Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

segunda-feira, 19 de abril de 2021

2662 - O juvenil do Guarani

Eu corro o risco de ser denunciado e processado pelo meu caro amigo Rogério Souza por apropriação indébita ou surripiação inapropriada, mas não pude resistir a copiar mais uma fotografia histórica da sua especial e bem-sucedida página "Fatos e Fotos Antigas de Espinosa" no Facebook. Já aproveito e peço clemência ao meu caro e ilustre conterrâneo, esclarecendo que é por uma boa causa.
Sentindo-me desalentado e extenuado psicologicamente por ter que relatar constantemente tanta tristeza advinda das enormes perdas da nossa comunidade espinosense, estou à procura de fatos e fotos que possam nos aliviar um pouco nesta terrível fase que vivemos atualmente. Assim é que surrupiei esta velha fotografia recém publicada que nos mostra os meninos dos anos 50/60, em plena adolescência, praticando o que mais gostavam, o futebol.
Conforme informações passadas pelos meus amigos Fonso e Roberto Pé-Duro, integrantes desta equipe, o time se chamava Juvenil do Guarani e pertencia a Waltencir, filho de Yeyé do Caminhão FNM (o famoso Fenemê) que morava no local onde está localizada hoje a agência do Banco do Brasil na Praça Coronel Joaquim Tolentino, a Praça da Matriz de São Sebastião. Na foto, de acordo com eles, estão em pé, da esquerda para a direita Fonso, Netinho, Haroldinho, Dedeco, Waltencir e Maílson (Boy Verdureiro); agachados estão Dim de Ezinho, Tintin, Roberto Pé-Duro, Eustáquio de Juca Cruz e João de Loza. Desses craques aí, tive o prazer e o privilégio de jogar ao lado de quatro deles, já veteranos: Fonso, Roberto Pé-Duro, Dim de Ezinho e Tintin.
Imagens como esta e outras mais, têm uma importância fundamental para os jovens conhecerem a história da nossa cidade, registrando páginas de nossa trajetória no esporte e na coletividade em geral. Esse tesouro redescoberto através da brilhante iniciativa de Rogério poderia ser acolhido, copiado, catalogado e disponibilizado em um museu que contasse a História de Espinosa. Quem sabe um dia isso não acontece? 
Agradeço a Rogério mais uma vez, pedindo compreensão pela usurpação de mais uma imagem da sua página. 
Um grande abraço espinosense.  


2661 - O octogenário Rei Roberto Carlos

É praticamente certo que todo e qualquer brasileiro tenha, em algum momento da sua vida, escutado uma canção composta ou interpretada pelo Rei Roberto Carlos. Ou talvez, sem saber, tenha ouvido uma releitura de suas canções sendo cantadas por outro artista, das mais variadas vertentes musicais, do sertanejo ao Rock and Roll, do Bolero ao Reggae, do Pop ao Brega. Este ícone extraordinário da música brasileira, de longa e vitoriosa carreira artística, está entrando na lista dos octogenários hoje, 19 de abril de 2021. O Rei Roberto Carlos completa seus 80 anos de idade com saúde, vigor e entusiasmo para continuar com o pé na estrada, apresentando-se no Brasil e em outros países, sempre com reconhecimento da mídia, casa cheia e aplausos abundantes.
O mais popular artista brasileiro de todos os tempos agrada a milhões de aficionados de todas as idades no país inteiro. Suas maravilhosas canções se adéquam a cotidianas situações vividas por milhões de fãs, marcando para sempre seus imaginários e suas vidas. Para muitos, é imperdível o tradicional Especial de Natal do Rei na tela da Rede Globo nos finais de dezembro de cada ano.




