Espinosa, meu éden

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

1441 - Os Oito Odiados

Enfim entrou em cartaz nos cinemas aqui de Montes Claros o filme mais esperado por mim nos últimos tempos. Foi um dos indicados ao prêmio Globo de Ouro entregue ontem.
Desde criança sou apaixonado por cinema, especialmente pelos filmes de faroeste, que sempre me fascinaram. Então não poderia perder tempo para assistir ao filme "Os Oito Odiados" ("The Hateful Eight"), oitavo longa-metragem do conceituado cineasta americano Quentin Tarantino, 52 anos e dois Oscar de melhor roteiro original, por "Pulp Fiction: Tempo de Violência", em 1994, e "Django Livre", em 2012.
"Os Oito Odiados" é a segunda incursão do diretor no gênero do faroeste, depois da bem sucedida produção de "Django Livre". A história se passa em um refúgio em algum lugar perdido do Wyoming, em meio à nevasca, onde se encontram oito estranhos e enigmáticos personagens, logo após o término da Guerra Civil Americana. São eles:
O caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell);
Sua prisioneira, Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh);
O também caçador de recompensas Marquis Warren (Samuel L. Jackson);
O novo xerife de Red Rock, Chris Mannix (Walton Goggins);
O mexicano Bob (Demián Bichir), que toma conta do local;
O carrasco Oswaldo Mobray (Tim Roth);
O vaqueiro Joe Gage (Michael Madsen) e
O general sulista Sanford Smithers (Bruce Dern).
Além deles, está também presente o condutor da diligência, O.B. Jackson (James Parks), cujo personagem parece estar no lugar errado na hora errada, coitado.


Aproveitei o final de tarde livre do trabalho e fui hoje ao Shopping Ibituruna ver o filme que foi indicado ao Globo de Ouro nas categorias Melhor Atriz Coadjuvante (Jennifer Jason Leigh), Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora (Ennio Morricone premiado).
A história se passa na maior parte do tempo no Armazém da Minnie, em um ambiente hostil de desconforto e desconfiança completos entre os personagens ali presentes. Ninguém confia em ninguém. Ninguém tem apreço por ninguém. O clima parece o que permeia a nossa política atual, com todo mundo acusando e perseguindo todo mundo, em uma atmosfera de suspeição contínua. Estão lá bem explicitados na tela do cinema, o racismo, o ódio, o sentimento de vingança, a violência, a morte.  
Tarantino consegue imprimir à história o seu "modus operandi" de filmar. Diálogos interessantes, atuações impecáveis, um humor sutil, tensão contínua e aquelas cenas de violência explícita que já se tornaram sua característica principal. A trama se desenvolve suave e de forma não cansativa, apesar dos 187 minutos da produção. Até um capítulo de flashback surge entre outros para dar sentido à narrativa. O filme pode decepcionar aqueles que não gostam de faroeste ou aqueles outros que apreciam um mocinho por quem torcer. Em "Os Oito Odiados" não há heróis, somente bandidos. Qualquer semelhança com alguns cenários da nossa vida real não terá sido mera coincidência. 
Um grande abraço espinosense.