Acabei de assistir a um vídeo emocionante criado pela agência DDB Argentina e disponibilizado no site da Fundação Argentina de Transplante Hepático e que não poderia deixar de compartilhar com vocês. Eu o encontrei graças à publicação de Fabrísia Tolentino em sua página no Facebook, a quem agradeço imensamente.
Trata-se de um convite à população argentina para se informarem, discutirem o assunto com os familiares e tomarem a preciosa decisão de tornarem-se doadores de órgãos, salvando vidas. Com a história de amor entre o idoso e seu cão, a mensagem subliminar do vídeo é a de que a vida continua, só que no corpo de outra pessoa.
O transplante de órgãos é um tratamento médico indicado quando toda outra alternativa para recuperar a saúde do paciente se esgota e que só é possível graças à voluntariedade das pessoas que dão seu consentimento para a doação. Trata-se da substituição de um órgão vital enfermo, sem possibilidade de recuperação, por outro em boas condições. Pode ser um rim, um fígado, um coração, um pulmão, um pâncreas e um intestino. Devido à complexidade e às dificuldades para executá-la com sucesso, a doação de órgãos somente é possível em 5 de cada 1000 falecimentos.
Reflita sobre o assunto, converse com seus familiares e, se tiver consciência da grandeza deste ato, declare-se um doador. Não se preocupe com a possibilidade de a equipe médica retirar órgãos seus com você ainda vivo. Ela não existe. Todos os procedimentos cirúrgicos para a retirada só são realizados após a constatação da morte cerebral do paciente. Você também pode escolher quais os órgãos que você pode doar. Sua decisão será sempre respeitada. Outro compromisso assumido pelos médicos é que na retirada dos seus órgãos, seu corpo jamais será mutilado. Haverá sempre o respeito pelo ser humano, mesmo após a morte.
Para esclarecer melhor o assunto, no ano de 2015, foram realizadas 23.666 cirurgias de transplante de órgãos no Brasil. Nada menos que 95% dos procedimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 13.793 pacientes receberam novos corações, o que corresponde a mais da metade das operações (58%). Em segundo lugar estão os transplantes de rim, com 5.409 cirurgias (23%). Mesmo que todas essas cirurgias tenham sido realizadas com sucesso, atendendo uma parcela significativa da população, cerca de 41 mil pacientes ainda aguardam atendimento na fila do SUS. Assim é imprescindível que a população seja informada, conscientizada e convocada para se tornar doadores, para que possamos vencer essa difícil batalha pela vida.
Para se tornar realidade, são essas as etapas do processo de doação de órgãos:
- Diagnóstico de morte encefálica - A partir da confirmação pelos médicos da ocorrência da morte encefálica, de forma irreversível, a pessoa pode se tornar doadora.
- Autorização da família - Infelizmente, de acordo com o Ministério da Saúde, metade das famílias não permite a retirada dos órgãos para doação após a morte do familiar. Quando a família concorda em doar os órgãos do falecido, é necessária a assinatura de um termo de autorização. Então comunique à sua família o seu desejo de ser doador, sempre.
- Entrevista familiar - A entrevista é um guia para os médicos se inteirarem dos hábitos do doador e do seu histórico clínico. São realizados testes biológicos e físicos para indicar a compatibilidade com os futuros receptores dos órgãos.
- Retirada de órgãos - Vários órgãos e tecidos podem ser retirados para transplante, beneficiando várias pessoas, entre eles coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. O procedimento precisa ser feito com rapidez e eficiência para que os órgãos sejam preservados e não se percam.
- Transporte - O Ministério da Saúde viabiliza o transporte aéreo dos tecidos e órgãos para lugares distantes, através de aviões da FAB e de companhias aéreas parceiras.
- Recuperação - Após o transplante, a saúde do paciente depende de fatores diversos, tais como as condições do órgão transplantado, bem como da sua condição de debilidade física apresentada e a aceitação do novo órgão pelo organismo. Para evitar a rejeição, o paciente terá que usar remédios imunossupressores durante toda a vida.
Fontes: fath.org.ar e brasil.gov.br
Então, meus caros amigos, por que não refletir bastante e não tomar essa decisão o quanto antes? De que nos valerão os órgãos e tecidos quando a nossa vida se evaporar no tempo e no espaço? Por que não contribuir para que a vida continue no corpo de um nosso outro irmão? A doação de órgãos é um ato de solidariedade e fraternidade humanas e uma prova de que o corpo morre, mas jamais o amor que o sustenta.
Um grande abraço espinosense.