Quanto mais leio e aprendo coisas, mas me conscientizo e me dou conta da infinita ignorância minha. A verdade é que meu tempo restante de vida já não me permitirá ler todos os livros e revistas em quadrinhos que eu gostaria. Não me permitirá assistir a todos os filmes e séries que eu gostaria. Não me permitirá viajar por todos os maravilhosos lugares que eu gostaria. Não me permitirá conhecer e escutar todos os bons artistas que eu gostaria. Mas cada nova descoberta é um tesouro conquistado que merece uma comemoração até. Assim foi que eu acabei de descobrir no Spotify um artista de nome Passenger. Inicialmente pensei se tratar de uma banda de Rock, e era. Mas a banda se dissolveu em 2009 após um único álbum lançado e o seu líder continuou sua carreira, agora sozinho, mantendo o nome artístico de Passenger. E é dele que me tornei um fã à primeira vista (ou audição, mais especificamente).
Michael David Rosenberg é um cantor, compositor e músico inglês, nascido em Brighton aos 17 de maio de 1984, um artista jovem de 36 anos, portanto. Começou ainda jovem a amar música e a tocar violão clássico, escrevendo suas primeiras canções aos 15 anos. Pelo sonho de se tornar músico profissional, abandonou a escola e foi tocar nas ruas da Inglaterra e da Austrália. Em 1995, ao lado de três amigos, fundou a banda "Passenger", onde era o líder, violonista, vocalista e autor das canções. Em 2007 foi lançado o primeiro e único disco do grupo, intitulado "Wicked Man's Rest". Dois anos depois, a banda se dissolveu e Mike retomou sua carreira solo no Folk-Rock, mantendo o nome artístico de "Passenger". Lançou então em sequência os discos "Wide Eyes Blind Love" (2009), "Divers and Submarines" e Flight Of The Crow " (2010), "All The Little Lights" (2012). Com o sucesso da canção "Let Her Go", foi convidado a abrir apresentações de Ed Sheeran, aumentando seu público. Em 2014 lançou "Whispers", seguido do "Whispers II", de 2015. Como o artista é um ativista humanitário, destinou todo o lucro deste trabalho à UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), em prol das crianças da Libéria.
Passenger ainda lançou os álbuns "Young as the Morning Old as the Sea" (2016), "The Boy Who Cried Wolf" (2017), "Sunday Night Sessions", este só de covers (2017), "Runaway" (2018), "Sometimes It's Something, Sometimes It's Nothing at All" (2019) e "Patchwork" (2020). "Songs for the Drunk and Broken Hearted", seu mais recente álbum, foi lançado agora em janeiro de 2021. Conforme informações coletadas em seu site oficial, "as embalagens físicas de CDs e vinis serão feitas com material 100% reciclado e uma árvore será plantada para cada cópia física vendida através de sua loja online, graças a uma parceria com Ecologi e Eden Project".
Sobre o mais recente trabalho, o artista revela que a maioria das composições refletiram o seu estado emocional de tristeza e desencanto após a separação da sua esposa recentemente, com canções sobre perdas e sofrimentos, em certo momento sufocados com o uso do álcool. Quem nunca passou por isso? Poucos, imagino. O bom disso é que dessa melancolia do artista saíram canções maravilhosamente belas, como tantas outras de sua autoria, performadas com seu violão e sua voz especial. Agora que o descobri, muito tardiamente, vou recuperar o tempo perdido ouvindo muito o talento espetacular desse jovem artista inglês. Afinal de contas, somos todos "passengers" na vida deste planeta lindo e maltratado e injusto e esférico e azul chamado Terra.
Um grande abraço espinosense.