Tudo na nossa frágil e eventualmente fugaz vida parece ter um propósito, sabe-se lá o porquê. O interessante é que, por mais que tentemos, jamais teremos a resposta e nunca compreenderemos os caminhos nos apresentados pelo indecifrável destino. Há pouco tempo, um vírus minúsculo e invisível fez o planeta inteiro se colocar de joelhos e de máscaras no rosto, fazendo o tempo parar e encarcerando em casa até gente inocente que nunca cometeu um crime qualquer. Com a vitória da sensatez, da razão, da Ciência e das vacinas sobre o negacionismo radicalmente tresloucado, eis que a vida aos poucos retorna à normalidade, graças a Deus e aos homens de boa vontade.
Nem bem terminou a minha clausura forçada pelo vírus, outra se apresentou necessária, com mais um período de recolhimento no humilde mas aconchegante lar. Motivo de reclamação, estresse e negatividade? Nem pensar! Toda situação vivenciada, auspiciosa ou desalentadora, é tempo e oportunidade de aprendizado e boas descobertas. E um achado musical maravilhoso aconteceu hoje. Descobri o som do Altadore, banda que nunca tinha ouvido tocar, muito menos falar. E mais um dos muitos casos de amor à primeira vista se deu em minha já longa vida, que bom!
Altadore é tão somente o talentoso músico David Katz, um cantor, compositor e multi-instrumentista de Portland, Oregon, EUA. Depois de tocar com muitos outros músicos em vários projetos, ele lançou seu primeiro álbum em 2012, intitulado "Golden Hills", uma maravilhosa pérola musical que foi muito bem recebida pelo público. "Opal, Luna and Hymn" veio em seguida, em 2016. Em 2020 ele voltou ao estúdio para gravar o terceiro disco, "Gardenia", lançado em abril de 2022, pós pandemia. Suas canções são um bálsamo reconfortante para a mente, com melodias serenas, versos saborosos e performances perfeitas de vocais, baixo, piano, bateria e sopros.
Virei fã incondicional à primeira audição. Altadore nunca mais sairá das minhas playlists. A beleza e suavidade das canções criadas pelo David tocam-me profundamente a alma, trazendo uma paz incrivelmente serena nesses tempos sombrios de grotescos e atormentadores ruídos.
Um grande abraço espinosense.