Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

3082 - Perdemos Zé de Ana de Yeyé

A nossa preciosa vida é uma constante gangorra, uma sucessão ininterrupta de fatos e emoções, entre alegrias e tristezas, conquistas e fracassos, ganhos e perdas. Se não morremos jovens, envelhecemos e assistimos durante a caminhada terrena a partida de muitos familiares e amigos queridos. Não há como fugir da única certeza que temos no mundo, a morte.
Enquanto aguardo ansioso a estreia do selecionado brasileiro na Copa do Mundo do Catar, recebo uma mensagem do meu amigo Milton Barbosa me comunicando do falecimento de José Alberto Neves. Zé de Ana ou Zé de Yeyé, como era carinhosamente tratado pelos amigos, foi meu colega de classe na Escola Estadual Joaquim de Freitas, à época ainda Colégio, nos longínquos anos 70. Zé era inteligentíssimo, o mais capacitado aluno da nossa turma nos estudos. Dificilmente tirava nota que não fosse a máxima, dez. Sempre compenetrado e extremamente gentil e atencioso no trato diário na escola, Zé também se destacava no futebol, especialmente na modalidade de salão, onde ao lado de Ernani, Célio e companhia, brilhava defendendo a camisa do Mescra. Foram memoráveis alguns confrontos contra o bom time da AABB de Espinosa que contava com Camilo, Tuka, João, Tintin e Waltinho, entre outros.
Quando estávamos cursando a oitava série, resolvemos criar um time de futebol de campo da nossa turma. Fizemos uma vaquinha e compramos umas camisetas brancas básicas. Alguém, não me recordo quem, teve a ideia de tingir de verde as camisas. Compramos tinta e Ricardinho, filho de um funcionário dos Correios que trabalhava um tempo em Espinosa, ficou responsável pela tarefa. Jogamos umas três partidas, sempre contra o pessoal da sétima série. Para nossa decepção, após três lavadas, a camisa perdeu a cor verde, restando uma cor estranha, indecifrável. A equipe contava com Joênio Malheiros no gol; Ricardinho e Leizinho nas laterais; Zé de Yeyé (ou Zé de Ana) e Uca de Horácio na zaga; o meio campo tinha Quinha de Vavá, Eustáquio e Fernando César de Carlito; e o poderoso ataque tinha Gera do Cantinho, Márcio de Noé e Paulistinha de Mamonas. Lamentavelmente não registramos em fotografias essa turma especial. Alguns desses amigos já nos deixaram, infelizmente.



Sempre fui um admirador de Zé Alberto, um cara de uma inteligência fantástica. Eu o tinha como um amigo querido, mas na última vez em que o encontrei, em uma loja de Espinosa, senti que ele se comportou de maneira um tanto distante comigo. Talvez tenha sido só impressão minha, mas me pareceu que ele não me deu muita atenção não. Achei estranho, fiquei meio desapontado e até comentei com minha esposa a minha surpresa, já que não havia feito nada para desagradá-lo. Não sei, talvez eu tenha me equivocado. Só tenho certeza da minha admiração, da minha consideração e do meu profundo sentimento de amizade por ele. Atualmente ele residia em Lauro de Freitas, na Bahia. 
À sua esposa Rossana, aos seus filhos e aos demais familiares, como sua adorável mãe Dona Ana e seus irmãos Paulinho e Ana Luiza, expresso aqui os meus mais profundos sentimentos de pesar pelo seu falecimento. Rogo a Deus para que lhes dê conforto, força, fé, paz e resignação para suportar este momento tão angustiante, triste e doloroso. 
Que meu caro amigo Zé descanse na mais plena paz no Reino de Deus! Missão cumprida com êxito na jornada terrena!
Um grande abraço espinosense.