Hoje, 1º de maio, é o dia dedicado ao trabalho, ou melhor, ao trabalhador, este ser de várias faces que carrega o mundo nas suas costas, nem sempre valorizado e infelizmente, muitas vezes, inconsciente da sua essencial importância na sociedade de qualquer lugar do mundo.
A data da comemoração se deve a um episódio fundamental da luta dos trabalhadores por mais segurança no trabalho, por melhores salários e por uma jornada diária menos massacrante. Isso se deu em 1º de maio de 1886, em Chicago, Estado de Illinois, nos Estados Unidos. Em protesto contra uma carga de trabalho excessiva, de sufocantes 12 horas, com salários extremamente baixos, ambientes insalubres e inúmeros casos de acidentes nas fábricas, os trabalhadores entraram em greve. Exigiam mudanças nas relações profissionais e mais tempo livre, com 8 horas para o trabalho, 8 horas para o sono e outras 8 horas para o lazer. Depois do início em 1º de maio, os protestos continuaram nos dias seguintes, angariando apoio de outros trabalhadores, até que no dia 4 de maio, com os manifestantes reunidos pacificamente na Praça Haymarket, uma bomba estourou próximo de onde estavam os policiais, matando um deles e ferindo outros sete. A reação policial foi violenta, com disparos de armas de fogo contra os manifestantes, resultando em um cenário de guerra, com onze mortos, dezenas de feridos e mais de cem manifestantes presos. Por conta deste trágico incidente, mesmo sem provas, sete manifestantes foram condenados à morte e o outro foi condenado a 15 anos de prisão. Posteriormente, quatro desses acusados foram enforcados em 11 de novembro de 1887, dois tiveram a pena de morte comutada a mando do governador de Illinois Richard J. Oglesby, passando a ser condenados à prisão perpétua, e outro deles cometendo suicídio na cela. Em 1893, os réus sobreviventes foram perdoados pelo novo governador de Illinois, John Peter Altgeld.
Essa data só se tornaria feriado no ano de 1919, na França, quando lá também se adotou a carga diária de trabalho de oito horas. No ano seguinte, foi a vez da Rússia aderir à ideia. No Brasil, o 1º de maio se tornou feriado durante o governo de Artur Bernardes, em 1924.
A história mostra que, infelizmente, todas as vitórias dos trabalhadores não vêm de maneira tranquila ou de mão beijada, quase sempre são conquistadas com muito sangue, suor e lágrimas. E seus direitos duramente conquistados são constantemente atacados de quando em sempre. E o mais desolador, com a cumplicidade de alguns próprios trabalhadores sem noção. Uma lástima!
Espero que todos os trabalhadores do mundo inteiro tenham sua importância reconhecida e valorizada, não só em tempos de pandemia mundial, mas sempre, no cotidiano, nos dias de paz e calmaria. O meu apreço e meu respeito a todos os trabalhadores de todo o planeta, nas mais variadas funções, da mais braçal até a mais cerebral, da menos paga até a mais bem remunerada, da mais simples até a mais sofisticada. Todos nós somos importantes, uns mais outros menos, mas todos somos fundamentais neste mundo globalizado.
Um grande abraço espinosense.