Mulheres jovens e bonitas plenamente produzidas, com suas coroas de flores nas cabeças, cabelos coloridos, tatuagens as mais diversas, diversidades nas vestimentas, óculos escuros em profusão, milhares de celulares, selfies e mais selfies e, claro, muita música fizeram a festa do Festival Lollapalooza 2015 realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, neste final de semana, nos dias 28 e 29 de março. Mais de 130 mil pessoas participaram do festival, estimados 68 mil no primeiro dia, sábado, e mais 70 mil no segundo dia, domingo. A chamar a atenção, a presença de pouquíssimos representantes da raça negra entre os participantes do evento.
Conforme já era esperado, os destaques foram as bandas e artistas mais conhecidos do público como Smashing Pumpkins, Bastille, Foster the People, Interpol, The Kooks, Skrillex, Pharrell Williams, Jack White, DJ Calvin Harris e o mais importante nome do festival, a lenda do rock Robert Plant, ex-Led Zeppelin. A realidade é que o festival tornou-se uma miscelânea de ritmos, com muita música pop e eletrônica dançantes e pouquíssimo rock and roll.
E foi nesta seara que eu descobri uma nova banda de rock que me agradou instantaneamente. E é uma banda diferente, até mesmo pela sua origem, pelo nome escolhido e pela opção em compor e cantar em inglês. Trata-se do Far From Alaska, banda formada em 2012 na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, pelos músicos Emmily Barreto (vocal), Cris Botarelli (teclados e vocal), Edu Filgueira (baixo), Rafael Brasil (guitarra) e Lauro Kirsch (bateria). As coisas começaram a funcionar para a banda quando eles venceram o concurso Som Pra Todos, organizado pelo Portal Terra, Banco do Brasil e Deck. O prêmio deu direito a um show na edição 2012 do renomado Planeta Terra Festival, em São Paulo, além de um contrato de distribuição com a gravadora Deck. Ainda em 2012 eles lançaram o EP "Stereochrome", com quatro músicas. O primeiro álbum saiu em maio de 2014, "modeHuman", contendo 15 músicas gravadas em novembro de 2013 no estúdio Tambor, no Rio de Janeiro.
O som produzido pelo Far From Alaska é bem interessante, um rock pesado com amplas possibilidades musicais, com o uso de instrumentos diversos e um pouco de eletrônica, em que se destaca a voz poderosíssima da vocalista Emmily Barreto. Você pode até não gostar, mas é algo novo e surpreendente neste atual cenário morno e miserável do rock nacional.
Um grande abraço espinosense.