Foi em um dia 28 de abril, lá no longínquo ano de 1928, que o Rio de Janeiro, a eterna Cidade Maravilhosa, ganhou de presente o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, talvez a mais querida e tradicional do país. Entre os fundadores estavam Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, Saturnino Gonçalves, Euclides Roberto dos Santos (Seu Euclides), Marcelino José Claudino (Maçu da Mangueira), Pedro Caim (Paquetá) e Abelardo da Bolinha, entre outros. Para firmar a imagem da escola, foi criado o símbolo com o surdo representando o Samba; os louros, as vitórias; a coroa, o bairro imperial de São Cristóvão; e as estrelas, os títulos conquistados, até hoje 20 títulos de Campeã do Carnaval Carioca com as suas tradicionais cores verde e rosa. A Mangueira também ganhou um Super-Campeonato, exclusivo, vencido no ano de 1984, na inauguração do Sambódromo. A denominação da agremiação carnavalesca foi escolhida por Cartola, por ser a Estação Mangueira a primeira estação no trajeto entre a Central do Brasil e o subúrbio carioca, onde havia Samba. O morro, por sua vez, recebeu o nome devido a enorme quantidade de mangueiras existentes na região.
A história de 94 anos da Mangueira passa por grandes nomes do Samba carioca, a começar pelo cantor Jamelão, uma das suas figuras mais emblemáticas, por sua longeva carreira de intérprete oficial da escola, de 1949 até 2006. Outras figuras importantes do universo verde-e-rosa são Ivo Meirelles, Beth Carvalho, Alcione, Carlinhos de Jesus, Nelson Sargento, Delegado, Monarco, Dona Neuma, Dona Zica, Sr. Armando, Júlio Mattos, Max Lopes, Leandro Vieira, Xangô da Mangueira, entre tantos outros presidentes, diretores, compositores, mestres de bateria, rainhas, mestres-salas, porta-bandeiras, intérpretes, passistas e toda a gente do povo.
Parabéns, Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, pelos seus 94 anos de muito Samba e História!
Um grande abraço espinosense.
Samba Enredo 2003 - Os Dez Mandamentos: o Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade
G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ)
Marcelo Dáguiã, Bizuca, Gilson Bernini e Clóvis Pê
Quem plantar a paz, vai colher amor
Um grito forte de liberdade
Na estação primeira ecoou!
Um clarão no céu
Iluminou Mangueira
Surge um caminho de luz
Pra mergulhar na história
No Egito, um faraó
Poder e riqueza, cruel tirania
E um povo sonhava na lama
Que o "libertador" ali nasceria
Flutua nas águas do nilo
A esperança guiando o menino
Criado no luxo da corte
Enfrenta o deserto, sagrado destino
É o vento que sopra, poeira!
Segue o homem em busca da fé
Do alto uma voz anuncia
A certeza de um novo dia
Moisés desafia o rei
A ira divina desaba na terra
Libertação! E num gesto encantado
O mar virou passarela
Descrença, ilusão
No ouro, a falsa adoração
A vontade de Deus é a lei da verdade
Foi revelada pra humanidade
Mostra pro mundo, Brasil (meu Brasil)
O caminho da felicidade