Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sábado, 2 de janeiro de 2021

2577 - 100 anos do Cruzeiro Esporte Clube

No segundo dia do novo ano de 2021, a apaixonada torcida do Cruzeiro Esporte Clube, com seus mais de 8 milhões de integrantes, está em festa com a comemoração do centenário da instituição esportiva criada em 02 de janeiro de 1921 na capital mineira. O clube foi fundado com o nome de Società Sportiva Palestra Itália por alguns desportistas da colônia italiana de Belo Horizonte. Além do escudo e das cores do uniforme, os fundadores decidiram que apenas membros da colônia italiana poderiam fazer parte da equipe. Para a primeira diretoria, foi eleito Aurélio Noce para presidente e Giuseppe Perona para vice-presidente. Bruno Piancastelli foi eleito secretário, Aristóteles Lodi, tesoureiro e Domingos Spagnulo, João Ranieri e Antonio Pace cuidariam da comissão de esportes. Após três meses de fundação, houve a primeira partida, no estádio do Prado Mineiro no dia 3 de abril de 1921 contra um combinado de Villa Nova e Palmeiras, times de Nova Lima. O Palestra Itália venceu por 2 x 0, gols do atacante João Lazarotti, o Nani. No dia 17 de abril de 1921, a equipe jogou e venceu o primeiro clássico contra o Atlético, pelo placar de 3 x 0. Na inauguração do seu estádio no Barro Preto, o Palestra empatou em 3 x 3 com o Flamengo. Era o dia 23 de setembro de 1923. 


Nos anos 40, por conta da Segunda Guerra Mundial, o clube foi forçado por lei federal a alterar o nome, para que não houvesse qualquer relação com a Itália. Depois de várias reuniões e indecisões, com propostas de mudança do nome do clube para "Palestra Mineiro" e "Ypiranga", finalmente se chegou a um consenso em se adotar o nome de "Cruzeiro Esporte Clube", em homenagem à constelação do Cruzeiro do Sul, símbolo maior da Pátria Brasil. A primeira partida com o novo nome foi contra o América no final do ano de 1942, com uma vitória de 1 x 0. O estádio do clube, inaugurado com o nome de Juscelino Kubitschek, então prefeito da capital Belo Horizonte, foi palco da partida contra o Botafogo do Rio de Janeiro em 1º de julho de 1945, encerrada com um empate em 1 x 1, gols de Niginho para o Cruzeiro e Heleno de Freitas para o time da estrela solitária. Na inauguração dos refletores, no dia 21 de novembro de 1945, o Cruzeiro goleou o América do Rio por 4 x 0, 3 gols de Braguinha e 1 de Niginho. No primeiro jogo do clube enfrentando uma equipe estrangeira, o Cruzeiro empatou em 2 x 2 com o Libertad, do Paraguai, no dia 3 de janeiro de 1946. 


   

Com a construção e a inauguração do Mineirão em 05 de setembro de 1965, o Cruzeiro se engrandeceu ainda mais, com conquistas históricas no novo estádio e uma boa superioridade sobre seu principal rival, o Atlético, principalmente nas décadas de 60 e 90. O clube celeste viu sua torcida aumentar bastante com as conquistas internacionais da Libertadores da América nos anos de 1976 e 1997, os Campeonatos Brasileiros de 2003, 2013 e 2014 e os 6 títulos nacionais da Copa do Brasil. No ano de 2019, após anos e anos de céu de brigadeiro no clube, começou uma terrível derrocada após administrações desastrosas que levaram o clube praticamente à bancarrota, com dívidas quase impagáveis. Isso influenciou tão negativamente no desempenho em campo, que o clube acabou caindo pela primeira vez para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. E a ruína continuou neste ano de 2020. No Campeonato Mineiro, o time celeste foi eliminado ainda na primeira fase, ficando de fora das semifinais. Na Copa do Brasil, foi eliminado precocemente, ainda na terceira fase, pelo CRB de Alagoas. Na Série B, o time já iniciou a disputa da competição com seis pontos a menos na tabela de classificação, punido pela FIFA por conta de dívida não paga. O presidente Sérgio Santos Rodrigues deu um ânimo enorme à torcida com a contratação do vitorioso treinador campeão mundial Luiz Felipe Scolari, mas as coisas não foram tão bem como imaginado. Com um desempenho irregular, a equipe praticamente deu adeus ao retorno para a primeira divisão após resultados negativos e frustrantes, principalmente jogando em casa. A permanência na Série B não estava nos planos para a comemoração do centenário do clube e a preocupação com as dívidas só aumenta, pois além de contar com um orçamento bem inferior para 2021, o clube ainda deverá arcar com compromissos pesados assumidos com credores e jogadores para serem regularizados nesta temporada.


