses ganhavam a sobrevivência trabalhando nas roças, catando algodão em condições precárias e recebendo valores irrisórios. Sem muitas opções de ocupação na cidade, uma grande parcela dos homens se deslocava para outras regiões do país para a dura lida no corte de cana, deixando para trás suas mulheres e filhos. Atualmente, com uma maior oferta de vagas, especialmente na área das confecções, os trabalhadores espinosenses conseguiram empregos remunerados mais adequadamente, com carteira assinada e direitos garantidos, mas que infelizmente ainda não são suficientes.  






Ao longo do tempo, vimos inúmeros jovens e adultos deixando a nossa terra para tentar ganhar a vida em outras paragens, até nos mais longínquos lugares do planeta. Alguns conseguem sucesso e acabam criando raízes e formando famílias, bem distantes da terra natal, como por exemplo, meu irmão José de Freitas Tolentino, morador de Gurupi, no Tocantins. Outros se realizam conquistando sua formação acadêmica e retornam para o seio das famílias, implementando negócios e auxiliando a terrinha no caminho do desenvolvimento. O importante mesmo é manter a humildade, viver constantemente sob a égide da ética, da honestidade e da justiça, e ter sempre no coração e na alma o amor infindo pela cidade em que nasceu e se criou.
Em uma jornada pela zona rural de Espinosa, às vezes nos deparamos com casas antigas abandonadas, deteriorando-se sob a força do tempo, indicando a evasão de famílias inteiras do nosso Sertão para outras localidades em busca de melhores dias. Assim é que conterrâneos tiveram a difícil decisão de escolher quais caminhos percorrer, mas sempre com Deus no coração, vontade de trabalhar e a certeza de que seguir adiante é a melhor alternativa. Boa sorte a todos os espinosenses espalhados por este mundão de meu Deus!
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 45

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Nos anos 70, Espinosa era uma cidade bem pequenina cuja periferia praticamente inabitada localizava-se em locais hoje completamente ocupados por residências e instalações comerciais em bairros relativamente novos, casos do Jardim Oriente e Santa Cláudia. Para os mais novos se situarem no tempo e no espaço, o atual Mercado Municipal era o ponto final da área habitada. Ali, naquele imenso terreno próximo à velha caixa d´água, funcionava o nosso mais importante "estádio", denominado Vasco A. Neto, mas conhecido popularmente como o "Campão". Por ali, em direção ao Norte e Oeste, na direção da comunidade da Raposa do Rio Verde, só existia a serraria de Etvaldo Nogueira, umas poucas casas e o resto da área era da fazenda da família Sepúlveda, de Sêo Zezé. 
Era neste campo "desgramado", de piso duro e poeirento, completamente aberto, sem muro, arquibancada, alambrado ou vestiário, que aconteciam as mais importantes partidas de futebol dos maiores times amadores da cidade, sempre nas tardes de domingo. Às manhãs ou nas preliminares destes jogos, ocorriam os jogos dos times de jovens e adolescentes daquela época, como o Milan e o Cruzeirinho. Os gigantes do futebol espinosense neste período eram os arquirrivais Espinosense e Santa Cruz, que se diferenciavam bastante no estilo de jogo. Apesar de ambas as equipes contarem com grandes jogadores, o Espinosense se destacava por um estilo de jogo mais técnico e elegante, de toque de bola refinado e constante troca de passes, enquanto o Santa Cruz se notabilizava pela força e garra dos seus atletas e um jogo mais vertical em direção ao gol. Era uma "guerra", claro que no bom sentido.       







Sempre fui torcedor da M. Teixeira e do Espinosense. Lá jogavam três dos meus ídolos no futebol local: o zagueiraço Téo, também chamado de Zé Neguim, o craque meio-campista Roberto Pé-Duro e o cracaço da camisa 10 Valmir Vilas-Boas de Castro, o Kita. Tive a honra, a felicidade, a alegria e o privilégio de jogar ao lado dos dois primeiros no Juventus, mas não tive a sorte de ter Kita como parceiro de time, o que lamento até hoje. 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.