Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 20 de março de 2025

3700 - Better Man

Estou me especializando em ser solitário na sala de cinema. Anteontem à noite, retornei ao Ibicinemas para assistir ao filme "Better Man", que já está na última semana de exibição aqui em Montes Claros, e só tive um jovem companheiro como espectador no espaço de 147 poltronas disponíveis. E não me arrependi, muito pelo contrário. Adorei o filme. 
"Better Man" é uma produção cinematográfica conjunta do Reino Unido, Austrália e Estados Unidos com 135 minutos de duração, com direção de Michael Gracey. O roteiro é de Gracey e mais Simon Gleeson e Oliver Cole. Pode parecer bastante estranho que na História que conta a vida e a arte do cantor e compositor britânico Robbie Williams, ele seja mostrado como um chimpanzé antropomórfico, mas há uma razão simples. Robert Peter Williams, nome de batismo de Robbie, nascido aos 13 de fevereiro de 1974, sempre se viu internamente como um ser incompleto, incapaz, ridicularizado pelos amigos, pelos conhecidos e pelo mundo, visão que lhe causou inúmeros problemas existenciais e psicológicos. Nascido em Stoke-on-Trent, na Inglaterra, ele tinha obstinação em se transformar em um artista famoso e rico, o que se concretizou ainda jovem, quando se tornou integrante de uma boyband de sucesso, o grupo Take That. Excluído da banda, dedicou-se a seguir adiante na carreira solo, o que fez com determinação ferrenha, alcançando o sucesso mundial, mas sofrendo as dores do preço da fama. Consciente das suas fraquezas, traumas e imperfeições, o artista nunca procura subterfúgios para se explicar ao público e aos seus milhares de fãs, especialmente sobre sua dependência química e depressão. A trama mostra o desentendimento com o pai que lhe abandona, mas sabe reconhecer sua importância em sua decisão de se tornar cantor. Fica claro o amor que recebia e dava à sua avó e à sua mãe, grandes incentivadoras dos seus sonhos.  
No filme "Better Man", o personagem protagonista é interpretado pelo ator Jonno Davies, que teve sua performance retirada de um sistema que captura movimentos corporais. O filme é muito bom, principalmente a cena da dança da banda Take That na rua, um espetáculo de efeitos visuais, o que explica a indicação ao Oscar 2025 de Melhores Efeitos Visuais.



Elenco
Robbie Williams como ele mesmo (narração e voz)
Jonno Davies como Robbie Williams (voz e captura de movimento)
Adam Tucker fornece vocais adicionais para Robbie
Carter J. Murphy dá voz ao jovem Robbie
Steve Pemberton como Peter Williams/Conway, pai de Robbie
Kate Mulvany como Janet Williams, mãe de Robbie
Alison Steadman como Betty Williams, avó de Robbie
Damon Herriman como Nigel Martin-Smith, o empresário da banda Take That
Raechelle Banno como Nicole Appleton, membro do All Saints e noiva de Robbie
Jake Simmance como Gary Barlow, um membro do Take That
Liam Head como Howard Donald, um membro do Take That
Jesse Hyde como Mark Owen, um membro do Take That
Chase Vollenweider como Jason Orange, um membro do Take That
Tom Budge como Guy Chambers, parceiro de composição de Robbie
Leo Harvey-Elledge como Liam Gallagher, o vocalista do Oasis
Chris Gun como Noel Gallagher, irmão de Liam e membro do Oasis
Anthony Hayes como Chris Briggs
Frazer Hadfield como Nate
John O'May como Terry Swinton



É interessante que na representação da vida do Robbie Williams na tela grande ele não apareça e nem esteja presente verdadeiramente em nenhuma cena, mas está ali plenamente, de forma imaginária, diante de todos, na pele de um homem-chimpanzé, com a sua ambição pelo sucesso colada com sua imensa insegurança e uma enorme ausência de autoestima. O diretor consegue explicitar de forma aberta e crua os conflitos nas relações humanas e as imperfeições das pessoas, potencializados em um ambiente de ferrenha competição pelo sucesso. A verdade é explicitada, sem rodeios ou concessões. Os erros e fraquezas do artista não são diminuídos ou escamoteados, mas narrados em primeira pessoa pelo homenageado de forma franca e direta, sem subterfúgios.



Robbie Williams irá começar nova turnê europeia neste ano de 2025, com show inaugural no dia 31 de maio em Edinburgh, no Scottish Gas Murrayfield Stadium, no Reino Unido, e encerramento em 7 de outubro, em Istanbul, no Festival Park Yenikapi, na Turquia.
Confesso que não sou fã do cara, mas acho linda sua canção "Angels". E sua história de vida é bastante comovente e fascinante, mais uma prova de como é complexa e angustiante a administração da fama. 
Um grande abraço espinosense.