 

Mas mesmo com todos esses complicados problemas dentro e fora de campo, é essencial que a numerosa e atuante torcida cruzeirense comemore com orgulho o centenário do seu time do coração, um gigante do futebol brasileiro que angariou o respeito e a admiração do mundo esportivo por suas vitórias e conquistas memoráveis. Quem ama o futebol espera que o clube se recupere o mais rapidamente possível, se reorganizando administrativa e financeiramente, para que possa retornar aos tempos de glória e sucesso. 

Parabéns, Cruzeiro pelos 100 anos de vida e grandeza!

Um grande abraço espinosense.




TÍTULOS INTERNACIONAIS:
Copa Libertadores (1976 e 1997)
Supercopa (1991 e 1992)
Copa Ouro (1995)
Copa Master da Supercopa (1995) 
Recopa Sul-Americana (1998)
TÍTULOS NACIONAIS:
Taça Brasil (1966)
Copa do Brasil (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018)
Campeonato Brasileiro (2003, 2013 e 2014)
OUTROS TÍTULOS:
Campeonato Mineiro: (1926, 1928, 1929, 1930, 1940, 1943, 1944, 1945, 1956, 1959, 1960, 1961, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975, 1977, 1984, 1987, 1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 2003, 2004, 2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019)
Copa Belo Horizonte: (1960)
Taça Minas Gerais: (1973, 1982, 1983, 1984 e 1985)
Copa dos Campeões Mineiros: (1991 e 1999)
Copa Centro-Oeste: (1999)
Copa Sul-Minas: (2001 e 2002)
Supercampeonato Mineiro: (2002)

  




Jogadores com mais gols marcados:
1º) Tostão - 245 gols
2º) Dirceu Lopes - 223
3º) Niginho - 207
4º) Bengala - 168 gols
5º) Ninão - 167 gols
6º) Marcelo Ramos - 162 gols
7º) Palhinha - 145 gols
8º) Alcides Lemos - 144 gols
9º) Joãozinho - 118 gols
10º) Raimundinho - 112 gols

Jogadores com mais partidas disputadas:
1º) Fábio - 917 jogos
2º) Zé Carlos - 633 jogos
3º) Dirceu Lopes - 610 jogos
4º) Piazza - 566 jogos
5º) Raul - 557 jogos
6º) Eduardo - 556 jogos
7º) Vanderley - 538 jogos
8º) Henrique - 524 jogos
9º) Joãozinho - 485 jogos
10º) Palhinha - 457 jogos


Hino do Cruzeiro Esporte Clube
Composição: Jadir Ambrósio

Existe um grande clube na cidade
Que mora dentro do meu coração
Eu vivo cheio de vaidade
Pois na realidade é um grande campeão
Nos gramados de Minas Gerais
Temos páginas heróicas imortais
Cruzeiro, Cruzeiro querido
Tão combatido, jamais vencido.

O mascote oficial do Cruzeiro, a Raposa, foi criado em 1945 pelo chargista e professor Fernando Pieruccetti, conhecido como Mangabeira. Depois, em 2003, foi criado o Raposão e mais tarde o Raposinho e a Raposona, esta última em homenagem a torcedora-símbolo do clube, Dona Salomé, falecida em 2019.



