O espetáculo foi grandioso. Não poderia ser diferente, no belíssimo Estádio Allianz Arena, em Munique, palco da decisão da UEFA Champions League, o mais importante torneio de clubes do mundo. A responsabilidade pela condução do show ficou a cargo do árbitro português Pedro Proença Oliveira Alves Garcia e seus auxiliares também portugueses Bertino Miranda e Ricardo Santos. O peso de comandar as equipes finalistas caiu sobre os ombros dos treinadores Jupp Heynckes, pelo Bayern e Roberto Di Matteo, pelo Chelsea.
E ao final da disputa de gigantes do milionário futebol europeu, o aplicado time do Chelsea foi o vencedor. Com uma aplicação tática impressionante, se defendendo até com nove ou dez jogadores, o Chelsea não joga um futebol vistoso e técnico, mas conseguiu passar espetacularmente pelo Napoli nas quartas-de-finais (1 x 3, 4 x 1), eliminar o poderoso Barcelona nas semifinais (1 x 0, 2 x 2) e derrotar o excelente time do Bayern na final (1 x 1, 4 x 3 nos pênaltys).
Mas, para aqueles fissurados em futebol-arte como eu, ficou aquela impressão de que poderia ter sido melhor. E como poderia! Fico imaginando se a final tivesse Barcelona e Real Madrid. Seria maravilhoso! Mas como não sabemos como funcionam essas forças inexplicáveis da natureza, esses grandes times ficaram pelo caminho e fizeram com que o Bayern e o Chelsea chegassem à final. E são bons times, mas bem distantes da qualidade do Real e do Barça. E ambos fizeram um bom jogo, menos qualificado tecnicamente, mas uma partida bem disputada e emocionante. O time do Bayern, claramente, é melhor que o do Chelsea, mas em futebol isso não significa muita coisa, pois o time alemão saiu na frente aos 37 minutos do segundo tempo, com Thomas Müller, mas logo depois, aos 42 minutos, o eficiente atacante Didier Drogba cabeceou forte para vencer o goleiro Neuer e empatar a partida no tempo normal de jogo. Já na prorrogação, o time alemão poderia passar à frente do placar, aos 4 minutos, com o pênaty marcado a seu favor, mas o goleiraço Petr Cech segurou firme o chute forte no canto esquerdo do seu gol desferido por Arjen Robben e manteve o placar empatado até o final da prorrogação.
Aí só restava a decisão nos pênaltys e coube ao Bayern iniciar a série de cobranças. O primeiro a efetuar a cobrança foi Philipp Lahm, que converteu. Pelo Chelsea, Juan Mata não foi feliz e chutou para defesa de Manuel Neuer. Em seguida, Mario Gomez, pelo Bayern, e o brasileiro David Luiz, pelo Chelsea, converteram. O goleiro Neuer foi lá e converteu a sua cobrança, com tranquilidade. Frank Lampard fez o seu. Ivica Olic cobrou e Cech defendeu. Ashley Cole também não errou. Chegou a vez do ótimo jogador alemão Bastian Schweinsteiger, um dos destaques da partida, fazer a sua cobrança. E ele fracassou, chutando na trave esquerda de Petr Cech. A responsabilidade pela cobrança final ficou a cargo do eficiente atacante Didier Drogba. E ele, como sempre, com frieza e personalidade, bateu no canto direito de Neuer para dar ao Chelsea o primeiro título de Campeão Europeu da sua história.
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Bela imagem: Drogba, campeão, consola Schweinsteiger |
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Drogba reverencia e é reverenciado pela torcida dos Blues |
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A entrega do cobiçado troféu de campeão da Europa ao Chelsea.
O GALO esteve presente nas duas bandeiras estrategicamente
posicionadas na arquibancada do Allianz Arena |
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O momento mágico da conquista do título inédito |
O marfinense Didier Drogba foi eleito o melhor jogador da partida. Um fato interessante foi a permissão dada pela UEFA para que o capitão do Chelsea, John Terry, mesmo suspenso e de fora da decisão, pudesse receber e levantar a taça de campeão da Europa.
A Champions League termina com a artilharia de Lionel Messi, do Barcelona, com 14 gols. Logo depois vem Mario Gomez (Bayern - 13 gols), Cristiano Ronaldo (Real Madrid - 10 gols), Karim Benzema (Real Madrid - 7 gols) e Didier Drogba (Chelsea - 6).
FICHA TÉCNICA:
BAYERN DE MUNIQUE 1 x 1 CHELSEA (3 x 4 nos pênaltis)
Local: Allianz Arena, em Munique (ALE)
Data: 19 de maio de 2012
Horário: 15h45
Árbitro: Pedro Proença (POR)
Assistentes: Bertino Miranda (POR) e Ricardo Santos (POR)
Cartões amarelos: Schweinsteiger (Bayern); Ashley Cole, David Luiz, Drogba e Fernando Torres (Chelsea)
Gols: Thomas Müller, aos 39 minutos e Didier Drogba, aos 43 do segundo tempo.
BAYERN DE MUNIQUE: Neuer; Lahm, Boateng, Tymoshchuk e Contento; Schweinsteiger, Kroos; Robben, Müller (Van Buyten) e Ribéry (Olic); Gómez.
Técnico: Juup Heynckes.
CHELSEA: Cech; Bosingwa, Cahill, David Luiz e Ashley Cole; Mikel, Lampard, Bertrand (Malouda); Mata, Drogba e Kalou (Torres).
Técnico: Roberto di Matteo.