Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

1878 - Um ano para esquecer?

Na sofrida vitória por 4 x 3 contra a meninada do Grêmio na 38ª e última rodada, terminou a participação do Clube Atlético Mineiro no Campeonato Brasileiro e, consequentemente, na temporada 2017. E de acordo com grande parte dos torcedores atleticanos, o ano foi um verdadeiro desastre, um fracasso total. Nas redes sociais os palpiteiros e corneteiros de plantão inundam suas páginas com as mais pesadas críticas à diretoria, ao time e especialmente a alguns jogadores, muitas delas injustas, na minha opinião. Mas é preciso relembrar o trabalho realizado no ano e refletir sobre as causas dos insucessos do time mineiro nas competições mais importantes do calendário.
Vamos recapitular e tentar entender a situação alvinegra.

Na primeira apresentação do ano, em 11 de janeiro, o Atlético, com um time misto de reservas e jogadores da base, estreou na Florida Cup perdendo por 1 x 0 para o Bayer Leverkusen da Alemanha em Bay Lake, na Flórida (EUA). Depois, em 14 de janeiro, encerraria sua participação no torneio ganhando por 2 x 0 do time do Tampa Bay Rowdies, no Al Lang Stadium, em São Petersburgo, Flórida. Normal.


No dia 28 de janeiro de 2017, comandado por Roger Machado, o Atlético estreava no Campeonato Mineiro, no Independência, com uma vitória suada por 1 x 0 sobre o América de Teófilo Otoni, com um gol de pênalti duvidoso convertido por Fred. O Atlético chegou às finais tendo como adversário o arquirrival Cruzeiro. E depois de um empate em 0 x 0 conquistado no Mineirão, o time alvinegro venceu, no dia 7 de maio, no Independência, o Cruzeiro por 2 x 1, gols de Robinho e Elias, e chegou ao seu quadragésimo quarto título estadual. Sucesso!


Na estreia do Atlético na Primeira Liga, no dia 1º de fevereiro, o alvinegro perdeu para o rival Cruzeiro por 1 x 0, gol marcado por Arrascaeta, no Mineirão. O Galo chegou à final contra o Londrina no Estádio do Café e acabou perdendo o título, derrotado nos pênaltis por 4 x 2, após empate sem gols no tempo normal de jogo. O treinador já era Oswaldo de Oliveira, estreando naquela partida em 4 de outubro. Um vexame total, em se comparando as condições financeiras e estruturais de ambas as equipes.


Numa quarta-feira, às 19h30 do dia 8 de março, no Estádio Malvinas Argentinas, o Atlético fazia sua estreia na Copa Libertadores da América 2017, enfrentando o Godoy Cruz, pelo grupo 6 do torneio. Sob o comando do técnico Roger Machado o time conseguiu um empate em 1 x 1 em terras argentinas. A eliminação veio com um empate em casa, no Mineirão, no dia 9 de agosto, contra o Jorge Wilstermann, da Bolívia, que havia vencido a primeira partida por 1 x 0. A desclassificação o tirou da disputa das quartas de final. Outro vexame, em razão da visível inferioridade do adversário.


O Atlético iniciou, na noite de uma quarta-feira, 24 de maio às 21h45, sua trajetória na Copa do Brasil 2017, já na fase de oitavas de final. O alvinegro abriu sua participação contra o Paraná Clube, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba, ainda sob o comando de Roger Machado, com uma derrota por 3 x 2. A eliminação aconteceu no Estádio Nílton Santos, no dia 26 de julho, após uma goleada sofrida para o Botafogo pelo placar de 3 x 0, na estreia de Rogério Micale. O time carioca, que havia perdido a primeira partida no Independência por 1 x 0, avançou às semifinais. Desalento, com o placar adverso e a ineficiência da equipe.


No Brasileirão a estreia se deu na partida contra o Flamengo, no Maracanã, no dia 13 de maio, sábado. A partida terminou empatada em 1 x 1, com gols de Elias para o Atlético e Matheus Sávio para o Flamengo. O último compromisso do Atlético no Brasileirão 2017 foi no Independência, contra o time de meninos do Grêmio, dia 3 de dezembro. Foi um sufoco, como sempre acontece em jogos decisivos para o Galo. Os jovens jogadores gremistas colocaram o Grêmio três vezes na frente do placar, mas o Atlético buscou os empates por três vezes e ainda fez mais um gol que acabou lhe dando a vitória. A partida, disputada em grande parte do tempo debaixo de uma forte chuva, foi emocionante, com uma atuação impecável do baixinho venezuelano Rómulo Otero, que marcou dois belos gols de falta para o Atlético. Com a vitória, o Atlético ficou torcendo para que o Flamengo fosse campeão da Copa Sul-Americana batendo o Independiente da Argentina no Maracanã completamente lotado, o que abriria mais uma vaga na Libertadores 2018. Mas a esperança se desfez com o merecido triunfo dos argentinos. Desanimadora a situação de não ter feito a própria parte e ficar na dependência de outros resultados.


A realidade é que as previsões negativas do início do ano se confirmaram. Tecnicamente, o time titular do Atlético é muito bom, sobretudo do meio campo ao ataque. Não há como não reconhecer o talento de Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gabriel, Fábio Santos, Elias, Luan, Robinho, Cazares, Otero, Valdívia e Fred. A questão é que são jogadores, na maioria, veteranos, lentos e que não marcam os adversários. Aí a coisa complica, pois temos atualmente, no panorama do futebol brasileiro, um estilo de jogo de muita marcação, força física e velocidade. E aí foi onde o Atlético se deu mal, com uma dificuldade enorme de o time se proteger na defesa, acertar o posicionamento, chegar junto na marcação dos adversários e sair em velocidade para o ataque. O pífio desempenho em casa, no estádio do Horto, outrora fator de confiança e tranquilidade para o time e terror para os adversários, foi fundamental para a derrocada e a péssima colocação na tabela do Brasileirão.
Para o próximo ano, com nova diretoria e novo presidente, o eleito Sérgio Sette Câmara, o clube precisa reforçar e renovar o elenco sob pena de passar por mais uma temporada decepcionante. A realidade atual do clube é a de falta de dinheiro, mas é imprescindível manter os nossos bons jogadores e investir na contratação de jovens atletas de boa qualidade técnica para equilibrar a força do elenco. Já está confirmada a contratação do volante Arouca, ótimo jogador, mas uma incógnita na atualidade, já que está há muito tempo parado, sem jogar, e também é outro veterano. Fala-se também em Rithely, o zagueiro argentino Germán Conti e o lateral uruguaio Guillermo Varela, mas por enquanto nada confirmado. Por outro lado, Robinho, Cazares e Gabriel podem estar indo embora, uma tristeza para a torcida atleticana. O que está decidido é que Marlone e Rafael Moura não vão continuar em 2018.
Sinceramente, não estou esperançoso nem otimista, mas vamos aguardar os acontecimentos e torcer para que a nova diretoria tenha sucesso e visão para manter o clube sempre no topo, brigando sempre por grandes conquistas.
Um grande abraço espinosense.