Alguns jogos memoráveis da história do Cruzeiro:

6 x 2 Santos - No Mineirão, em Belo Horizonte, na primeira partida da decisão da Taça Brasil realizada em 30 de novembro de 1966, o Cruzeiro conseguiu uma proeza gigante. Venceu o Santos de Pelé de goleada.
Cruzeiro: Raul; Pedro Paulo, William, Procópio (expulso) e Neco; Piazza e Dirceu Lopes; Natal, Tostão, Evaldo e Hílton Oliveira.
Técnico: Airton Moreyra.
Santos: Gilmar; Carlos Alberto, Mauro, Oberdan e Zé Carlos; Zito e Lima; Dorval, Toninho, Pelé (expulso) e Pepe.
Técnico: Lula.
Gols: Dirceu Lopes (20 e 39 min 1º tempo, 27 min 2º tempo), Natal (5 min 1º tempo), Tostão (pênalti - 42 min 1º tempo) e Zé Carlos (contra - 1 min 1º tempo) para o Cruzeiro. Toninho (6 e 9 min 2º tempo) para o Santos.
Arbitragem: Armando Marques e auxiliares Joaquim Gonçalves e Euclides Borges.   

3 x 2 Santos - No Pacaembu, em São Paulo, na partida final da Taça Brasil de 1966 disputada no dia 07 de dezembro de 1966, o Cruzeiro voltou a fazer história vencendo de virada o Santos por 3 x 2, conquistando o título de Campeão.  
Cruzeiro: Raul; Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Piazza, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo e Hilton Oliveira. 
Técnico: Airton Moreyra.
Santos: Cláudio; Zé Carlos, Haroldo, Oberdan e Lima; Zito e Mengálvio; Amaury (Dorval), Pelé, Toninho e Edu. 
Técnico: Lula.
Gols: Tostão (18 min 2º tempo), Dirceu Lopes (28 min 2º tempo) e Natal (44 min 2º tempo) para o Cruzeiro. Pelé (23 min 1º tempo) e Toninho (25 min 1º tempo)’ para o Santos. 
Arbitragem: Armando Marques e auxiliares Germinal Alba e Antônio Medeiros.

5 x 4 Internacional - Pela fase de grupos da Libertadores de 1976, no Mineirão, em 07 de março de 1976, o Cruzeiro venceu magnificamente o Internacional por 5 x 4, em jogo sensacional e inesquecível.
Cruzeiro: Raul; Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderley; Zé Carlos e Eduardo; Roberto Batata (Isidoro), Palhinha (expulso), Jairzinho e Joãozinho.
Técnico: Zezé Moreira.
Internacional: Manga; Cláudio (Valdir), Figueroa, Hermínio e Vacaria; Falcão e Caçapava; Valdomiro, Escurinho, Flávio (Ramon) e Lula.
Técnico: Rubens Minelli.
Gols: Palhinha (4 e 10 min 1º tempo), Joãozinho (21 min 1º tempo e 17 min 2º tempo) e Nelinho (pênalti - 40 min 2º tempo) para o Cruzeiro. Lula (14 min 1º tempo), Valdomiro (38 min 1º tempo), Zé Carlos (contra - 6 min 2º tempo) e Ramon (20 min 2º tempo) para o Internacional. 
Arbitragem: Luís Pestarino e auxiliares Ramon Barreto e Juan Silvagno. 



3 x 2 River Plate - No Estádio Nacional, em Santiago no Chile, pela terceira partida da decisão da Libertadores, no dia 30 de julho de 1976, o Cruzeiro venceu, de forma espetacular, o River Plate por 3 x 2, com um gol de Joãozinho de falta aos 42 minutos do segundo tempo.
Cruzeiro: Raul; Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderley; Piazza (Waldo), Eduardo e Zé Carlos; Ronaldo Drummond (expulso), Palhinha e Joãozinho.
Técnico: Zezé Moreira.
River Plate: Luis Landaburu; Pablo Comelles, Daniel Lonardi, Héctor Artico e Alberto Urquiza;  Alejandro Sabella, Reinaldo Merlo e Norberto Alonso (expulso); Pedro González, Leopoldo Luque e  Oscar Más (Daniel Crespo).
Técnico: Ángel Labruna.
Gols: Nelinho (pênalti - 24 min 1º tempo), Eduardo Amorim (10 min 2º tempo) e Joãozinho (falta - 42 min 2º tempo) para o Cruzeiro. Oscar Mas (pênalti - 13 min 2º tempo) e Alberto Urquiza (17 min 2º tempo) para o River Plate.
Arbitragem: Alberto Martínez e auxiliares José Martínez Bazan e César Orozco.

