Que me perdoem os apaixonados por aquelas comidas chiques, sofisticadas, acondicionadas lindamente em pratos de design caprichado, em uma porção normalmente diminuta e com um preço exorbitante. Nada contra! Mas, sinceramente, mesmo que fosse bilionário, não há o que me faria desembolsar R$ 33 mil para saborear um único prato, como a Torta Golden Bon Vivant, servida em um hotel de Lancashire, Inglaterra, que pesa 8 quilos e é recheada
com carne de Kobe, trufas e cogumelos matsutake. O preço inclui um molho feito
com vinho Château Mouton Rothschild 1982 e duas garrafas de champanhe. Isso conforme uma matéria da revista Superinteressante. E o que dizer da Trufa Branca que custa R$ 14 mil o quilo? Ou o Almas Golden Caviar que custa a bagatela de R$ 51 mil o quilo? Mas tudo bem, o dinheiro não é meu, então que gastem da maneira que acharem melhor. Eu teria muitas outras coisas melhores para gastar o meu dinheiro, entre elas viajar pelo mundo inteiro e tentar ajudar aos mais necessitados.
Mas não é sobre isso que eu quero falar agora. É sobre as delícias da roça, dos sítios, das fazendas, das zonas rurais, das cidadezinhas do interior do país. É tanta coisa saborosa por um preço tão acessível! Algumas estão bem ali, disponíveis nos pés da beira da estrada, como os umbuzeiros.
Então, para aqueles que adoram o Sertão e suas maravilhas como eu, vão algumas imagens de delícias que dão aquela água na boca. E quantas outras mais existem por aí?
Não há como não lembrar das deliciosas mangas rosas do quintal da casa da minha saudosa avó "Madrinha" Judith e dos seus crocantes torresminhos feitos com perfeição no velho fogão de lenha. Ou do pirão de Chico da Santana. Ou do especial sarapatel de Ninha do Araponga. E do caldo de mocotó de Varisco. Ou ainda da deliciosa cocada de Isaura de Filuca. Vou parar por aqui, pois bateu uma fome!
Um grande abraço espinosense.
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Requeijão quente |
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Pamonha |
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Milho cozido |
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Pitomba |
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Umbu |
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Pinha |
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Sarapatel |
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Melancia |
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Peta |
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Arroz com pequi |
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Carne de sol com mandioca |
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Galinha caipira com pirão |
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Queijo |
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Pão de queijo |
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Bolo de chuva |
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Doce de coco |
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Queijo de bola |
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Queijo de trança |
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Coalhada |
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Doce de casca de laranja |
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Doce de leite |
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Vaca atolada |
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Manjubinha frita |
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Caldo de mocotó |
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Manga rosa |
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Cocada |
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Beiju |
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Torresminho |
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E a tradicional cachacinha |
MINHA SERRA
Patativa do Assaré
Quando o sol nascente se levanta,
Espalhando os seus raios sobre a terra,
Entre a mata gentil da minha serra,
Em cada galho um passarinho canta.
Que bela festa! Que alegria tanta!
E que poesia o verde campo encerra!
O novilho gaiteia, a cabra berra,
Tudo saudando a natureza santa.
Ante o concerto desta orquestra infinda,
Que o Deus dos pobres ao serrano brinda,
Acompanhada da suave aragem.
Beijando a choça do feliz caipira,
Sinto brotar da minha rude lira,
O tosco verso do cantor selvagem.