A história do Rei é mais do que conhecida. Roberto Carlos Braga nasceu na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, no dia 19 de abril de 1941. Ainda criança foi vítima de um acidente grave na linha férrea que atravessava a cidade, quando perdeu parte da sua perna direita, abaixo do joelho, o que lhe obriga a usar prótese até hoje. Influenciado pela mãe, começou a tocar violão e piano e ainda bastante jovem, começou a cantar em programas de rádio. Decidido a fazer carreira na música, mudou-se para o Rio de Janeiro aos 16 anos, onde fez amizade com outros artistas iniciantes, integrando uma banda de Rock com o novo amigo Sebastião (Tim) Maia, denominada The Sputniks. Tentando a fama sozinho, Roberto deixou a The Sputniks, assim como o Tim Maia, passando a cantar Samba-Canção e Bossa Nova na boate do Hotel Plaza, em Copacabana. Pouco antes disso, conheceu o jovem roqueiro Erasmo Carlos, com quem iria iniciar uma forte amizade e uma parceria extremamente frutífera. Estreou em disco em 1959, com um compacto simples com as músicas "João e Maria" e "Fora do Tom", onde imitava João Gilberto. Dois anos depois, em 1961, ele lançou o seu primeiro álbum, "Louco Por Você", um verdadeiro fracasso, com poucas cópias vendidas. Apostando em uma virada na carreira, focando no então fervilhante Rock and Roll, Roberto lançou seu segundo álbum de estúdio, "Splish Splash", em novembro de 1963. E deu muito certo! Gravando versões de sucessos americanos e algumas criações próprias, Roberto descobriu o caminho do sucesso. As músicas "Parei na Contramão" e "É Proibido Fumar" foram determinantes para a fama. Com a notoriedade recém adquirida, Roberto foi convidado a apresentar o programa "Jovem Guarda" aos domingos na TV Record, ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa. Aí a fama explodiu de forma ainda mais espetacular, tornando o jovem garoto de Cachoeiro de Itapemirim um ídolo nacional. Roberto surfou nesta onda até que em 1969, resolveu dar uma guinada forte na carreira, passando a gravar músicas mais direcionadas ao público adulto, focando mais no romantismo que iria se tornar sua marca registrada. Aproveitando a fama, realizou três filmes musicais, aumentando ainda mais sua liderança musical e a venda de discos. São eles: "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa" e " Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora". É a partir desta fase que eu me tornei apaixonado pelas canções de Roberto Carlos, com maravilhas como "As Curvas da Estrada de Santos", "Sua Estupidez", "As Flores do Jardim da Nossa Casa", "Detalhes", "Amada Amante", "Todos Estão Surdos", "Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos", "Como Dois e Dois", "A Montanha", "Rotina", "Proposta", "Os Seus Botões", "O Portão", "Cavalgada", "Café da Manhã" e "Força Estranha", entre outras.




A partir dos anos 80, Roberto caiu na mesmice e na repetição, passando a gravar músicas ainda mais românticas e sem quaisquer inovações, tentando ganhar e manter admiradores com homenagens seguidas a caminhoneiros, taxistas, baleias, gordinhas, baixinhas, usuárias de óculos, e se aproximando de artistas mais jovens que fazem sucesso a cada ano, abrindo espaço a eles nos seus especiais de fim de ano. Depois de 1997, a inspiração murchou e não mais foram lançados discos com músicas inéditas.
Ninguém é perfeito, nem mesmo o Rei. Assim como o outro Rei, este do futebol, Pelé, Roberto também não se notabilizou por uma atuação firme e escancarada em projetos humanitários e sociais, passando à história como um tanto quanto alienado, preocupado somente com sua carreira artística, o que é uma pena, pois com seu prestígio e poder imensuráveis, poderia ter feito muito em prol do país e do povo.   
Se suas atuais canções já não possuem o brilho das de outras épocas de grande inspiração, seu enorme talento e carisma não podem jamais ser esquecidos ou minimizados. Sua trajetória de ininterrupto sucesso por mais de 50 anos tem mais é que ser reconhecida, elogiada e valorizada até o final dos tempos, pois música de qualidade não tem prazo de validade, dura para sempre, ainda mais nas almas e corações de quem viveu momentos especiais da vida tendo como trilha sonora as belas e encantadoras canções de Roberto Carlos. Vida longa ao Rei!
Um grande abraço espinosense.   

Escute aqui o primeiro LP gravado pelo Rei Roberto Carlos, que não fez sucesso algum.