0 x 0 Bayern de Munique - No dia 21 de dezembro de 1976, na segunda partida da decisão da Copa Intercontinental de 1976, o Cruzeiro recebeu o Bayern de Munique no Mineirão e empatou em 0 x 0, perdendo o título mundial da época por ter perdido por 2 x 0 o primeiro jogo na Alemanha.
Cruzeiro: Raul; Nelinho, Moraes, Ozires e Vanderley; Piazza (Eduardo Amorim) e Zé Carlos; Jairzinho, Palhinha, Dirceu Lopes (Pablo Forlán) e Joãozinho.
Técnico: Zezé Moreira.
Bayern de Munique: Sepp Maier; Björn Andersson, Hans-Georg Schwarzenbeck, Franz Beckenbauer e  Udo Horsmann; Jupp Kapellmann, Conny Torstensson, Bernd Dürnberger e Uli Hoeness; Karl-Heinz Rummenigge (Arbinger) e Gerd Müller. 
Técnico: Dettmar Cramer.
Arbitragem: Patrick Partridge (Inglaterra). 

6 x 1 Atlético - Na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011, em partida realizada no dia 4 de dezembro, o Cruzeiro sapecou a maior goleada para cima do arquirrival. 
Cruzeiro: Rafael; Léo, Naldo, Victorino e Diego Renan; Fabrício, Leandro Guerreiro, Charles (Farías) e Roger (Ortigoza); Wellington Paulista (expulso) e Anselmo Ramon (Everton).
Técnico: Vágner Mancini.
Atlético: Renan Ribeiro; Serginho (Magno Alves), Réver, Leonardo Silva (Werley - expulso) e Richarlyson; Pierre, Filipe Soutto, Carlos César e Daniel Carvalho; Bernard e André.
Técnico: Cuca.
Gols: Roger (9 min 1º tempo), Leandro Guerreiro (28 min 1º tempo), Anselmo Ramon (33 min 1º tempo), Fabrício (45 min 1º tempo), Wellington Paulista (11 min 2º tempo) e Everton (45 min 2º tempo) para o Cruzeiro. Réver (15 min 2º tempo).
Arbitragem: Marcelo de Lima Henrique (FIFA-RJ) e auxiliares Carlos Berkenbrock (FIFA-SC) e Júlio César Rodrigues Santos (CBF-RS). 



0 x 2 Palmeiras - No Mineirão, no dia 08 de dezembro de 2019, o Cruzeiro sofria o maior revés de sua gloriosa história, perdendo para o Palmeiras em casa e sendo rebaixado à segunda divisão.
Cruzeiro: Fábio; Orejuela (Weverton), Léo, Cacá e Dodô; Henrique, Éderson e Jádson; Marquinhos Gabriel, Ezequiel (Sassá) e Pedro Rocha (Maurício).
Técnico: Abel Braga.
Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha (Mayke), Antônio Carlos, Luan e Diogo Barbosa; Matheus Fernandes, Bruno Henrique, Raphael Veiga (Willian) e Lucas Lima; Zé Rafael (Gabriel Veron) e Dudu. Técnico: Andrey Lopes.
Gols: Zé Rafael (12 min 2º tempo) e Dudu (38 min 2º tempo).
Arbitragem: 
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistente 1: Luiz Cláudio Regazone (RJ)
Assistente 2: Silbert Faria Sisquim (RJ)
Quarto Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG)
Árbitro de Vídeo: Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ)
Assistentes de Árbitro de Vídeo: João Arruda (RJ) e Carlos de Souza (RJ)
Observador de VAR: Nílson de Souza Monção (BR).